A semana foi um verdadeiro tsunami de emoções políticas que culminaram com o tonitruante depoimento dos diretores do JBS/FriBoi comprometendo o Presidente Temer e o Presidente do PSDB, Senador Aécio Neves: delações íntimas, gravações inacreditáveis, confronto eufórico Lula x Moro, desavenças intestinas nos Três Poderes – Renan marcando o-posição, Janot espinafrando Gilmar, PPS e PSB recalcitrantes, com inúmeros rebeldes em suas fileiras -, sepultando a tentativa do Presidente Michel Temer de ocultar estas tensões celebrando positivamente seu primeiro niver de Governo.
Tenho, às vezes, a impressão de que estamos voltando pra trás. Que saudade da imagem triunfante de Ulysses Guimarães brandindo a Constituição Cidadã. De tudo isso, recolho cada vez mais indagações sobre minhas perguntas ao futuro.
Ei-las:
- O que acontecerá nas próximas semanas diante do escândalo envolvendo, sem retorno, as mais altas autoridades do país? Haverá eleições gerais em 2018? Como, com que Partidos, esta excrescência do século XIX, que teima em monopolizar a representação política por cima da Sociedade Civil? Com que Legislação Eleitoral e para quais funções? Com que candidatos, com que grana, já que não haverá mais o acesso ao caixas empresariais e que não há Orçamento de recursos públicos, apesar do quase um bilhão de reais já destinados ao Fundo Partidário?
- O que representou, realmente, o depoimento de Lula em Curitiba? Para muitos, até defensores da Lava Jato, uma demonstração da força autoritária das instituições sobre direitos inequívocos de um indiciado condenado previamente. Senão, por que tantas inquirições fora do protocolo, cercadas pelo aparato vigilante da acusação? Para outros, Juiz Moro à frente, o curso natural de um processo judicial. Para eles, todos são iguais perante a Lei. Duvido…
- O Neo-Mensalão a Deputados e Senadores, da era Neo-Liberal, com vistas ao apoio às Reformas é escandoloso, mas todo mundo diz que isso faz parte do “jogo” (de conchavos). Até que um Moro da vida resolva colocar a mão nesta cumbuca. Confesso que, para mim, é um jogo sujo demais. R$6 milhões, é o valor que vai receber cada deputado que votar com o Governo e contra 75% da opinião pública. Talvez pensem em montar um pequeno negócio com a recompensa, pois o eleitor nunca mais os esquecerá… Tudo legal, tal como as “contas de campanha devidamente aprovadas pelo TSE…” Registra a Folha“O governo estima que os projetos indicados por esses parlamentares ainda têm R$ 1,9 bilhão a receber até o fim do ano.” Acho que vou me dedicar cada vez mais `a Poesia. Falta-me estômago…Lembro, a propósito as reflexões do, filósofo Peter Sloterdijk – , ora confirmada pelo astrofísico Neil de Grasse Tyson que nos vê como uma experiência lúdica de extraterrestres: vivemos num zôo humano entretidos esgrimando argumentos de uma era da razão cínica.
- E agora Presidente Temer….?
Não há solução à vista senão entregar o comando da Nação à Presidente do Supremo, Carmen Lucia, com a convocação imediata de eleições gerais.
Torço pelo retorno do romantismo ingênuo: A verdade única, sem versões, do amor eterno. E sigo em frente, no rumo da vida, sobre o rastro fugidio de Maria Moura: “ Se eu morrer, morro e pronto. Mas se eu ficar aqui eu morro muito mais…”
