Em tempos de tensão climática, a edição 2024 do Curso Princípios Básicos da Agricultura Ecológica, concluído no dia 2 de outubro, incluiu de forma prática o conhecimento sobre o uso das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC). Em todas as etapas na sede da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais e Urbanas (AMTRU), em Três Cachoeiras, o Centro Ecológico delegou o preparo das refeições à estudiosa das panc Maria Inês Gonçalves Flores.
A professora aposentada e agricultora integrou ao cardápio dos almoços e cafés o butiá, a juçara, o mangará (umbigo da bananeira), rosas e plantas como major gomes, tansagem, trapoeraba, capiçoba e serralha. Além de comestíveis, estas plantas espontâneas nas hortas, jardins e bananais são um recurso natural barato e amplamente disponível, indicadoras das condições do solo, alimento para insetos e polinizadores.
“A comida estava ótima. Adorei a bananese. E as pancs com certeza são um plus”, disse Ester Hodara, do grupo Eco das Torres. Produtora de pães artesanais, Ester sugeriu ainda que as refeições, por fazerem parte de uma proposta alinhada às ações de combate ao aquecimento global, poderiam ser 100% à base de plantas, tendo em vista os impactos gerados pelo consumo de carnes sobre o Planeta. “Emissão de gases (de efeito estufa), consumo de energia e soja. Desmatamento. São uma infinidade de motivos”.
Também aprovou o cardápio o sargento do Corpo de Bombeiros Marcelo França. Voluntário do Projeto Social Curtume, que trabalha com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social em turno inverso da escola, França quer aprender todas as receitas. “Foi incrível. Aprendi muito. Quero participar muito”.
Campanha internacional
Este aprendizado prático sobre o uso das panc fez parte de uma mobilização internacional pelo consumo sustentável chamada Green Action Week (GAW). Entre o final de setembro e o início de novembro, organizações de quase todo mostram as atividades que realizam para contribuir na construção de uma consciência mais sustentável.