Mesmo em período de pandemia, com programação presencial suspensa, embora continuando com algumas sessões online, o Cineclube Torres procura encontrar soluções que permitam a retoma de sessões públicas tão logo a situação sanitária o permita em condições de segurança e conforto.
“Desde que a prefeitura desistiu de alugar o Auditório da SAPT no começo de 2020 – abrindo mais um hiato de inatividade desse histórico lugar que hospedou de forma quase continuada atividades culturais desde a construção do edifício e ao longo de mais de meio século – a única alternativa de espaço público disponível para as sessões é no edifício do Museu Histórico, no espaço físico que já foi no passado a Prefeitura de Torres”, explica Tommaso Mottironi, idealizador do Cineclube Torres.
Já em 22 de dezembro passado, o Cineclube enviou um novo pedido de informações sobre um possível uso de espaços do Museu (depois de um primeiro enviado em outubro, mas sem resposta). “Só recentemente, em 22 de maio, foi dado retorno pela Diretoria da Cultura do Município que com lacônicas palavras não demonstrou particular interesse em futuras parcerias com o Cineclube, informando que o espaço ‘sofrerá reforma e será estruturado com editais e concessão de espaço de acordo com o interesse da administração’ ”, lamenta Tommaso.
De fato, o Museu entrará em breve em obras e a preocupação do Cineclube Torres sobre a disponibilidade no futuro de um espaço multiuso, para encontros, palestras e exibições, não somente as exibições audiovisuais da associação, levou a marcar um encontro com o Secretário do Planejamento para conhecer melhor o alcance das obras e seu calendário, independentemente de uma eventual futura disponibilização pela Diretoria de Cultura.
Encaminhamento de sala multiuso de uso público
Do encontro ficou claro que a verba alocada, oriunda de uma emenda parlamentar da deputada Maria do Rosário (PT/RS), é suficiente apenas para uma obra de manutenção extraordinária, recuperando telhado, aberturas, infraestruturas elétricas/hidráulicas e alguns pisos deteriorados do Museu Histórico de Torres, não existindo até esse momento um programa arquitetônico definido prevendo uma sala de eventos, com caraterísticas espaciais próprias e dotada de equipamentos apropriados, mesmo do tamanho reduzido como permitido pela tipologia do edifício.
O secretário Matheus Junges, que recebeu o idealizador do Cineclube com a presença da equipe do projeto e da secretaria. “Ele ficou sensibilizado e convencido da necessidade de criação um espaço com essas características, pela citada falta atual de alternativas, dentro dos imóveis que integram o patrimônio municipal”, relatou Tommaso.
Ficou então encaminhado pelo secretário que já nessa fase de obras será dada atenção a um estudo de viabilidade para que o espaço, definido no projeto como SALA 5 – coincidente à antiga sala para sessões da câmara de vereadores e já atualmente configurada para miniauditório embora de forma precária – possa vir a ser no futuro uma sala multiuso de uso público, contemplando já nessa fase com infraestrutura necessária de base.
Após a reunião o Cineclube Torres reencaminhou as sugestões colocadas no ofício de dezembro sobre exigências espaciais e de equipamentos desejáveis para permitir a realização de sessões audiovisuais, ou qualquer outra apresentação multimidia, e infraestrutura de suporte.
“O ideal seria que este espaço, tão importante para realização de apresentações culturais de qualquer natureza, esteja já disponível para funcionamento no momento da entrega desta fase de obras (cuja finalização está prevista para final deste ano, na iminência do verão), de forma a não atrasar mais a desejável retomada de atividades culturais presencias, e quem sabe servir para sessões do Cineclube Torres, que desde 2011 estrutura uma programação continuada, hoje contando com um invejável histórico de mais de 400 sessões públicas”, concluí Tommaso.