Coleção Arqueológica de Torres estava no Museu Nacional que pegou fogo

Uma das principais coleções de itens relativo aos antigos nativos de nosso país  - a Coleção Arqueológica do torrense Balbino de Freitas - pode ter sido queimada no incêndio do Museu Nacional, ocorrido na noite de domingo (03). Entre os itens da coleção em destaque, há um milenar cesto indígena parcialmente conservado e revestido internamente em resina (na foto)

Cesto Indígena da Coleção Balbino de Freitas - Divulgação/ Museu Nacional
3 de setembro de 2018

A Coleção Arqueológica Balbino de Freitas –  uma das principais coleções de itens dos antigos nativos de nosso país  – pode ter sido queimada no incêndio do Museu Nacional, ocorrido na noite de domingo (03). Trata-se de uma grande coleção de conchais e artefatos indígenas coletados ao longo de anos em nossa região, pelo morador torrense José Luiz Balbino de Freitas.

Em 2015, durante uma das palestras do evento “Conversando com a História”, o historiador Rafael Frizzo havia levantado a questão da doação do acervo de Balbino de Freitas ao Museu Nacional (informação vinculada em matéria do Jornal A FOLHA na época): os itens remetiam aos primeiros habitantes do nosso litoral, estabelecidos há mais de 7 mil anos  “A aparição de zoófitos (artefato em pedra) por aqui demonstra riqueza cultural e estabilidade dos povos indígenas desde os kaigangs, por exemplo, grupos anteriores aos Guaranis”, indicou o historiador, que concluiu dizendo que o ideal seria a retomada de ao menos parte destas coleções para Torres (seu local original). “Porém, para isso precisaríamos de uma estrutura adequada, como investimento na área de museus”.

O jornal O Globo citou a raríssima coleção de Balbino de Freitas como um dos tesouros históricos únicos que estavam no Museu Nacional – com relevância por seus artefatos indígenas retirados da região de Torres. O destaque apontado pelo jornal foi um cesto (na foto) parcialmente conservado e revestido internamente em resina (item que foi achado em um sambaqui).

Vinculado a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Museu Nacional é a mais antiga instituição científica do Brasil e, até seu trágico incêndio, figurou como um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas. O site ‘O Dia’ salientou que o conjunto arquitetônico da Quinta da Boa Vista, o edifício do museu –  e a coleção do torrense Balbino de Freitas –  são tombados desde 1938 como patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculada ao Ministério da Cultura.


Publicado em: Cultura






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