Você sabe por que votaremos no dia 6 , domingo? Porque a data é uma referência à Revolução de 1930, que se iniciou, sob o comando do Presidente do Estado RS no dia 3 de outubro daquele ano, em Porto Alegre. Enterrou a REPUBLICA VELHA do bico de pena eleitoral da falsa democracia liberal herdada do Império escravocrata e inaugurou o BRASIL MODERNO, industrializado, institucionalizado e, paradoxalmente democrático. Os liberais, sob inspiração dos paulistas, criticam o velho Vargas como autoritário. Na verdade, Vargas impediu por duas vezes , que os militares dessem oigolpe: Em 30, porque o Presidente W.Luiz já fora deposto por uma Junta Militar , RECHAÇADA por Vargas no curso de sua campanha revolucionário rumo ao Poder; e em1937, quando institui o ESTADO NOVO, acossado à esquerda e à direita, esta apoiada por militares que desejavam levar o país ao nazi-fascismo. Em homenagem à REVOLUÇÃO DE 30 durante muitos anos as eleições no BRASIL eram realizadas no dia 3 de outubro. ´Para facilitar o processo, entretanto, deliberou-se transferir a data para o domingo mais próximo.
“A Revolução de 1930 é considerada o acontecimento da história do período republicano brasileiro que pôs fim à chamada República Velha e, mais do que isso, foi o acontecimento que também deu fim às articulações políticas entre as oligarquias regionais do Brasil, que sobrepunham os seus interesses particulares aos interesses do Estado e da Nação como um todo. O principal protagonista da Revolução de 1930 foi Getúlio Dorneles Vargas, então presidente (nome que se dava aos governadores da época) do estado do Rio Grande do Sul. Para melhor compreendermos esse episódio de nossa história, é necessário saber qual era o cenário político da época. É o que será exposto no tópico seguinte.
A formação da Aliança Liberal (AL) e as Eleições de 1930
O cenário político do biênio 1929-1930 foi um dos mais conturbados não só para o Brasil, mas também para boa parte do mundo, sobretudo em virtude das consequências da Grande Depressão Americana, provocada pelo “crash” da Bolsa de Nova York. A economia cafeeira paulista, que movimentava grande parte da economia brasileira à época, foi diretamente atingida por esses fatores externos. A oligarquia que comandava esse setor da economia também tinha o controle do poder político e buscava delinear um futuro de recondução à estabilidade econômica por meio da sucessão no cargo da presidência da República. Em 1929, o presidente era o paulista Washington Luís, que, contrariando os acordos da “política do café com leite”, indicou como seu sucessor outro político paulista, Júlio Prestes.
Essa desavença entre as oligarquias de São Paulo e Minas foi acompanhada da organização de uma outra frente, formada por políticos de outros estados, como Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraíba e Rio de Janeiro. Essa frente ficou conhecida como Aliança Liberal, ou AL. O objetivo da AL era lançar candidatos à presidência e à vice-presidência que viabilizassem uma alternativa ao joguete oligárquico. Os candidatos em questão, para disputar as eleições de 1930, eram Getúlio Vargas, presidente do Rio Grande do Sul (para a presidência), e João Pessoa, presidente da Paraíba (para a vice-presidência).”