Os defensores do discurso dos membros do STF afirmam que as manifestações nas ruas são uma “ameaça à democracia”. Só que não. Penso que ameaça REAL a democracia é a Censura que o ministro Alexandre de Moraes está fazendo com algumas pessoas, jornalistas e políticos, ultimamente. Não existe democracia sem liberdade de opinião, pois a democracia É a liberdade de opinião, seja ela exercida através de escrita, de fala, de visão e principalmente de manifestação.
Em 2013, a Rede Globo e outras emissoras, que tinham liderança de audiência, passavam o dia inteiro mostrando pessoas se manifestando pelas capitais do Brasil. Manifestações estas que incluíam depredação de lojas, de postos bancários, feitas através de pessoas mascaradas… E era chamada somente de manifestação… Só houve posicionamentos quando jornalistas foram atacados por baderneiros.
Desta vez famílias, idosos, jovens e pessoas pacíficas estão pedindo que seja revisto o processo eleitoral, o que é direito de qualquer um fazer. E muitas emissoras de TV sequer mostram, agindo como se isto acontecesse em outro país.
Se os manifestantes têm razão ou não é outra coisa… E esta resposta não pode ser dada pelo STF através de censura ou de ameaças. Deve ser dada com explicações, com abertura de dados, com transparência – falando direto com o povo NO BRASIL ao invés de nos Estados Unidos, dando Palestra em Nova York em horário de expediente.
Penso que os ministros do STF pedem para serem criticados e até ofendidos por pessoas mais temperamentais, ao ir para fora do país quando a população está protestando, justamente por atitude deste tribunal. Estão brincando com a inteligência dos brasileiros.
Responder a ação de bolsonaristas (ou não), ameaçando quem filma ou dizendo “perdeu Mané”, chega ao ridículo da arrogância, o que realmente importa neste momento. Ministro do STF não deve ser arrogante frente ao povo. Deveria ser altamente humilde, mesmo que respondam o que seus interlocutores não querem ouvir ou se se sintam ofendidos, porque ganham muito bem para isto.
PARA ONDE VAI O PP DO RS?
Com a reeleição do governador Eduardo Leite no RS, as danças das cadeiras partidárias do RS tiveram novidades. A maior delas se refere ao MDB, que, junto com o PSDB teve de se unir ao PT para levar a eleição que estava na mão do deputado Onix Lorenzoni no 1º turno. Como o MDB gaúcho é adversário antigo do PT, esta aproximação é de se destacar. E agora?
O PP do RS também está em uma sinuca de bico. Deu chance ao seu candidato a governador, o Senador Luiz Carlos Heinze, para que concorresse a eleição contra o PSDB – PSDB de Leite, no qual o PP até então estava na base no governo, com a presença de fortes nomes do partido em secretarias importantes de Estado. E que, consequentemente, teve que se retirar do governo Leite, quando, afinal, Heinze não decolou (para minha surpresa). Ficou um para cada lado se olhando. E agora?
Heinze e o PP gaúcho em geral também são adversários do PT, com poucas exceções municipais pontuais (como houve em Torres no governo Nílvia). E agora, ficou distante do PSDB justamente pela aproximação entre Tucanos e petistas no pleito à governador, sendo que Leite também está junto com o MDB (adversário dos progressistas há anos, principalmente em pleitos municipais no RS).
No âmbito federal, o PP gaúcho sempre foi alinhado à Bolsonaro. Mas o partido já participou de governos do PT no tempo de Lula e no tempo de Dilma. Será que, neste governo federal de Lula, os progressistas irão mais uma vez se aproximar do governo e abandonar o apoio à Bolsonaro? E o PP gaúcho, liderado pelo Senador Heinze?
CENTRO DEVERIA SER… CENTRO
Neste contexto polarizado que estamos no Brasil, uma posição de partidos de centro (chamados de Centrão) de forma independente, sem participação em governos mais de esquerda (como o PT) ou mais de direita (como o PL) seria um formato saudável para nós, simples cidadãos brasileiros. As pautas no congresso nacional serão protagonistas de embates históricos entre pensamentos tradicionais e progressistas nos costumes (tradicionais pela direita e progressista pela esquerda) e liberais e intervencionistas na economia (liberais pela direita e intervencionista pela esquerda). E o Centrão se dividiria em apoios ao governo Lula em alguns casos e oposição em outros, conforme a sigla. Isto faria com que os próprios partidos mais de centro (PTB, MDB, PSD, Republicanos, dentre outros) se auto diagnosticassem sobre suas dúbias posições ideológicas. E faria com que o governo ganhasse em votações de Projetos de Leis em algumas matérias e perdesse em outras (o que é saudável).