Analisando a COP 28

Documento final da COP 28 afirma, quanto ao clima, que a ação humana do século que teve um salto de almas de 1,2 bilhão para 7 bilhões, com reflexos nos processos de produção urbana e rural e na formação de grandes metrópoles, está intensificando o efeito estufa na atmosfera com riscos de elevar a temperatura média do planeta a níveis catastróficos.

FOTO – Abertura da COP 28 (em Flickr UNclimatechange)
14 de dezembro de 2023

No último dia da COP 28, foi divulgado em Dubai, Emirados Árabes, epicentro da exploração mundial de petróleo, o documento final da Conferência, negociado entre 195 países. Trata-se do prosseguimento da COP 21 de Paris, em 2015, que, por sua vez, deu prosseguimento a Agenda 21 aprovada na Rio 92, que consagrou o princípio da sustentabilidade nos processos de desenvolvimento no mundo, com ações sobre clima, biodiversidade, desertificação e água.

Afirmam, quanto ao clima, que a ação humana do século que teve um salto de almas de 1,2 bilhão para 7 bilhões, com reflexos nos processos de produção urbana e rural e na formação de grandes metrópoles, está intensificando o efeito estufa na atmosfera com riscos de elevar a temperatura média do planeta a níveis catastróficos. Alguns são ainda reticentes com este imperativo, debitando-o à conspirações extremistas. Outros, porém, advertem para o fato de que a superação da era do petróleo será longa pelo simples fato de que as fontes alternativas são caras e também poluidoras. Os países em desenvolvimento, portanto, que têm papel bem menor na degradação ambiental do planeta não podem pagar o preço de seu atraso econômico diante do salto tecnológico. Precisam de ajuda internacional.   O acordo da COP 28 menciona que o países devem fazer a transição dos combustíveis fósseis até 2050, mas não agradou os ambientalistas e ONGs presentes ao Encontro.   Também propõe que seja triplicada a capacidade de energia renovável a nível mundial até 2030. Teria dado o primeiro passo rumo a nova era verde.

Para analisar os avanços e as omissões desta edição da COP, Natuza Nery, em O ASSUNTO do dia 14 dezembro, Podcast do g1,  recebeu Daniela Chiaretti, repórter especial de meio ambiente do jornal Valor Econômico e Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil. Assim se manifestaram:

“Daniela apresenta o que considera “as três pontas” que o planeta precisa trabalhar para que o aumento da temperatura global não passe de 1,5°C em relação à média do período pré-Revolução Industrial. São elas: a “discussão do dinheiro”, a ser realizada na COP 29, no Azerbaijão; os “novos compromissos climáticos”, que serão apresentadas na COP 30, em Belém, no Brasil; e a “transição energética”, principal pauta da Conferência deste ano; Ela comenta o texto que deu forma final aos debates realizados em Dubai, que nasceu de recomendações “desesperadas” de cientistas e teve aprovação de 198 países. “O grande artigo, o elefante na mesa, apresenta um cardápio de oito soluções para a transição energética e pede ações profundas, rápidas e sustentadas”, resume;

Carlo justifica a escolha dos Emirados Árabes Unidos – 7º maior produtor de petróleo do mundo – como sede da COP deste ano, justamente na edição que debateria o futuro dos combustíveis fósseis. “Trata-se de uma boa provocação”, afirma;

O CEO do Pacto Global da ONU destaca o protagonismo brasileiro nesta pauta, afinal “não existe um mundo neutro em carbono se o Brasil falhar”. Ele justifica que temos uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta e, somados ao Congo e à Indonésia, 80% das florestas tropicais do mundo. “Isso traz várias vantagens comparativas para o Brasil”, conclui.




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