CONCORRÊNCIA boa para construir o PORTO em Arroio do Sal

Coluna de Fausto Jr - Jornal A FOLHA - Torres - RS - Brasil

Porto de Itapoá ( foto acima) seria modelo para possível terminal portuário no litoral norte do RS
18 de fevereiro de 2020
Por Fausto Júnior

O que está certo referente ao Terminal Portuário de Carga que será construído no Litoral Norte do RS é que será em Arroio do Sal. As medições e as articulações fizeram com que houvesse esta decisão técnica, após trabalhos de sondagens de engenharia e políticas locais. Mas a empresa que irá construir o porto e, consequentemente, explorar o local comercialmente (venda de embarque e desembarque de carga e de grupos de turismo) ainda não está definida. Existem dois grupos na concorrência. E quem vai dar o veredito final sobre quem vai ter a Licença de Construção e a Licença de Operação Comercial é a Agencia Nacional de Transportes Aquáticos Comerciais (ANTAC).

A primeira empresa que apareceu no processo veio de uma demanda feita junto ao então deputado e agora senador gaúcho Luiz Carlos Heinze, com apoio do ex-prefeito de Passo Fundo Engenheiro Carrion, agora sendo representada por um grupo econômico da empresa Alfa Brasil. Estes estão com um terreno separado para a construção do terminal na Praia de Rondinha, próximo ao centro de Arroio do Sal.

Mas depois apareceu outra empresa, com terreno já adquirido, que apresentou empresários Russos que estariam interessados em financiar o empreendimento.  Este grupo está sendo representado pela empresa Doha SA, de Santa Catarina e que já estaria prospectando a construção de um porto na região há tempo. O senador gaúcho Lazier Martins e um grupo do PTB (nacional e gaúcho) estão dando apoio a esta iniciativa. O terreno comprado neste caso é no lugar chamado Arroio Seco, mais para o lado de Torres, mas dentro do município de Arroio do Sal.

Quem ganha em tudo isto é o consumidor, ou “os consumidores”, na ponta. Com a concorrência, a tendência é de oferecimento de MAIS QUALIDADE e menos custo de operação e construção por parte dos interessados. Como qualquer concorrência, quem ganha é o consumidor, pela lei de oferta e procura (duas empresas brigando por um espaço). E isto é bom. Consumidor são também os cidadãos de Arroio do Sal, além das empresas que irão contratar fretes MAIS BARATOS e com MELHOR estrutura portuária.

Uma destas empresas está inclusive já se instalando na cidade de Arroio do Sal e fazendo articulações com as autoridades políticas locais. Com certeza, a outra irá assim o fazer em breve. Mas quem vai decidir é a ANTAC. Depois virão as aprovações ambientais (Instituto Chico Mendes – IBAMA) e as autorizações estaduais e municipais. No caso de Arroio do Sal, a adequação do Plano Diretor Urbano local para que haja a permissão da construção do Porto no Terreno e a operação portuária no sistema urbano local, quando já estará definida a sua localização. Se na Rondinha ou se no Arroio Seco.

E a prefeitura de Arroio do Sal já pode começar a projetar suas coisas em cima de um orçamento que pode multiplicar em até cinco vezes ou mais, com o tempo.

 

DADO BIER em TRÊS CACHOEIRAS. Um GOLAÇO!

 

O prefeito de Três Cachoeiras também fez seu “tema de casa” ao oferecer incentivos para que a fábrica da Cervejaria Dado Bier fosse lá construída. Eduardo Bier Correa (O Dado) é GAÚCHO – embora seja atualmente protagonista no mercado nacional de cervejas especiais. Sua família e ele são veranistas de Torres, portanto possuem carinho especial pela cidade que foi até alguns anos atrás um bairro torrense. Três Cachoeiras tem bastante participação de descendentes de alemães em sua população, o que combina com cerveja e com parte da origem de Dado Bier. E Três Cachoeiras tem bastante gente dona de caminhões de frete, uma necessidade eminente da distribuição de cerveja para todo o Brasil.

Claro que foi o empresário que viu tudo isto e foi propor parceria com a prefeitura da cidade. Mas é de se elogiar uma ação duplamente positiva do prefeito Flávio Lipert (Ratinho). Além de plantar a possibilidade de centenas de empregos diretos e milhares de indiretos, de captação de impostos para os cofres públicos para o futuro e de aproveitamento da localização estratégica de Três Cachoeiras (na beira de BR 101 e a 150 km de POA, 150 KM de Caxias, 100 de Criciúma e 250 de Florianópolis), ele fez parceria cultural e de afinidade de atividades econômicas (povo alemão e com caminhoneiros).

Golaço. Parabéns para os dois lados. Tipo da parceria ganha-ganha…

 

ÉTICA… de CIDADÃOS e de GOVERNANTES

 

Em Porto Alegre há um debate sobre cobrar a entrada (pedágio) de veículos de outras cidades dentro da capital. A proposta progressista do prefeito Marchezan visa diminuir o congestionamento das vias de Porto Alegre, muitas vezes causado por pessoas que moram em cidades do entorno (Grande POA), tipo Alvorada, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Guaíba e Viamão, por exemplo, que servem como cidades – dormitório para alguns profissionais, que trabalham (ganham) e atendem suas demandas de Saúde, Educação e etc. dentro da Capital, mas têm residência em outras cidades.

O projeto é polêmico. Parece que a votação deverá ser transferida, já que existem outras taxações, como em motoristas de aplicativos, por exemplo. E o objetivo final é de diminuir quase por um terço o preço das passagens de ônibus com o repasse destes recursos para o sistema de Transporte Coletivo, além de diminuir o engarrafamento. Bom projeto, embora um pouco paroquial demais.

Cidades polo como a Torres também de certa forma fornecem sua estrutura urbana, comercial, de prestação de serviço e, principalmente, de atendimento público gratuito na Saúde e na Educação para cidades várias do entorno, algumas pertencentes ao Estado de Santa Catarina, inclusive, como a cidade do Passo de Torres, que mais é um bairro de Torres por sua proximidade urbana praticamente sem interrupções.   E em alguns casos, o sistema de atendimento público fica afogado, com a ambulancioterapia funcionando em alto giro, onde prefeituras, em alguns casos, ao invés de fornecerem serviços médicos em suas cidades, preferem mandar para Torres, tanto para o Hospital (este totalmente legítimo porque é do governo do Estado – embora no caso do Passo e outras cidades catarinenses deveriam ser cobertas com recursos do governo do estado vizinho) e até para o nosso Postão (o Pronto Atendimento 24 horas).

Sugiro que haja mais ética de cidadãos e de prefeitos em se manter neste sistema aberto, mas que tem custos. As prefeituras vizinhas deveriam colaborar com a prefeitura de Torres de forma matemática por conta do atendimento dos cidadãos de suas cidades, dividindo os ônus e não só o bônus como dividem hoje. As de Santa Catarina deveriam até sugerir convênios entre os estados para que haja sustentabilidade no sistema, já que em muitos casos, a cidade de Mampituba também é atendida no hospital da cidade catarinense de Praia Grande, como casos do Passo atendidos no Hospital de Torres.  Mas teria de ter alguma medição matemática, sinônimo de sustentabilidade.

No Pronto Atendimento o sistema acaba pesando muito sobre Torres. A população cobra mais e melhor atendimento do que o padrão SUS, o que é aproveitado por populações de outras cidades, mas pagos pelos cofres de Torres e com riscos de entupimentos no sistema por conta de mais gente de fora vir aproveitar as “boas novas” de Torres.

Já o povo em geral (simples viventes como eu) poderia “ligar o GPS” da cidadania antes de decidir algumas coisas. Por exemplo, emplacar carrões no Passo de Torres quando mora em Torres não é justo. Ainda mais se, a seguir, ficar reclamando dos buracos das ruas de Torres. Que reclame do Passo, se emplacou o carro no Passo, não acham?

Emplacar carro no Passo, morar no Passo e pedir atendimento no Postão de Torres e ainda reclamar é cinismo. Se morares no Passo e emplacares o seu carro no Passo, que tu peça atendimento no Passo, não acham?

A questão não é LEGAL – a lei exige que o atendimento do SUS e o direito de ir e vir sejam abertos e universais. Mas, acho eu, a questão é moral. Para cidadãos e para prefeitos. Olho nos lances!

Que emplaque o carro e more onde é atendido. Mais ético e mais cidadão, não acham?

 

 

 




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