Danças das Cadeiras em Torres

Coluna de Fausto Jr - Jornal A FOLHA - Torres - RS - Brasil

Imagem Google Blog Carlos Santos
20 de fevereiro de 2020
Por Fausto Júnior

 

O vereador Rogerinho anunciou publicamente na última sessão da Câmara, a já oficial TROCA do Secretário de Obras do Governo Carlos. Pelo que disse o vereador em seu espaço de tribuna, sai Davino Lopes e entra o Maurinho, que estava no segundo escalão.  Davino sai para se preparar pessoalmente e a seguir se enquadrar legalmente para concorrer a vereador (ou outro cargo) na eleição municipal de outubro próximo.

Rogerinho elogiou o Maurinho publicamente, sem tirar os méritos do cargo de Davino, muito elogiado em geral pela ética e pela sinceridade de suas palavras. Mas Maurinho é polêmico e já recebeu críticas de vereadores da atual legislatura e da passada, por estar junto de acontecimentos nebulosos, principalmente ocorridos no governo passado.

Mas parece que se trata de briga política por poder e partidária. Veremos na prática a partir das próximas semanas, se confirmar  a troca de cadeiras anunciada por Rogerinho.

 

Danças das Cadeiras II

 

A secretaria de Administração do Governo Carlos Souza já mudou muito.  Atualmente Cláudio Paranhos está dirigindo a pasta. Mas antes dele já teve, pelo que me consta, mais cinco pessoas desde o início do governo. Praticamente um a cada sei meses…

A secretaria é bastante importante por motivar os servidores (principalmente os estáveis) para que trabalhem de uma forma harmoniosa, como um time que busca do desenvolvimento da cidade de Torres e, consequentemente, de  sua população. E trabalhar em time exige técnicas de endomarketing.

Além de trabalhar PARA DENTRO, este secretário tem a missão de negociar salários e planos de carreira com o sindicato da categoria, além de ter de articular com o Poder Legislativo projetos que envolvam mudanças nestes itens: remuneração e plano de carreira.

Um gestor deste tipo se compara a um treinador de futebol. Ele tem que motivar os recursos humanos para que joguem o jogo do governo de forma motivada (acreditando no projeto). Portanto mudar muito o perfil profissional não é saudável. Deixa os interlocutores (Recursos Humanos, sindicato, vereadores, dentre outros) inseguros, porque cada um é cada um, como a torcida e os jogadores de um time de futebol.

Tomara que as mudanças tenham parado por aí. Pois é ano eleitoral

 

Saneamento é modernidade

 

O Governo Carlos Sousa anuncia obras de implantação de rede de captação de esgoto em Torres para os bairros Igra Sul, Curtume e São Francisco. A previsão é de que a Corsan acabando este trabalho chegue a mais de 80% de captação e tratamento do esgoto produzido na cidade.

No Governo João Alberto (2005 e 2012), foi implantada a captação de esgoto no bairro Stam e iniciaram as obras (que só vão acabar agora) da implantação do esgoto no Igra Norte e em parte do Getúlio Vargas. Naquela época já havia projeção da universalização do saneamento sanitário na cidade (mais de 80% é considerado universalização no conceito da engenharia).  O bairro Guarita está sendo aos poucos saneado com obras realizadas pelos condomínios que têm se instalados na região, como forma de compensação ambiental e de impacto de vizinhança. Depois vai faltar somente a Vila São João, Salinas, Faxinal e São Jorge para completar a área urbana. A seguir restarão as praias do sul que devem ser o desafio, mas podem receber planejamento por fomentar empreendimentos com a construção de infraestrutura de saneamento como contrapartida ambiental.

Captação e tratamento de esgoto é civilidade. Prefeitos que optam por investir nestes itens têm de ser parabenizados. Embora seja obrigação, muito poucos no Brasil optam por enterrar dinheiro em encanamento.

As pessoas se livrarem do mau cheiro do esgoto sem encanamento bom e dos riscos de doenças que causam estes locais sem tratamento é um alívio. Levanta a autoestima de qualquer vivente.

O cálculo mundial é o seguinte. Cada unidade de moeda aplicada em saneamento gera quase 10 vezes a economia em Saúde Pública.

 

Cartilha no ensino pode?

 

O vereador Tubarão, em seu pronunciamento na última sessão da Câmara, reclamou que a prefeitura gasta R$ 1 milhão no novo sistema de ensino aplicado nas escolas municipais de Torres, mas que, pelo que avalia, o mesmo sistema de certa forma estaria engessando a criatividade e a autonomia dos docentes. Para Tubarão, reclamações que vêm ao seu gabinete estariam dando conta que os professores não estariam podendo exercer a profissão conforme aprenderam nos bancos acadêmicos. A reclamação é a de que eles (professores) devem seguir as instruções do método.

Para mim existe problema se o método não respeita as diretrizes básicas do Ensino. Se assim for, estaria irregular. Mas se um governo resolve colocar um método mais afirmativo, com propostas mais focadas e, consequentemente, com menos autonomia dos docentes, se trata de escolha ideológica.

Mas ideologia é isto. Se Tubarão prefere um sistema mais aberto, mais na mão de cada professor, deve, sim, brigar por ele. Mesmo que não seja motivo para desqualificar totalmente o outro.

 

Ingredientes diferentes, mesma obra. Difícil!

 

O vereador Marcos Klassen, em sessão da Câmara de Torres reclamou (com razão) de mais uma “sequela” deixada por obras feitas sem planejamento de impactos na cidade. Ele disse que a “Lombo Faixa” colocada defronte a Escola Zona Sul – inclusive demanda lutada por ele – acabou gerando um efeito colateral: o entorno do equipamento de controle de velocidade veicular acabou gerando acúmulo de água de até 30 cm de altura (conforme disse o vereador) por não estar previsto local de vazão de água quando chove.

Marcos lembrou e também de –  forma legítima –  sua luta desde sua primeira legislatura na Câmara que trabalha para tentar incutir na cultura dos prefeitos e secretários de Obras, que planejem as ações e definam prioridades. Por exemplo, não asfaltar uma rua que, a seguir,  será colocado canos de captação de esgoto; não asfaltar sem antes definir uma forma de fluir as águas pluviais (chuvas).

O vereador acerta, mas os “pacotes” de verbas de ministérios e os pacotes de verbas para emendas parlamentares não preveem estas questões. Geralmente tem pacote de esgoto cloacal, pacote de encanamento pluvial, pacote de asfaltamento contendo somente sinalização vertical e horizontal. Daí fica difícil. Não existe bolo com todos os ingredientes. Deveria, mas não existe.

Sugestão: pedir para parceiros de partido que trabalham no Congresso Nacional que sugiram pacotes completos no Ministério das Cidades, ou no Ministério do Turismo, ou no Ministério da Saúde (saneamento).  Os valores ficam maiores, mas se encaixam melhor na realidade da grande maioria de cidades. Do jeito que está, os gestores se agarram na verba, mesmo sabendo que a seguir deverão quebrar o asfalto para colocar canos. Eles não vão negar verba, duvido.  E na frente aparece a incongruência, que na verdade é causa de falta de alternativa e não de planejamento e gestão.

 

 

 




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