Na eleição para prefeito em Torres, os partidos e os políticos podem aproveitar e buscar no diagnóstico local a forma de montar suas plataformas de governo para que baseiem suas promessas eleitorais.
Penso que as prioridades eleitas para as melhorias locais são, como sempre, as oportunidades.
O governo atual afirma que os investimentos nos oito anos de gestão foram equilibrados e atenderam um pouco ou o possível em várias frentes – do turismo aos moradores. Já a oposição e até alguns vereadores de partidos da base aliada reclamam que houve falta de recursos para os bairros periféricos, que teriam sido causados pela escolha da atual administração por obras para a melhoria da infraestrutura do turismo. Um embate projetado, ou não?
FALTA DE ACESSO GERA FUNIL ESTRUTURAL
Na prática nós vimos uma Torres que está em uma fase de crescimento urbano acima da média, principalmente do veranismo. Isto tem mostrado funis nos gargalos do movimento. O fato de ainda termos somente um acesso completo e estruturado na cidade tem prejudicado sobremaneira o fluxo de entrada e saída de turistas na temporada.
Esta falta atinge negativamente a todos: os que querem impulsionar o turismo – pela falta de conforto no fluxo de entrada e saída no “destino Torres” de férias e de veranismo, assim como nos que reclamam de estrutura para moradores que precisam trabalhar, mais ainda no verão, para suprir seus ganhos anuais, mas não encontram estrutura urbana para ir e vir do trabalho. Falta de vias, falta de água potável em alguns lugares, falta de luz e iluminação pública na periferia e etc.
Trabalhar na nova entrada sul de Torres, preferencialmente ligando a BR 101 e o centro (Talvez pela estrada que liga o posto Belvedere e a Avenida Independência, passando pela Estrada do Mar) seria para mim uma boa plataforma de governo.
Acionar a entrada Norte (Vila São João -Salinas) também ajudaria, o que exige que a Rótula da Ulbra seja mais bem adaptada para receber mais movimento, e talvez criar uma ligação mais reta da Castelo Branco com os bairros ao sul do centro (via esta rótula, pelo parque, para evitar que se afunile o trânsito na entrada tradicional da Avenida Rio Branco/Castelo Branco.
Melhorar o funcionamento da ligação Passo de Torres/Torres também poderia desafogar o trânsito através do uso da entrada via BR 101 pelo Passo de Torres, dos turistas vindos do Norte (como já ocorre). Ou não?
Engarrafamentos durante todo o período entre o Natal e a primeira semana deste 2024 provam cabalmente esta carência em Torres: a necessidade de aumentar as bocas do atual funil de entrada e saída da cidade. Feliz 2024. Olho no lance
ARROIO DO SAL DEVE FOCAR NO PORTO
As propostas de governo, tanto para prefeito quanto para vereador na cidade de Arroio do Sal, tendem a focar na esperada construção do Porto Comercial Marítimo no município.
Planejar justamente o fluxo de entrada e saídas da cidade para atender o forte aumento de movimento do centro (e das praias ao norte do centro) é um tema de casa dos administradores futuros. Projetar as vantagens sociais da entrada do porto também, como o aumento de emprego e de mão de obra operacional e gerencial devem ser aproveitadas, mas sem antes planejar a estrutura social para receber este aumento, como distribuição diferenciada de serviços de Saúde, Educação e Segurança… tudo imaginando os fortes aumentos populacionais que deverão ser gerados pela implantação do porto.
Estava previsto até a implementação, por parte de um grupo de investidores, de uma espécie de cidade estruturada em praias do norte de Arroio do Sal e do sul de Torres, buscando atender esta demanda de crescimento populacional de trabalhadores no ano inteiro, uma espécie de cidade satélite completa para receber empreendimentos imobiliários para trabalhadores. A ideia pode voltar a ser pensada, já que parece que seria uma parte do projeto dos investidores russos que afinal não ganharam a luta pela construção do terminal portuário. Administrações públicas poderiam conversar com estes empreendedores, caso eles ainda queiram implantar esta ideia. Boa proposta de governo para os partidos que irão disputar a eleição de 2024 arroiosalense.
TURISMO ECOLÓGICO EM TRÊS CACHOEIRAS, MORRINHOS E MAMPITUBA
Oferecer comercio e serviço para os empreendedores do transporte em Três Cachoeiras – para fazer com que o dinheiro ganho pelo sucesso destes empreendedores do setor gire dentro da cidade, como está sendo feito – deve ter continuidade… Mas o avanço do turismo ecológico, uma tendência mundial de novas formas de férias e descanso das pessoas que moram em cidades grandes, pode ser uma forma do município melhorar o acesso e a estrutura urbana das localidades do interior.
Explorar as Cachoeiras, os Cânions e as Trilhas Naturais pode ser uma boa forma de melhorar mais ainda as atividades agrícolas familiares e ecológicas dos produtores do município, já existente, e que também faz parte de uma nova tendência de consumo de moradores cidades grandes que buscam descansar em destinos de turismo ecológico.
LIGAÇÃO COM CIDADE DE PRAIA GRANDE (SC)?
Morrinhos do Sul e Mampituba, com mas montanhas e proximidade dos cânions, também podem aproveitar o aumento deste tipo de Turismo a dar mais estrutura para acessos ao interior dos municípios. Buscar uma ligação com o modismo do Balonismo e da exploração de trilhas na serra, atualmente em forte expansão na cidade de Praia Grande (SC), seria uma forma rápida destes dois municípios gaúchos acelerarem a criação de divisas com o turismo. No caso de Mampituba, explorar o rio com passeios de barcos, caiaques, e brinquedos de boias também pode ser uma forma de crescer espelhado no exemplo da vizinha catarinense de Rio Mampituba.
Unir Morrinhos, Mampituba, Três Cachoeiras e Torres na exploração desta nova forma de turismo (que funciona o ano inteiro) é uma boa ideia. E projetos turísticos já colocados no papel no passado, unindo estes três municípios, podem ser retomados.
Se ligarem, ainda, as cidades locais com os municípios da Serra, como Cambará, São Francisco de Paula e etc. seria outra ideia… talvez com um Teleférico ajudando, quem sabe? Feliz eleição.