EM TORRES! Pasteurização ou INDEFINIÇÃO ideológica?

19 de março de 2019

A situação POLÍTICA na Câmara de Vereadores de Torres está confusa. Um dos sintomas foi a falta de posicionamento dos governistas e dos opositores da Câmara sobre os importantes FATOS que aconteceram no cenário político na prefeitura, com a saída do vice Fábio Amoreti de seu partido e após com a saída do PDT (ex- partido do vice) da base governista, todas de forma solene (com cartas abertas). Como o motivo alegado por Amoretti da saída do PDT foi a virada à esquerda que o partido teve, estava aí uma chance de vereadores se posicionarem sobre este importante tema (esquerda/direita). Mas nada foi falado sobre este tema.
As únicas posições compartilhadas em público foram dos pedetistas na Câmara: Rogerinho e Dê Goulart lamentaram a retirada do vice de seu partido e ambos acham que o PDT perdeu com isto. Rogerinho, inclusive, leu uma carta de Amoreti na última sessão da Câmara, mostrando mais ainda sua solicitude junto ao ex-companheiro.
A oposição (MDB) sequer falou sobre o assunto.

Pasteurização ou INDEFINIÇÃO ideológica II

O governo Carlos Souza na prefeitura tem demonstrado claramente que acredita no caminho do fortalecimento das atividades PRODUTIVAS de Torres (turismo e veranismo) como forma de desenvolvimento. Ele não deixa de cumprir as obrigações sociais: Saúde, Educação, Assistência Social, regularização de bairros periféricos e etc., mas tem colocado SEMPRE a estrutura de turismo e veranismo como temas importantes para recebimento de verbas, como o Parque do Balonismo, o próprio Festival, equipamentos de beira de praia e decoração das vias públicas (canteiros, arborização e etc.), mesmo quando ainda existem demandas sociais.
Mesmo com estes claros sinais de “caminhos pela economia” tomados no poder pelo governo Carlos, eu não vi nem a base aliada na Câmara (PP, PTB, PT e Rede) afirmar alguma coisa sobre esta atitude mais voltada para o mercado da prefeitura; nem ouvi a oposição falar mal destas posturas. Vi somente nas posições do vereador Pardal (PRB) uma opinião mais crítica a este lado escolhido, quando fala que, para ele, os investimentos locais deveriam se voltar prioritariamente para a Saúde, por exemplo, cobrando consequentemente economia em investimentos em eventos, como o Balonismo, para suprir suas demandas.
Isto mostra que a posição dos vereadores não está certa sobre as prioridades IDEOLÓGICAS. A maioria deles têm escolhas pontuais sobre o que fariam antes (prioridades), mas estas posições não são homogêneas. Ao contrário, às vezes são até contraditórias, quando o mesmo vereador em alguns casos é a favor do progresso através do incentivo à produção, mas a seguir se posiciona a favor de uma posição mais socialista, mais corporativista em favor do Estado, uma dissonância cognitiva.

Pasteurização ou INDEFINIÇÃO ideológica III

Isto não é uma situação que ocorre somente em Torres, Arroio do Sal, Três Cachoeiras e etc. A falta de posições claras se espalha por todo o Brasil. A confusão do papel do Estado na sociedade construída pela proliferação de vários partidos que surgem no horizonte brasileiro acabou se espalhando até dentro de agremiações tradicionais, como MDB (Ex- PMDB), Progressistas (Ex PP, ex PDS) e até no PDT, que agora volta mais para a esquerda, donde foi criado com a posição clara de socialista do fundador Leonel Brizola. As coligações esdruxulas que surgiram ultimamente como, por exemplo, PP com PT (aqui em Torres em outros vários locais) mostram o resultado desta confusão e pasteurização.
Mas estas indefinições não são saudáveis para a sociedade. Pra mim, o político tem que saber claramente de que lado está: se acredita que o desenvolvimento vem através do crescimento do sistema produtivo, abrindo mão de distribuição de renda de forma social em prol de investimentos no sistema produtivo em alguns casos; ou se o desenvolvimento vem através do investimento direto nas pessoas, abrindo mão da competitividade empresarial em prol do bem estar social.
É claro que no meio disto existem variações. Mas o caminho sempre deve ser o mesmo, Se não, as posições ideológicas são INDEFINIDAS. E a política nasce das DEFINIÇÕES.

TROCAS DE PARTIDOS

Estamos a um ano e meio das eleições municipais. E estas indefinições gerais e locais são o horizonte que está à frente dos políticos locais, de Torres e de todo o Litoral Norte (assim como em todo o Brasil). Mas as eleições do ano passado mostraram movimentos claros de posicionamentos ideológicos.
Na extrema direita (liberal na economia e conservador nos costumes) se posiciona o PSL (Partido Social Liberal) do presidente Jair Bolsonaro. Junto a ele aparecem claramente os Progressistas (ex-PP) o DEM, alguns partidos ligados às religiões evangélicas e outras agremiações menores.
Na extrema oposta, o PT é protagonista com PC do B e PSol. O movimento Lula Livre é a extrema da extrema, o populismo de esquerda. São partidos que apoiam um Estado Grande, gostam de intervir na economia, principalmente através de taxações e multas, mas são liberais em geral nos costumes (com algumas exceções). Ainda na esquerda aparecem PC do B, PSOL, PSTU, PSB e agora o PDT.
No centro aparecem claramente MDB, PSDB, PSD. Ligados a estes, claramente centristas, vem os centristas indefinidos, formado por dezenas de agremiações que negociam interesses sem ideologia de suas bases (emprego) por posições a tomar.
MDB, PDSB e PSD têm se posicionado claramente a favor da LIBERDADE na economia, com tendência a apoiarem privatizações e a diminuição do tamanho do Estado (como a extrema direita). Mas nos COSTUMES não são conservadores. Defendem a LIBERDADE sexual, por exemplo, e evitam votar leis que restrinjam estas duas liberdades: empresarial e pessoal.
E neste contexto acho que os políticos de Torres vão escolher com o tempo (e dentro das janelas legais) novos partidos, como existem várias especulações na cidade.

TROCA DE PARTIDOS II

O vice-prefeito Fábio Amoretti saiu do PDT e anuncia entrada em uma nova agremiação local. Ele se posiciona em minha opinião como uma pessoa liberal na economia e conservadora nos costumes. Portanto ele deverá escolher um partido mais à direita, caso ele queira uma agremiação que caminhe com sua visão de mundo. Mas tem vários partidos que querem levar o médico, em ambos os lados ideológicos, justamente por este indefinição ideológica estar dentro da maioria das agremiações.
O MDB está dividido desde a eleição de 2016 e acho que os quatro vereadores do partido podem escolher outra sigla em Torres nos próximos meses. Minha opinião é de que devem trocar somente dois, pois o MDB não vai perder vereadores com facilidade.
O Progressistas, do prefeito Carlos, na Câmara também estão pouco coerentes com posições da agremiação. Os Três da casa podem trocar de sigla. Mas parece que muitos dos que estão pensando em trocar de partido querem entrar no PP, justamente porque concordam com o governo Carlos Souza. Por exemplo: o vereador Ernando Elias deve sair da Rede Sustentabilidade e voltar para o Progressistas, partido que foi eleito quando ainda se chamava PP.
O PTB pode ganhar cadeiras na Câmara. Por ser um partido conservador nos costumes e sem definição clara de ideologia na economia, pode levar muita gente. O PRB, de Pardal também, pelos mesmos motivos do PTB.
Pode até haver troca de gente que sai do MDB e vai para o Progressistas e vice-versa.
Olho no lance!




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