FANTASMAS DO PASSADO DE TORRES (parte 6): Fantasmas no salão da antiga SAPT

"Esta intrigante e assustadora história aconteceu em um dos prédios mais interessantes da cidade de Torres: o prédio da SAPT. O histórico prédio que hoje, além do condomínio de apartamentos, abriga um hotel, um banco, um restaurante e a Casa da Terra, onde já foi a sede social e o salão de eventos da própria SAPT" (por Roni Dalpiaz).

Antigo prédio da SAPT (pintura por Roni Dalipaz)
16 de junho de 2020

Esta história eu já contei, mas é tão interessante e se encaixa tão bem nesta série, de lendas e histórias, que resolvi recontá-la. Esta intrigante e assustadora história aconteceu em um dos prédios mais interessantes da cidade de Torres: o prédio da SAPT. O histórico prédio que hoje, além do condomínio de apartamentos, abriga um hotel, um banco, um restaurante e a Casa da Terra, onde já foi a sede social e o salão de eventos da própria SAPT.

O historiador e meu amigo Jaime Batista me relatou há algum tempo sobre um caso que aconteceu com uma oficineira no Centro Municipal de Cultura (hoje Casa da Terra). Ele contou que ela andava pelo corredor com seu filho e um senhor a interpelou e perguntou onde ficava o banheiro. Ela indicou o local para ele e seu filho olhou para ela e perguntou com quem ela estava falando, pois ele não viu ninguém.

Dizem que é o seu Alfredinho, um senhor de chapéu (boné) e muito bem vestido e com um jornal embaixo do braço e que já foi visto por diversas pessoas. Dizem que ele foi zelador do edifício da SAPT, e pelo jeito continua por lá.

O seu Alfredo era um homem sério de cara fechada, mas muito justo e de bom coração. Porto Alegrense radicou-se em Torres. Foi morador da rua Júlio de Castilhos por mais de 40 anos. Neste período, ele e sua família moravam em Torres durante os meses de março a dezembro de todos os anos, pois ele era zelador da SAPT (que compreendia o prédio inteiro no centro antigo da cidade).

Lendo o livro da professora Maria Helena Lima da Silva, descobri que existia uma pessoa chamada Alfredo e que trabalhava como zelador da SAPT, tudo de acordo com a descrição do conhecido fantasma do Centro Municipal de Cultura de Torres. E olhando a fotografia da família do tal Alfredo descubro que o ‘Seu Alfredinho’, para minha surpresa, era o pai de um amigo de muitos anos. Falei a história do fantasma a esse amigo e mostrei o vídeo que está no Youtube sob o título ‘Imagem do Fantasma de Torres’. Ele olhou, olhou e sentenciou: este não é o meu pai.

O fantasma famoso intitulado ‘Seu Alfredinho’ não é o Alfredo Rosa. Se não é ele, então quem seria? Na mesma noite que este meu amigo disse que não era seu pai aquela figura que aparecia na filmagem, ele considerou o vulto familiar, pois ele morava no prédio da SAPT e via e conhecia muitas pessoas que lá viviam ou passavam seu veraneio.

Não conseguindo identificá-lo, ele disse que falaria com seu irmão e com a sua irmã para ver se eles reconheceriam aquela figura. Um dia depois ele me telefona e diz que ele e seus irmão têm quase certeza de que se trata de um outro funcionário da SAPT, o seu Nilton.

Nilton trabalhava na sede da SAPT em Porto Alegre, e no verão vinha para Torres trabalhar na sede daqui. Ele era uma pessoa muito conhecida por todos, sendo assim uma figura muito popular e de fácil memorização, por isso a rapidez no reconhecimento de todos.

Conclusão: Temos certeza de que o fantasma do Centro Municipal de Cultura (hoje Casa da Terra), não é do seu “Alfredinho”, é do seu “Nilton”.

A outra certeza é que ele foi visto e filmado!

Para encerrar este assunto, não posso deixar de contar sobre a outra aparição famosa do centro de cultura: a mulher de branco. A mulher de branco é um clássico em assombração, tem uma em cada recanto do país, mas essa é nossa e autêntica.

Numas destas noites de trabalho, o vigia, estava no salão do auditório e ouviu um barulho de passos do seu lado e indo em direção a porta. Meio atordoado o vigia não pensou muito e correu em direção a porta de saída. Olhou para a porta (de vidro) e viu um vulto branco de uma mulher correndo em direção ao corredor dos banheiros. Por impulso, ele correu atrás do vulto pelo corredor escuro rumo aos banheiros. Ele ainda ouvia os passos de alguém correndo quando parou em frente a uma porta fechada. Como estava muito escuro, voltou para acender as luzes. Quando chegou ao lado da porta notou que ela estava trancada pelo lado de fora com um grande cadeado, não havia a mínima chance de alguém (vivo) por ali passar. Contam que o vigia, naquela noite, passou as últimas horas de serviço bem próximo a porta de saída dizendo: No creo em brujas, pero que las hay, las hay!

São muitas as lendas e as histórias bem ou mal contadas sobre Torres, e todas têm uma forte ligação com nossos atrativos turísticos, nossas relíquias, nossa cultura, nossa história. E como moradores de uma cidade turística, é nossa missão resgatá-las, conservá-las, lapidá-las e, principalmente, perpetuá-las.

 

 




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