MORDIDAS DE CACHORROS: Espaços ABANDONADOS acabam sendo “OCUPADOS”

Coluna de Fausto Jr - Jornal A FOLHA - Torres - RS - Brasil

4 de julho de 2023
Por Fausto Júnior

Na semana passada,  uma das notícias em  destaque na cidade de  Torres foi a de várias pessoas estarem reclamando por terem sido MORDIDAS por cachorros que estariam nas proximidades da ponte entre Torres e o Passo de Torres ( foto acima da  parte torrense). Até a imagem de uma mulher com uma perna mordida e sangrando foi colocada em redes sociais. Vereadores também difundiram as reclamações na sessão da Câmara, sugerindo que devesse se fazer alguma coisa…

Ora. Os cães estavam provavelmente junto com andarilhos que escolheram o prédio abandonado (no local) para que fosse sua estada para descanso/moradia na opção de morar na rua, um problema que se mantém em Torres, com altos e baixos. E os cachorros estavam, portanto defendendo o território de seus “tutores” ao latirem e agredirem pessoas que lá passam. Então, o problema NÃO é somente os cachorros… O problema se trata dos “tutores” dos cachorros, que se colocam de forma abrupta em um local abandonado, provavelmente sugerindo que seus amigos animais cuidem de suas moradas, mesmo que provisórias, o que eles o fazem incondicionalmente com seus amigos humanos seja lá que forem.

Não acho que a opção de viver sem morada fixa seja um crime, um pecado, uma mazela. Mas muitos casos, concordo, se tratam de pessoas que estão desorientadas, que foram de certa forma expulsas de onde moravam por serem viciados em drogas ou em bebida alcóolica, e que agora perambulam na rua. Estes sim têm de ser atacados porque estas pessoas problemáticas carregam duas coisas: 1 – um vício que necessita ser alimentado todo o dia e que os deixa com comportamentos excêntricos e violentos justamente por ingerirem em demasia seus tóxicos ou se não o ingerirem (abstinência); 2 – A falta de lar e falta de teto fixo para dormir e fazer suas necessidades fisiológicas e íntimas, porque foram expulsos d’onde moravam.  Portanto, não é uma brincadeirinha a situação destas pessoas…

Em minha opinião, a municipalidade deveria manter uma guarda municipal de ronda na cidade, para, em parceria com a BM (em casos de ação armada necessária), dispersar comportamentos deste tipo que estejam agredindo os costumes sociais, muitos considerados imorais para boa parte das pessoas civilizadas. E acima de tudo, deve acionar os interessados, a mesma guarda municipal e a BM nos casos de invasão de imóveis abandonados, seja lá por quem for. Os donos dos imóveis devem agir para que estes não sejam espaços para uso indevido por andarilhos que estão doentes e causando estorvo aos moradores que trabalham e moram em Torres e não querem ser mordidos por cachorros ou ouvir desaforos de pessoas que na prática estão doentes.

Acionar familiares dos andarilhos que fazem arruaça, e se for o caso os levar a Delegacia para fazer ocorrência, também é uma arma da sociedade para ajudar estes problemáticos, para que tentem se salvar de suas prisões internas(muitas vezes causadas pelo vício). Oferecer um dormitório provisório, por um dia que seja, é uma forma de atacar estas mazelas de forma humanitária.

Os cachorros, por sua vez, não têm culpa de terem sido largados na rua e terem sido adotados por andarilhos irresponsáveis. Eles mordem, defendendo seus territórios.

 

 

NATAL: JUSTA HOMENAGEM À ILUSTRE TORRENSE

Decoração da Loja da homenageada Guti Guti, em uma de suas edições do Natal.

 

Foi aprovado na última sessão da Câmara Municipal de Torres o Projeto de Decreto Legislativo, de autoria do vereador Silvano Borja (PDT), que concede o Título de Cidadã Emérita do Município de Torres a Zenia Borges Bauer Lumertz, por conta de esta ser responsável por “relevantes serviços prestados à comunidade torrense”. O Título Emérito será entregue em cerimônia e em data a ser combinada pela mesa diretora da Câmara de Vereadores ainda para este ano.

Minha opinião sobre ESTE título é de que ele é MERESSIDÍSSIMO. Zenia, dentre outras várias atividades locais que visam ajudar na educação & cultura dos torrenses, que se referem ao empreendedorismo e a formação profissional de pessoas em geral, se destacou durante vários anos ao implementar e lutar para viabilizar a realização da decoração das ruas centrais de Torres com temas que se referem ao Natal. Muitas vezes, a empresária torrense colocou seu próprio dinheiro para que os projetos fossem viabilizados, quando a prefeitura (de várias administrações) não colaborara perante a implementação dos projetos natalinos.  E trabalhou de forma VOLUNTÁRIA para estas questões.

E o mais importante do projeto de Zenia sempre foi a forma social e econômica da sustentabilidade dos seus projetos de Natal, se não vejamos:

1 – Os enfeites eram feitos com garrafas pet (depois foram imitados em vários lugares da região e do Estado);

2 – Os enfeites eram elaborados em boa parte por detentas do sistema prisional da penitenciaria feminina da cidade (antes de esta ser somente feminina como hoje), o que gerava uma espécie de treinamento das mulheres para o artesanato, além de diminuir a pena a cada dia trabalhado no programa.

Pra mim estas duas questões são o âmago do projeto. Era a cidade de Torres reunida para decorar as ruas no Natal frente à simbologia do nascimento de uma ideologia, de um pensamento, de recomeço dentro de um processo solidário como representa o Natal para a Cultura ocidental.  Uma demonstração dos cidadãos de que eles podem construir algo bonito dentro de um processo de inclusão social, mesmo incluindo aqueles que estão de certa forma marginalizados do convívio. E de utilizar materiais que iam ser colocados no lixo e poluir a natureza, em enfeites que simbolizavam esta atitude dos torrenses.  Tudo isto feito dentro de um espírito de doação de trabalho e de participação voluntária da sociedade, que encerrava com a decoração das ruas de Torres com enfeites natalinos, uma época que no mundo se exercita o dar presentes de uns para o outro na chagada de um nascimento de uma nova realidade solidária. Sem Lei. Por escolha de quem quer ou não participar.  Perfeito!

Parabéns a Zenia Lumertz e toda sua família, que sempre esteve unida ajudando a idealizadora em seus feitos.




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