Outra coisa que deve ter sido dita (ou pelo menos insinuada) pela coligação MDB, PT e PDT na campanha foi a de melhoria salarial e de benefícios sociais para várias categorias de servidores. Talvez por serem formadas junto com o Partido dos Trabalhadores de Torres, categorias inteiras de servidores, de funcionários terceirizados e de CCs, de uma hora para a outra, iniciaram movimentos de busca de melhorias laborais em geral após o novo governo Delci assumir, isto sem terem feito antes (pelo menos recentemente) movimentos similares durante o governo anterior, o que indica que algo foi prometido ou pelo menos insinuado durante a campanha vencedora da coligação liderada pelo MDB e que leva trabalhistas e corporativistas de categorias funcionais (junto com o PDT e principalmente o PT).
E algo do tipo deve ter sido insinuado também por alguns militantes da campanha pelo governo Delci para a sociedade em geral, fazendo que sonhos de mudança imediata surgissem, sinalizando que o governo anterior (de Carlos Souza) não estaria pagando melhores salários porque não queria. E agora, ao não conseguirem alcançar seus feitos (pelo menos ainda), um movimento de críticas aos novos gestores cresce, inclusive apoiado por vereadores da “suposta oposição”, mas também por membros do MDB (de Delci).
CRITICAS PESSOAIS SÃO UM MAU SINAL
Na sessão da Câmara de Vereadores de Torres da segunda (22/4) tiveram até ataques pessoais de alguns vereadores à secretários do governo e ao comando do governo de Torres. Até o vereador Moisés Trisch (PT) – um dos arautos do governo atual e peça chave na campanha eleitoral – citou o nome de um secretário, após fazer uma crítica a uma postura deste ante a demandas de seu gabinete. O presidente da Câmara Igor Beretta (do próprio MDB) também citou o nome de um dos líderes na administração do governo, também por este ter negado um pedido de uma entidade local sem dar explicações técnicas para isto. E o secretário de Obras também acabou sendo alvo de críticas de muitos vereadores na mesma sessão, parecendo ser uma manobra orquestrada pela câmara.
Repito: a coligação está no poder há menos de 4 meses. É pouco ainda para expor a capacidade e a ética dos governantes, quando ainda estão teoricamente avaliando a situação deixada pelo governo anterior. Provavelmente são pedidos coerente dos vereadores, mas que devem ter sido causados por erros ou omissões normais neste momento de adaptação de governança que não tem nem um semestre.
Acho que o governo Delci tem de avaliar melhor a forma que está se articulando com os vereadores da Câmara, assim como acho que a Câmara também teria que rever a sua forma de se relacionar com o governo. Me parece que tem algumas coisas simples aí, que estão sendo interpretadas como coisas mais profundas, que devem ser, sim, cobradas… mas, acho eu, somente a partir do segundo semestre deste ano. E pessoalizar as coisas pode gerar respostas, o que não é saudável porque pode gerar atritos onde todos perdem, inclusive os cidadãos de Torres, que pagam através de impostos o trabalho da política.
SINAIS CLAROS DE MUDANÇA
Quem anda pela cidade de Torres, nota claramente a tendência de troca de metodologia que está se realizando por conta (acho eu) que da troca de governo municipal em Torres. As passarelas de entrada na praia, por exemplo: o governo anterior implantou, mas não fez a manutenção pré-verão a há tempo de não acontecer de caírem de podre tábuas e tábuas delas. O governo Delci chegou a fazer uma ação contundente logo que iniciou, ação esta onde o próprio prefeito trabalhou ao trocar tábuas que estavam caindo ou apodrecendo nas passarelas. Só que a seguir os locais receberam areia e algumas outras demandas de manutenção e nada foi feito. Nem nos Molhes.
A chamada Orla Gastronômica (ou Rota Gastronômica) na beira do Rio Mampituba também mostra que o novo governo não definiu ainda um novo protocolo de manutenção das novas instalações. Talvez nem o governo anterior tivesse ainda feito este protocolo. E o resultado são reclamações de falta de limpeza nas lixeiras, nos banheiros e no piso da rota à beira rio. Acho que isto deve estar sendo providenciado. Pelo menos espero que sim…
Sugiro que a orla toda (das praias e do Mampituba) tenha uma espécie de diretor, que solicita providencias em todo o escopo do principal local turístico de Torres, incluindo providencias de limpeza, segurança, reformas e manejo de dunas. Na época do governo João Alberto (2004-2012) tinha um responsável pelo Calçadão, pelo menos parecia ser esta a função de servidor. Cuidar da orla como se fosse um local especial, independente de que bairro ou rua está.