As três candidaturas à prefeitura de Torres estão trabalhando de forma profícua. Delci & André; Mateus & França e Nasser & Tubarão têm mostrado que estão estruturados no trabalho, mesmo sem gastos exorbitantes, o que estampa responsabilidades de todas as coligações, o que consequentemente sugere (na minha opinião) que as três chapas têm competência para tocar a prefeitura, caso sejam eleitas. Organização de rua, organização de redes sociais e organização na relação com os meios de comunicação são um padrão entre os três.
Na parte da competição, também não se vê maiores desrespeitos. No início se ameaçou uma troca de farpas entre Mateus e Nasser, mas houve recuo de ambas as partes, que por sua vez deram continuidade e valorizações de seus feitos e propostas, assim como criticas às faltas de presença necessária do poder público onde a cidade demanda, se dividindo entre pontos diversos, conforme leituras plurais dos candidatos. Política profissional e ética.
TEMPEROS FORTES À VISTA?
Mas estamos próximos ao pleito. E é nesta fase que aparecem as propostas competitivas finais dos candidatos nas eleições em geral. Mesmo não tendo ainda pesquisas divulgadas em Torres, as coordenações de marketing das candidaturas já devem ter um panorama da situação atual de seus times em relações aos outros dois, o que dá alimento para a construção da estratégia da etapa final, a reta final.
Acusações pessoais, notícias falsas, aparecimento de passagens da vida pregressa nebulosas dos candidatos, portanto, ainda podem aparecer, o que obriga que os marqueteiros fiquem atentos para receber e responder aos ataques (ou ficarem quietos).
A verdade sempre ganha. E sugiro que os candidatos a mantenham nos debates, mesmo quando houver acusações. O povo acaba fazendo a avaliação certa, mesmo quando aparecem erros de alguma parte mostrados públicos. Mas faz a avaliação certa caso o discurso mantenha a verdade como narrativa, pois mentir na narrativa acaba prejudicando todo o jogo (minha opinião).
FAZENDO O QUE DEVERIAM FAZER?
O candidato Nasser representa a continuidade do PP na prefeitura, o que dá a ele vantagens por conta de muitas boas coisas realizadas em Torres no governo Carlos. Mas todo o ônus tem um bônus, como na contabilidade todo o crédito tem um débito… E quem defende a continuidade fica de certa forma engessado para propor coisas a serem feitas, quando o oponente pode sempre dizer: Por que não fizeram antes? E a campanha de Nasser tem sido bastante cuidadosa para não cair (muito) em ciladas deste tipo…
O candidato do MDB representa uma nova proposta, baseada na política conservadora de municípios já aplicada pelo partido em dois governos anteriores (2005 a 2012), mas com a assinatura do empresário Delci, que mostra a capacidade de ver as coisas de uma forma simples e sintéticas com muita capacidade. Busca trabalhar em cima do que teria faltado na cidade nos últimos anos.
Já a campanha do jovem Matheus trabalha em formato um pouco mais ativo ‘de guerrilha’ política. Coloca carências da cidade de uma forma contundente, e propões respostas também de uma forma contundente, com programas e ações corajosas, que saem do quadrado e que se mostram como uma alternativa que pode dar certo… mas deixam em aberto a pergunta (que pode ser feita pelos oponentes) se há possibilidade factual de realizar àquilo que prometem dentro do poder público, na chapa encabeçada por dois jovens políticos.
São três propostas que têm factibilidade. O governo Carlos teve muita coisa boa, o que dá respeito a proposta da continuidade do Nasser; o governo anterior do MDB também realizou muitas coisas mais sociais na cidade, o que dá respaldo às promessas de Delci. E governos inovadores que dão certo também acabam tendo capacidade de mudar com mais velocidade e competência, o que mostra também coerência nos planos do União Brasil de Matheus… olho no lance!
CURTAS
- Pesquisas “publicáveis” têm que ser registradas em cartório com antecedência. E principalmente, elas podem ser abertas por coligações para ver se os resultados não foram diferentes da amostra. Portanto, em princípio qualquer pesquisa serviria, caso a lei seja cumprida.
- A FOLHA publica todas as pesquisas entregues pelos candidatos, desde que elas sejam assinadas pela autoria, além de terem os devidos registros no cartório.
- Pesquisas sérias são caras, por isso não a fazemos, a menos que, em um momento, haja a parceria entre uma entidade que pague o instituto. Aí, A FOLHA Torres assinaria a autoria, desde que participasse na elaboração da pesquisa e na sua arbitragem. E publicaria, sem custos.
- Acho que muitos vereadores serão reeleitos. O trabalho dos que trabalharam na legislatura foi divulgado, tanto pelos gabinetes quanto pela mídia em casos de destaque. E isto acaba dando certo.
- Vereadores que já tiveram pelo menos um mandato na Câmara e querem voltar também têm muita chance de conseguir o feito. Muitos não concorreram à reeleição, alguns inclusive porque foram candidatos em chapas para vice prefeito no pleito passado.
- Mulheres na Câmara fazem bem a qualquer grupo de vereadores. No período atual, temos somente uma. Particularmente, acho que teriam que se ter mais uma, no mínimo… Mulheres dão mais ordem e seriedade em parlamentos e nos poderes executivos. Botam ordem nos redutos.
- Infelizmente os partidos políticos no Brasil, mesmo tendo R$ 4,9 bilhões para gastar neste pleito, mais uma vez não colaboram com candidaturas de vereadores em cidades pequenas. Os ‘Xerifes’ das siglas gastam tudo em passagem de jatinho e almoços com lagosta, no Brasil e nos Estados. Triste.
- Inclusive, o excesso de gastos supérfluos e ineficientes no poder público é o câncer da política no Brasil, penso eu. E não vi nenhuma campanha municipal afirmar que vai trabalhar para atacar este câncer como paradigma. Muita promessa de CCs, em minha opinião, humilde opinião.
- Só o partido Novo que trabalha com esta leitura. Mas somente um governo estadual, em Minas, e uma prefeitura ( Joinville) conseguiram colocar um administrador pelo Novo. Em Porto Alegre, o candidato da sigla tá lá embaixo nas pesquisas. É que é tanta gente que depende de emprego no funcionalismo, que outros partidos não deixam se criar a narrativa da eficiência na administração. Triste.