Já sabemos que a “Black Friday” ou “Sexta-feira Negra” é uma tradição americana, que consiste numa grande baixa dos preços nas principais lojas, durante a última sexta-feira do mês de novembro, coincidindo com a inauguração das compras de Natal. Mas qual é a origem desta tradição?
O primeiro uso do termo Black Friday deu-se, não para referir-se às compras de Natal, mas, para classificar uma crise económica: na sexta-feira 24 de setembro de 1869, dois reputados bolsistas de Wall Street, Jay Gould e Jim Fisk, depois de um intenso trabalho para conseguirem grandes lucros, fracassaram no seu intento e o mercado entrou em bancarrota. Devido a isto, nomeou-se esse dia como “Black Friday”.
Outra história que acompanha o nome “Black Friday” tem que ver com o papel dos pequenos comércios. Conta a tradição que, depois de um ano de grandes perdas – ou seja, de números vermelhos nas contas – por fim, depois do dia de Ação de Graças, chegava a época natalina, dia a partir do qual começam os saldos e, com eles, em vez de números vermelhos, conseguiam-se “números negros”, ou seja positivo.
Os brasileiros importaram a tradição americana nos últimos anos, porém desperta sentimentos conflitantes entre os consumidores por aqui. Apesar de a temporada de descontos já ser bastante aguardada no país, ela ainda é vista por boa parte da população com desconfiança.
Isso porque a tentação de conseguir antecipar as compras de Natal a preços mais camaradas se depara, muitas vezes, com descontos não tão generosos assim. Vez ou outra, as ofertas não passam de um truque para enganar o consumidor mais ansioso – e o menos atento.
A Black Friday tende a apresentar ao consumidor preços mais baixos do que no restante do ano, mas não é uma data ‘milagrosa’. Por isso, a primeira dica é ficar atento aos preços absurdamente mais baixos do que os praticados costumeiramente.
Para evitar que a esperada Black Friday acabe transformando-se numa “Black Fraude” – apelido que a data ganhou no Brasil justamente pelo alto número de promoções enganosas -, há algumas dicas importantes a serem seguidas, conforme orientação do site Reclame Aqui, especialista na defesa do consumidor.
Um dos maiores erros que os consumidores cometem na Black Friday é a compra por impulso. Para evitar comprometer o orçamento, pare, pense e veja se você precisa realmente daquele produto, mesmo que ele esteja com um preço muito abaixo do normal.
Uma ótima dica para se precaver de possíveis golpes é fazer a captura das telas que forem aparecendo durante os passos da transação de compra.
Desta forma, caso ocorra algum problema na entrega ou na cobrança dos produtos/serviços e o consumidor precise confrontar a loja, terá provas que comprovem a má fé ou a falha da empresa em questão.
Black Friday é o evento mais importante para o e-commerce durante o ano. Para ter sucesso na data desse ano, é preciso planejar-se e ter em mente as mudanças no comportamento do consumidor nos últimos anos.
O e-commerce, por sua vez, registra crescimento com relação ao ano anterior. Segundo pesquisa Ebit/Nielsen, esse crescimento é proporcionado pelo aumento do número de pedidos no ambiente digital. Ou seja, os consumidores estão comprando mais produtos online. Já o planejamento serve para o lojista descobrir que tipo de resultado deseja alcançar com as suas estratégias.
Com novos padrões de consumo, muitos lojistas planejam seus estoques e estratégias justamente para a data e não somente para se livrar de produtos parados. Conforme a análise dos dados de 2018, é possível identificar uma mudança nos produtos mais procurados. Como resultado, a surpresa da edição passada foram os produtos de perfumaria e cosméticos.
Black Friday não é Natal, logo uma ótima oportunidade para o lojista convencer o consumidor da qualidade e da segurança de sua loja, isso porque muitos consumidores iniciantes estão online em outras atividades e podem ser impactados de maneira positiva pela possibilidade de compra, desde que ela valha a pena e ele se sinta seguro.
Além disso, o consumidor funciona através da lógica do “eu mereço” e usa a Black Friday muito mais para presentear-se do que para comprar presentes para familiares e amigos. Diferentemente do Natal, o consumidor busca produtos para si mesmo durante a Black Friday. Por esse motivo, é importante impactá-lo com produtos que façam sentido para o seu perfil. Por exemplo: um produto que o consumidor já estava de olho e decidiu comprar ao ver uma boa promoção ou por ver uma publicidade sobre algo que combina com a sua “lista de desejos”.
Defendo que o lojista precisa ter esse novo padrão de consumo em mente ao planejar-se para a Black Friday. Além de usar o estoque parado, é preciso incrementá-lo com as expectativas do público-alvo/persona e ter em mente a estrutura do negócio antes de se aventurar a vender na data.
Em 2018, a Black Friday cresceu 23% em comparação ao ano anterior, esse aumento se deu pela entrada de novos consumidores explorando novas marcas no mercado digital. O principal contato e descobertas dessas, aconteceu pelas redes sociais, o que explica o sucesso entre os consumidores.
É possível perceber que as compras de Black Friday começaram a impactar mais consumidores pelo país, consequentemente, as regiões passaram a ter mais participação nas vendas e começaram a sair do Sudeste, isso porque o e-commerce, torna mais democrático e acessível para os consumidores das demais regiões. Dessa forma, gera vendas que antes estavam fora dos radares dos lojistas.
Se você ainda não está pensando em aproveitar a Black Friday para fidelizar seus clientes, você precisa ajustar sua estratégia. Considere a Black Friday como uma ótima porta de entrada de novos clientes fiéis à sua loja, clientes recorrentes que irão comprar novamente após a data comemorativa.
Vale a pena investir em trazer novos cadastros de clientes para a loja, para posteriormente trabalhar em campanhas personalizadas para esses usuários.
O significado de Black Friday pode não ser mais o mesmo, mas os desafios não mudaram em todas estas décadas. Se você decidir participar de um dos maiores dias de compras do ano, tente demonstrar um pouco de empatia pelo próximo.