O ZEPELLIN PASSOU POR TORRES?

Existe uma fotografia da vista aérea de Torres (esta que ilustra a coluna), sem data definida e que pode ser do ano de 1934, mostrando uma pequena e pacata vila litorânea. Seria uma fotografia normal se sobre ela não recaísse uma dúvida: Esta fotografia teria sido feita de dentro da famosa aeronave de nome “Zeppelin”? (por Roni Dalpiaz)

15 de janeiro de 2021

Existe uma fotografia da vista aérea de Torres (esta que ilustra a coluna), sem data definida e que pode ser do ano de 1934, mostrando uma pequena e pacata vila litorânea. Seria uma fotografia normal se sobre ela não recaísse uma dúvida.

Esta fotografia teria sido feita de dentro da famosa aeronave de nome “Zeppelin”?

Da boa conversa que tive com o saudoso historiador João Barcelos, anos atrás, além de render a história dos submarinos nazistas, também resultou nesta dúvida surgida a partir da fotografia aérea de Torres.

Dizem que há indícios da passagem do Zeppelin por aqui existindo fotografias realmente tiradas de dentro do dirigível e que estão guardadas como relíquias no álbum de antigas famílias veranistas de Torres.

Bem, por Porto Alegre ele passou e até foi muito bem documentado. Não foi muito difícil registrar esta passagem, pois a aeronave ficou dando voltas e rasantes por mais de três horas sem aterrissar.

“No dia 29 de junho de 1934 os moradores da Capital Gaúcha presenciaram um acontecimento inusitado para a época. Nesta data, o dirigível alemão Graf Zeppelin sobrevoou o céu de Porto Alegre. A passagem do Zeppelin pela capital foi em decorrência de uma viagem de retorno da cidade de Buenos Aires para o Rio de Janeiro, pois Porto Alegre não estava na rota, mas acabou incluída a pedido da Sociedade Austríaca de Beneficência. Neste dia os porto-alegrenses esperavam ansiosos para avistar o Zeppelin, com suas ruas do centro repletas de pessoas, assim como em diversos bairros”.

Qual teria sido a rota do famoso dirigível?

Pelo que se sabe ele entrou em Porto Alegre em uma sexta-feira nublada em pleno meio-dia pelo caminho do meio (hoje rua Voluntários da Pátria). Passou principalmente pelo bairro floresta, onde se concentrava a grande colônia alemã de porto alegre. Passou em baixa altitude perto da praça da matriz onde o comandante atirou uma mensagem ao governador (presidente do estado) da época, Borges de Medeiros. Acredita-se que esta mensagem se tratava de propaganda nazista.

Buscando saber um pouco mais, pesquisei sobre o rumo seguido normalmente pelo dirigível em outros locais, até porque não teria outra forma, porque esta viagem foi a única feita por esta região. Constatei que nos locais/países em que havia litoral, era por este caminho que o dirigível passava. Então, não seria um total disparate pensar que o Zeppelin cruzou o céu torrense, aproveitando o caminho pelo litoral.

Para minha grata surpresa descobri que o “charuto prateado”, passou por Blumenau!

“Blumenau acordou mais cedo naquele dia 1º de julho de 1934. Ainda de madrugada, milhares de pessoas, ansiosas, se posicionaram em pontos estratégicos da cidade. O motivo de tanto alvoroço surgiu imponente, no céu junto com os primeiros raios do sol. Exatamente às 6h45 min, segundo relatos da época, o ronco dos motores anunciou a chegada do LZ 127 Graf Zeppelin, uma das grandes maravilhas que a tecnologia humana havia conseguido criar até então”.

De acordo com João Barcelos, provavelmente esta fotografia teria, além do registro em si, outro objetivo: mapear o litoral brasileiro. Este mapeamento certamente auxiliaria os nazistas em seu planejamento de ataque aos navios brasileiros bem como o deslocamento dos submarinos por este território.

Teoria compartilhada com o escritor e jornalista catarinense, Carlos Braga Mueller:

O sobrevoo sobre o Vale do Itajaí em 1934, diz a lenda, seria para mapear um terreno pelas bandas de Hansa-Hammonia (hoje Ibirama), onde Hitler pretendia construir seu “Ninho de Águia” no Brasil.

Dentro das ideias de conquistar o mundo, o “führer” poderia estar não apenas mapeando este local, mas o litoral inteiro, pois o roteiro do dirigível era de Buenos Aires até o Recife.

As viagens do ícone da modernidade, o Graf Zeppelin, além de mostrar a tecnologia de ponta no espaço aéreo, tinha também intenções camufladas, a de propagar os ideais nazistas e, talvez, mapear áreas poucos conhecidas no Brasil.

 

 

Fontes:

http://www.curtopoa.com.br/historia/historia-porto-alegre/zeppelin-capital-gauchos

Jornal Zero Hora, edições de 5 de agosto de 2008, 26 de junho de 2010 e 15 de junho de 2013.

http://culturaaeronautica.blogspot.com.br/2011/07/os-zeppelins-nos-ceus-brasileiros.html




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