Um velho político, nos tempos do regime militar, costumava dizer que a Política é como uma nuvem: a gente olha, lá está ela; abaixa a cabeça, olha de novo, ela desapareceu. Muita fumaça, pouco fogo. Quem olhasse a disputa no Rio Grande do Sul no início do ano (em janeiro), veria este panorama, captado por uma Pesquisa devidamente credenciada, com o Governador Eduardo Leite, ainda no exercício do cargo, na dianteira:
Cenário 1 de pesquisa estimulada para governador – em janeiro 2022: Eduardo Leite – 25% ; José Ivo Sartori – 16% ; Onyx Lorenzoni – 13%, Pedro Ruas e Edegar Pretto – 4%, Souza – 2% – Luis Carlos Heinze , Beto Albuquerque, Alceu Moreira, Ranolfo Jr. – 1% – Em branco/Nulo – 14% – Não sabem/Não responderam – 17%
Desde então, o delfim herdeiro do próprio trono, Eduardo Leite, lançou-se à disputa nacional, oferecendo-se aos opositores de João Doria, no ninho tucano, como suposta alternativa. Perdeu. E vem rolando serra abaixo. Roçou a cerca do PSD de Kassab, andejou por mil paragens e acabou voltando de mãos vazias pros pagos. Choramingando, como uma menino abandonado pede, então, aos gaúchos, um prêmio-consolação, sabendo da maldição das reeleições: um novo voto para começar tudo de novo. Até se esqueceu que jurou jamais tentar a reeleição. Daí tropeça na denúncia de sua supostamente irregular aposentadoria como ex governador. Desdobra-se em justificativas e promete, então, desistir do abono e devolver os valores recebidos. Tudo muito impróprio a um jovem político que se jacta de sua geração carregada de ideias novas sobre administração ética. E desaba nas preferências do eleitorado. Parece que azedou mesmo.
Eis, por exemplo, os novos cenários eleitorais captados e divulgados pela Revista Exame na semana passada, as quais apontam vantagem, no Estado, para o bolsonarismo, despontando, na dianteira, o deputado federal Onix Lorenzoni. Registre-se que, se os números pioraram para Leite, não favoreceram os nomes da Oposição, mais uma vez divididos em quatro bons nomes sem, contudo, ainda, intenção de votos: Beto Albuquerque, PSB; Pedro Ruas, PSOL ; Edegar Pretto, PT e Vieira da Cunha, PDT. Daí o Manifesto, aberto à simpatizantes – https://abrir.link/lTeyw, de um grupo de intelectuais pedindo a eles que se entendam numa candidatura única , antes que seja tarde. Outubro está aí.
