Na sexta-feira passada, dia 21, um carroceiro, parece que embriagado, descontrolou seu cavalo que a seguir adentrou na Avenida Castelo Branco, em Torres, e “atropelou um carro”. O veículo ficou bem depreciado e o motorista felizmente não sofreu nada. Mas o Cavalo se machucou feio, pois se trata de um animal irracional e que deve ter sido surtado por alguma postura de seu dono embriagado.
O cavalo – única vítima viva – ficou aguardando atenção de autoridades durante quase quatro horas. Só recebeu atenção quando um veterinário foi chamado e aceitou fazer serviço voluntário. Mas a cena limitava ação in loco e determinava remoção do cavalo para cirurgia, já que estava com a perna fraturada e com um corte no pescoço.
O cavalo acabou morrendo, mas morrendo sem antes sofrer por conta de não ter havido providências. E fica a pergunta: Quem é responsável? Duvido que alguém me diga e me prove.
Responsável na prática é o dono do cavalo (será que existe escritura ou certidão de nascimento?). Mas se o dono é uma pessoa em vulnerabilidade social (alcoólatra) não iremos nós querer que o cara pegue seu pingo acidentado e mande o mesmo para atendimento em viatura especial. Provavelmente foi tomar mais uma pinga para “regular o raciocínio”. E de quem é a responsabilidade neste caso? Não sei e gostaria que alguém me dissesse e me provesse de quem é.
Acidentes como o do CAVALO têm que SER ATENDIDOS. Mas por quem? II
Ambientalistas culparam a prefeitura. Culparam a secretaria do Meio Ambiente. Mas será que não seria uma causa do sistema de Saúde? Não teríamos que ter uma espécie de atendimento a acidentes envolvendo vitimas vivas como atendem os hospitais em casos de humanos? Não existe esta previsão, mas não é de se pensar?
Não seria o IBAMA, que cuida do abandono das espécies maltratadas? Não seria a Patrulha Ambiental, que prende gente que caça papagaio ou cria animais sem licença? Não seria a Defesa Civil, que cuida de acidentes de natureza difusa?
A sociedade tem que entender que ainda não está preparada para atender este tipo de caso. Cachorros jogados na rua por seus donos são fruto de um crime privado, embora o animal esteja na rua, atrapalhando a urbanidade e a prefeitura tenha de agir e colocar os bichanos em algum lugar seguro para a cidade e para o próprio animal. Cavalos jogados na rua por seus donos são fruto de um crime privado, também. A prefeitura deve encaminhar a retirada do animal da rua, mas o atendimento de saúde do animal machucado não seria da Brigada Militar? Quando o acidente é com humanos é assim, com a BM. A SAMU leva para o hospital. E a Samu e o Hospital são convênios com o Estado.
Acidentes como o do CAVALO têm que SER ATENDIDOS. Mas por quem? III
Ambientalistas reclamam com razão, mas exageram quando acusam de forma frontal a prefeitura, pois elas mesmas sabem que o sistema está carente de estrutura, que pode ser do poder municipal ( urbanidade) ou do poder estadual ( segurança/Saúde complexa)…
O que é triste é em uma cidade turística como Torres ainda ser permitido o tráfego de carroças nas ruas. Triste é achar bonito uma pessoa em vulnerabilidade social “ganhar a vida” puxando uma carroça, sem carteira de motorista, puxada por um animal, que deve ser alimentado e receber descanso. É o mesmo que colocar estas mesmas pessoas vulneráveis como enfermeiros nos hospitais… Sem bafômetro!
Triste é a hipocrisia da sociedade em “achar bonitinho” um catador de lixo reciclável exercer uma das atividades mais insalubres que existe como uma forma de inclusão social e ainda utilizando uma carroça, para dizer que está ajudando através de um projeto que inclui “o empreendedor do lixo”. Isto sim é um lixo.
Mas os acidentes tem que ser atendidos em cidades turísticas. Temos de ter uma espécie de plantão de emergência da prefeitura, que vai agir nestes casos, sendo a ação em parceria com a BM, em parceria com a Fepam, com o IBAMA ou qualquer outro. Mas tem que ter uma coordenação municipal para isto. Talvez a Guarda Municipal possa com o tempo receber esta incumbência.
Olho no lance! E cuidado com bêbados em carroças.
Cargo de Confiança ou Concursado?
Na Câmara Municipal mais uma vez foi deflagrado embate entre a questão que, no fundo, é a pergunta: CC ou Concursados? Deste que comecei a me interessar por política e assistir o dia-a-dia destas questões eu vejo aqui em Torres (e na maioria dos casos) somente uma coisa absoluta: Quem está no governo prefere contratar CCs. Quem está na oposição sempre diz que prefere os servidores contratados por Concurso Público. E vive e versa! É só trocar a posição dos partidos e dos políticos que eles ligeirinho trocam de lugar. Com raríssimas exceções. Explico.
- Na prática o servidor público se tornou mais caro para os cofres públicos (seu plano de carreira é cheio de penduricalhos). Consequentemente, gestor prefere os cargos de contratação política, os CCs.
- O servidor Público trabalha sempre dentro dos horários e exigências das leis trabalhistas da categoria. Já o CC trabalha nos finais de semana, à noite, e não cobra hora extra. Portanto, não fica muito difícil de entender por que o gestor prefere o CC… Não acham?
Cargo de Confiança ou Concursado? II
Mas por que a oposição sempre prefere o servidor estável? Porque se trata de uma bandeira dupla para assumir o poder. A primeira bandeira é a de acusar o gestor no poder ( seu oponente na próxima eleição) de estar colocando pessoas desqualificadas nas funções, somente por ser o que chamam (em ambos os lados) os “amigos do rei”. Com isto a oposição conquista críticas dos críticos de plantão.
A outra é a de conquistar com o discurso de preferir “dar força para os concursados” os próprios servidores, que só em Torres são em torno de 1200 contratos, que multiplicado por uma família de quatro pode significar por baixo quase cinco mil votos. Isto às vezes elege um prefeito.
Cargo de Confiança ou Concursado? III
Minha opinião é prática e oriunda de um verdadeiro conceito de gestão. Servidores que fazem tarefas que se pode chamar de “operacional” (sempre iguais e com protocolos a observar) deveriam ser TODOS concursados. Fora disto só os que são contratos para atender programas do governo estadual e federal que podem ser instintos. Estes não deveriam ser concursados também, mesmo que sejam tarefas operacionais, por não poderem ser estáveis quando o projeto não promete estabilidade.
Já os funcionários que ocupam cargos que mexem com a “Tática e a estratégias” dos governos deveriam ser sempre Cargos de Confiança escolhidos pelos prefeitos ou secretários (estes estratégicos). O prefeito e o secretário, podem, sim, propor para um servidor concursado uma função tática e até estratégica. Mas não poderia ser obrigado, como a lei atual (que o prefeito quer mudar) que obriga que sejam 50% as vagas de diretores de secretaria (cargos táticos) para servidores estáveis e somente os outros 50% para CCs.
O prefeito não pode ficar engessado em pessoas com perfil operacional para exercerem cargos táticos. Assim como não se pode esperar de servidores operacionais que tenham perfil para exercerem cargos estratégicos e táticos. Simples assim. E funções estáveis e concursadas são escolhidas por pessoas que preferem não se comprometer com mudanças políticas, caso de questões táticas e estratégias.
Resumindo: funções operacionais e repetitivas, com protocolos e manuais a sugestão é 100% concursados. E os cargos de movimento, de projetos, que envolvam vontades e ideais, sugere-se cargos políticos. Minha opinião!