Quando entramos no ano de 2020, parecia que o mundo ia acabar diante da ameaça do COVID. Atravessamos o ano inteiro à espera da vacina e quando a tivemos nos parecia que estávamos entrando num novo patamar de segurança. Aí descobrimos que, junto com a crise sanitária viria também uma grave crise econômica, em consequência da interrupção dos circuitos produtivos e de logística. Ainda assim, tivemos que reforçar as doses da vacina contra o COVID para salvar a pele, enquanto morriam literalmente milhares de brasileiros da doença: 680 mil já nos deixaram…Chegamos ao 2022, ano de renovadas esperanças, até pela expectativa de renovação de lideranças nacionais e regionais com as eleições. O COVID cedia, mas entrava em cena no mundo inteiro uma inflação galopante, como resultado da guerra na Ucrânia em fevereiro, levando os Bancos Centrais, ainda em meio ao desfalecimento econômico a elevarem os juros para tentar debelá-la. No Brasil saltamos de 3 % ao ano para 14% nas taxas oficiais enquanto as taxas médias explodiram acima de 30% ao ano. Isso vai comprometer as contas públicas, agravadas pelos favores fiscais a partir do ano que vem. As Prefeituras pagarão um preço alto pelas bondades eleitorais na hora de pagar as contas de saúde e educação. E o povo? Como está?
Naqueles dias da Proclamação da República, um importante salto político do país, depois da Abolição, um observador disse que o povo assistia a tudo bestializado. Distante. E hoje? O que será que os 120 milhões de brasileiros que ganham até 1 Salário Mínimo acharam da leitura da “Cartinha” em Defesa da Democracia no Dia do Advogado e do Estudante – 11 de agosto – , amplamente divulgada em dicção de renomados artistas. Fernanda Montenegro no topo da lista. Será que eles compreendem a relação entre crise institucional, democracia, civilização e salários? Oxalá. Veremos em outubro. Nesse ínterim, as coisas da vida.
Acabo de receber um post de uma leitora – Solange Vigoder (via Maria De Lourdes Da Silva Santos) – sobre o que pode acontecer na nossa Alcatraz, verdadeira metáfora do Brasil nestes dias, a ponto de ser bombardeada pela Marinha do Brasil, que já aceitou deixar seus exercícios de guerra para novembro. Vejamos:
“É IMPOSSÍVEL ter um minuto de PAZ no Brasil de 2022
“A Marinha do Brasil informou que irá bombardear o Arquipélago dos Alcatrazes durante um exercício militar a ser realizado nos próximos dias 16 e 17 de agosto. A informação está registrada no ofício Nº. 116 do Centro de Apoio a Sistemas Operativos (CASOP). Os exercícios deverão se concentrar na Ilha da Sapata, a segunda maior do arquipélago. Mas, após de críticas de ambientalistas, a Marinha decidiu adiar o exercício militar…. por enquanto.
Localizado no litoral norte de São Paulo, o Arquipélago dos Alcatrazes é o maior sítio reprodutivo de aves marinhas existente na costa brasileira, abrigando cerca de 10 mil aves — incluindo o maior ninhal de fragatas do Atlântico Sul. O local também é um dos mais importantes berçários de peixes do continente. O santuário ecológico abriga fauna e flora extremamente ricas, somando mais de 1.300 espécies. Dessas, 93 estão ameaçadas de extinção e ao menos 20 são endêmicas — isso é, só existem no arquipélago. É o caso da jararaca-de-alcatrazes, a perereca-de-alcatrazes e a rã Cycloramphus faustoi. Por esses motivos, Alcatrazes recebeu a alcunha de “Galápagos do Brasil”.
Durante a ditadura militar, a Marinha do Brasil começou a usar o Arquipélago de Alcatrazes como área de treinamento, acarretando uma série de danos ambientais ao local. Em 2004, um disparo efetuado contra o arquipélago durante um exercício militar deu origem a um incêndio que destruiu 20 hectares de mata nativa, resultando na morte de milhares de animais. Os exercícios militares no arquipélago foram banidos em 2013, durante o governo de Dilma Rousseff, e o local recebeu proteção legal ao ser decretado como Refúgio de Vida Silvestre, convertendo-se na segunda maior unidade de conservação integral da Marinha, depois do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos.
Em novembro de 2021, ignorando os repetidos apelos de ambientalistas e conservacionistas e até mesmo as recomendações de órgãos governamentais como o ICMBio, a Marinha do Brasil decretou que irá reiniciar exercícios militares no arquipélago.
Via Pensar a História “ A pergunta é , o que esconde Alcatrazes???”
