OPINIÃO – APRENDIZADOS COM A CALAMIDADE DA ENCHENTE – PARA TORRES E REGIÃO

Mas temos de lembrar que o que assola a nossa região são os ciclones e a possibilidade de furacões, como teve o Catarina. Prevenção local por lei e em protocolos de urbanização e obras poderiam fazer parte das medidas

Foto de satélite do fenômeno, que atingiu costa da região em 27 de março de 2004 (Foto: Reprodução Wikipedia)
27 de maio de 2024
Por Fausto Júnior

As situações precárias causadas em vários segmentos sociais e para o poder público – por conta das enchentes calamitosas que assolaram mais de metade do RS neste mês de maio (e continuam pelo menos ameaçando continuar) – trazem para os moradores de Torres e da região do litoral gaúcho várias situações.  Uma delas é a que chuvas maiores não causam tantos casos de desabrigados e de perdas maiores em geral por aqui (apesar destas terem ocorrido), mesmo nas bordas do Rio Mampituba e das lagoas da região. Embora não chovendo a mesma quantidade da que caiu no cento do estado, a quantidade por aqui foi grande e muitas provas boas foram passadas.

Mas temos de lembrar que o que assola a nossa região são os ciclones e a possibilidade de furacões, como teve o Catarina. Prevenção local por lei e em protocolos de urbanização e obras poderiam fazer parte das medidas de precaução a eventos de vendavais, para não termos os mesmos problemas que estão tendo e devem ter as autoridades que terão de atender os desabrigados pelas enchentes, (desabrigados, mais uma vez lembrando, que são de todas as categorias sociais e econômicas). Exigir seguros em prédios de convênio, como o do restaurante e do bar da Guarita, por exemplo (não sei se já tem mas no Catarina não tinha). Fazer seguros de equipamentos maiores como o Parque do Balonismo, o Morro do Farol, as Passarelas… São ideias.

As pessoas físicas também poderiam ser sugeridas de efetivar seguros contra tempestades de vento e alagamentos. Penso eu que o preço acaba sendo pequeno pela prevenção financeira que o prêmio daria ao pagar a conta nos casos de destruição de imóveis. Vamos nos ligar!

 

PARCERIAS PARA CONSTRUÇÃO DE MELHORIAS URBANAS

 

A capacidade de doação que o povo de Torres mostrou neste momento de enchentes é grande. Dá orgulho de ver a cada dia um grupo novo de solidariedade, solidariedade de gente de fora da cidade, o que é mais destacado na postura… Isto sugere que a cidade poderia criar projetos de parcerias para resolver alguns problemas da  nossa ‘província’, que são crônicos na urbanidade, principalmente naqueles lugares onde a ocupação urbana foi feita de forma irregular ou muito desorganizada.

Montar projetos que incluam vaquinhas de pessoas que mais tem recursos em alguns entorno de estradas, e estas juntando-se com pessoas que se voluntariem a trabalhar nas obras, unindo com uma participação da prefeitura com máquinas e pessoal treinado para coordenar, seria uma forma de se pavimentar vias de bairros e praias periféricas (pelo menos em trechos mais crônicos). Buscar parcerias de patrocínio de construtoras e lojas de materiais de construção poderia ainda ser mais ingredientes neste bolo solidário em torno de uma necessidade que não possui recursos, caso seja feita somente pela prefeitura (se não já deveriam ter sido resolvido há anos). Colocar estudantes de arquitetura da UCS e da Ulbra também seria mais uma força.

Sabemos que já pagamos muito imposto para ter de colaborar mais e de pedir colaboração pública maior para nossas demandas, principalmente àquelas básicas como pavimentação, tubulação pluvial e de esgoto, pequenas pontes e etc. Mas sabemos também que, em muitos lugares, a urbanização não foi organizada, o que naturalmente causa danos que não causariam caso esta fosse feita conforme projetos.

 

CURTAS

 

  • Trabalhar para baixar os juros e para gerar emprego e renda crescentes para a população através do sistema liberal é o caminho mais curto para que qualquer pessoa possa obter um financiamento em banco. Não precisaria ter programas estatais de casa própria caso isto efetivamente fosse uma forma de progresso das pessoas.
  • Financiamento de campanha privado é completamente diferente de financiamento de campanha com recursos públicos. O público não precisaria existir, caso o financiamento privado seja liberado. Quem tem projeto coerente de poder, seja lá qual for a ideologia, sempre terá apoiadores privados, tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas. Basta a lei deixar e… tchau, tchau  financiamento público. Uma ideia, ou não?
  • Um tipo de subsídio que acho que deva ter do setor público para a sociedade é aquele para fomentar que desportistas possam ter mais chance de COMPETIR, em nome de Torres e fora da cidade. O programa incentiva atividade física para jovens não caírem nas drogas, possibilita a competição, que em minha opinião é a chama da vida de cada um de nós (competimos com nós mesmos em último caso) e fomenta o patriotismo, o que fomenta outras atitudes de solidariedade necessárias. Só que tem de ter limite, começo, meio e fim. Depois os atletas vão por eles e seu talento. Parabéns aos vereadores torrenses Cláudio e Silvano pela Indicação parlamentar neste sentido.
  • Muitas críticas continuam sendo dadas ao processo de entendimento do funcionamento da rótula entre a Joaquim Porto, José Bonifácio e General Osório. Se for ROTATÓRIA, basta pedir para respeitar preferencia de quem vem da ESQUERDA. Se todos fizerem isto já basta. Mas se for Rótula, basta definir quem é preferencial e quem não é, aí colocar a placa de PARE somente para quem não está na preferencial, ou não?
  • O Vereador Rogerinho, também de Torres, elogiou uma implantação do governo Carlos: a possibilidade de liberação de emenda IMPOSITIVA, mesmo que esta ainda seja baixa por vereador, R$ 500 mil, mais ou menos, per capita, por legislatura (4 anos). Concordo com o parlamentar. Inclusive acho que esta prática tinha de ser parte de programa federal, que repassaria um X a mais em recursos federais para municípios a cada ano (ou legislatura federal), para que prefeitos distribuam para as cadeiras da Câmara como forma de vereadores poderem investir em ações executivas de obras ou de apoios sociais. O vereador tem que ter mais protagonismo no sistema!
  • O vereador Fábio da Rosa sentiu pessoalmente a diminuição de movimento de pacientes em hospital de referência estadual do SUS na Capital, quando foi levar um familiar lá no Hospital de Clínicas. Ele acha que a falta de possibilidade de pessoas irem se tratar por conta de serem assoladas pela enchente, ou serem afetadas por falta de locomoção de regiões do RS para a capital também por causa da enchente, seria a causa. E sugere que as autoridades olhem isto, por exemplo, abrindo frentes de tratamento de Câncer extraordinários em pequenos municípios, para atender tratamentos que podem fazer com que pacientes morram por falta dele. Parabéns pela visão, vereador Fábio. Não havia pensado neste desdobramento trágico… Triste.

 

 

 

 

 

 

 

 




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