A afirmação AS MULHERES SÃO DE ESQUERDA; OS HOMENS DE DIREITA não é minha. Não teria elementos para afirmar isso. É do Cientista Politico pernambucano Antonio Labareda, um dos principais analistas dos processos eleitorais no pais. Fernando R.Borlado também sugeriu em artigo na Gazeta do Povo esta tese. E o Portal Terra, há dias também publicou matéria mostrando que os jovens defendem plataformas conservadoras enquanto as meninas são mais progressistas.
Labareda já vinha sustentando esta ideia desde 2019 mas agora a registrou no seu livro “De Bolsonaro a Lula III” e ontem foi o convidado especial de William Waack na CNN Brasil no “Domingo Especial.
Abaixo, o texto compartilhado por Labareda em suas redes sociais, a partir de matéria “A mulher impede o avanço da extrema direita no mundo”, publicado pelo El País, que contém um gráfico demonstrando a menor intenção de votos para a extrema direita entre as mulheres em diversos países da Europa e América Latina
‘Estudo do El País (Espanha), dá mais um indício para artigo que escrevi em julho de 2020 – “Mulheres são de esquerda e homens são de direita” (Texto que fará parte do meu novo livro “De Bolsonaro a Lula III, Pesquisas, eleição, democracia e governabilidade”, com lançamento previsto para novembro). A análise do El País, comparou as 12 últimas eleições ao redor do mundo e constatou: o sufrágio feminino emergiu como uma barreira fundamental contra a extrema direita. Para o jornal, há um padrão que se repete nos países analisados: as mulheres votam menos que os homens em partidos e candidatos de extrema direita’.
Engana-se, porém, quem acredite que a inclinação à esquerda das mulheres tenha um caráter de compromisso ideológico com o socialismo, muito menos com uma Revolução para a tomada do poder pela esquerda. Elas, aliás, em geral odeiam a violência. Os fatores de inclinação das mulheres à esquerda têm a ver com a identificação delas com as Políticas Públicas voltadas à defesa da própria mulher, da família e das crianças defendidas por políticos mais à esquerda. Haveria uma afinidade afetiva com estas Políticas e que seria fortalecida pela maior propensão das mulheres ao encaminhamento dos conflitos pela tolerância e negociação. Dados demonstram, por exemplo, que são os homens os mais agressivos nas Redes no tocante a questões políticas. Basta ver, também, as estatísticas das ocorrências violentas e lá estão em franca maioria os bravos “machões”, sempre prontos a defender pela força suas convicções, interesses ou o que consideram “sua honra”. Uns basbaques…
De outra parte, com a tendência mundial dos conservadores se voltarem crescentemente ao extremismo de direita, à la Trump, Bolsonaro e Milei, enquanto a esquerda tende para ampliação de frentes democráticas de conciliação nacional, as mulheres se afastam da direita e se inclinam, sempre depois de grande avaliação das propostas, à esquerda. Não votaram, por exemplo em Lula nas primeiras eleições, quando ele perdeu, mas teriam votado no “Lulinha Paz e Amor” em 2002. Não votaram em Dilma em 2010, preferindo Serra que, aparentemente, se oferecia como mais conciliador e bom gestor do sistema de saúde no país, mas a preferiam em 2014, diante da agressividade de Aécio Neves”.
Labareda sugere, inclusive que se associe à análise sociológica da Política elementos da biologia e da neurociência que colocam em disputa o masculino e o feminino, testosterona versus citocina, com vantagens ao processo civilizatório desta última. Por fim, mas não menos importante, o número de eleitoras no Brasil é seis milhões maior que o de eleitores, conferindo às mulheres um papel decisivo na quebra da polaridade Lula x Bolsonaro”.