Conforme o Banco Central divulgou através da Agência Brasil no final do mês de abril, a Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) do país subiu 0,74%, passando de R$ 5,617 trilhões em fevereiro para R$ 5,658 trilhões em março. No mês anterior, o Tesouro resgatou R$ 19,75 bilhões em títulos a mais do que emitiu, principalmente em papéis vinculados à Selic. A dívida interna só subiu porque houve a apropriação de R$ 61,2 BILHÕES EM JUROS... Por meio da apropriação de juros, o governo reconhece, mês a mês, a correção dos juros que incide sobre os títulos e incorpora o valor ao estoque da dívida pública.
Colchão caindo – Após subir em fevereiro, o colchão da dívida pública (reserva financeira usada em momentos de turbulência ou de forte concentração de vencimentos) voltou a cair em março. Essa reserva passou de R$ 996 bilhões em fevereiro janeiro para R$ 974 bilhões à época. Atualmente, o colchão cobre somente em torno de 9 meses de vencimentos da dívida pública.
Composição – O alto volume de vencimentos mudou a composição da DPF. A proporção dos papéis corrigidos pelos juros básicos subiu levemente, de 40,64% em fevereiro para 39,08% em março. O PAF prevê que o indicador feche 2023 entre 38% e 42%. Como esse tipo de papel voltou a atrair o interesse dos compradores por causa das recentes altas da Selic, a previsão é que o percentual volte a subir nos próximos meses.
Detentores – As instituições financeiras seguem como principais detentoras da Dívida Pública Federal interna, com 28,1% de participação no estoque. Os fundos de investimento, com 23,8%, e os fundos de pensão, com 23,4%, aparecem em seguida na lista de detentores da dívida.
Por meio da dívida pública, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar compromissos financeiros. Em troca, compromete-se a devolver os recursos depois de alguns anos, com alguma correção, que pode seguir a taxa Selic (juros básicos da economia), a inflação, o dólar ou ser prefixada (definida com antecedência).
Comentário do colunista – Nota-se que a insistência do Banco Central em manter a tacha básica de juros alta tem motivo. É que o próprio governo precisa de dinheiro diariamente para rolar sua dívida interna e externa. Os bancos por sua vez têm que atrair investidores para que tenham fundos os empréstimos dados por eles ao governo federal… E como a nossa economia é mais arriscada que as outras do 1º mundo, os investidores só deixam seu dinheiro aqui se a taxa for atrativa, se não migram para os EUA, por exemplo. Querem taxa alta…
Por essa e por outras causas, que quando o Banco Central americano do norte sobe a sua taxa básica, a tendência é que a taxa daqui aumente também, além de também diminuir a entrada de dólares especulativos na economia, o que naturalmente também aumenta o valor do cambio da moeda pela famosa e irrevogável lei da Oferta X Procura.
Enquanto o governo federal gastar mais que arrecada anualmente, a receita não vai mudar muito. Somente com superávit a equação começa a inverter o lado do movimento. O aumento da exportação da produção nacional, sem o mesmo aumento da importação, é a receita de bolo caseiro básico para o crescimento da força econômica de um país. Mas não adianta fazer isto quando o governo suga o dinheiro causando déficit e gastos correntes improdutivos.
SANTO ANTÔNIO DOS ATEUS
“Pela nova norma do IPE, esposas (os) e dependentes dos casais não vão mais ter direito a receber o atendimento de saúde do plano em nome de um só titular. As mudanças no IPE Saúde, aprovadas pelos deputados estaduais na terça-feira (20), vão entrar em vigor em outubro deste ano.
Quando as mudanças entrarem em vigor, o desconto mensal dos servidores subirá para 3,6%. Além disso, passará a ser cobrado um valor variável — de R$ 49,28 a R$ 439,16 — para inclusão de cada dependente, conforme a idade da pessoa incluída.
O projeto também prevê uma trava para limitar o quanto pode ser descontado de cada servidor. Pela regra, o custo total do IPE Saúde será de, no máximo, 12% dos vencimentos do titular do plano”. Fonte GZH.
Comentário da coluna – O IPE serviu durante anos como “santo casamenteiro”. Muita gente se casou para ter direito ao usufruto do plano de saúde em nome de seu marido ou esposa, assim como dos filhos, uma espécie de Santo Antônio Casamenteiro dos ateus ou agnósticos em alguns casos práticos.
Os servidores públicos, titulares ou dependentes não têm culpa. A regra do jogo é esta e eles fizeram concurso público para usufruir de um emprego com estabilidade (sem poder ser demitido sem causas graves) e que ainda têm um plano de Saúde diferente do SUS. O que me pergunto é por que o sistema do corporativismo estatal implantou esta pegadinha aos servidores. Pegadinha porque não tem fundamento o setor público, que gerencia o SUS (que é para todos e total) não confia no próprio plano, ao contrario, oferece aos seus servidores planos distintos como o IPE Saúde. E pegadinha porque como não existe almoço grátis, o rombo do sistema assumido pelo estado aparece sempre e só tendia a crescer. Só quem acredita que o Estado “não quebra” como dizem alguns corporativistas, confiam nesta hipótese: que existe almoço grátis…
O amor deverá ter de vencer nos relacionamentos formados para que o casal usufruísse do IPE em conjunto. Agora, só pagando… E a culpa é do Estado. E o Estado somos nós que elegemos nossos governantes. A culpa é NOSSA.
SAÚDE DEVE SER REVISTA!
O vereador Gimi na sessão da Câmara de segunda-feira, dia 19/6, mais uma vez reclamou da falta de ação de governantes estaduais acerca de projetos de melhorias da estrutura do sistema de Saúde do Litoral Norte do RS. É que ele foi autor ou articulador de audiências públicas (em Torres e até na Assembléia Legislativa do RS) sobre este assunto, quando propôs o Hospital Regional ou coisas que se pareçam com isto.
Desta vez ele citou o caso de uma criança que está esperando há 200 dias para fazer uma cirurgia de adenoide. E enquanto espera, sofre com dificuldades de respiração. E exemplificou também a burocracia e a incoerência da questão de doação de sangue, quando um doador de Torres, além de ter de se submeter a preencher requisitos, tem de ir a Porto Alegra para fazer a doação. Ou seja: tem que pagar para fazer um ato solidário e voluntário.
Gimi também se referiu às tragédias das chuvas da semana, lembrando quando também nestes casos aparecem deputados de todos os lados, de helicóptero, por terra e etc., para oferecer ajuda do Estado, Nacional ou Estadual. Mas o sistema, como quem precisa de Saúde, continua tendo que percorrer um caminho grande para ter resultado nas cidades, nos locais onde as coisas acontecem.
SAÚDE TEM QUE MUDAR 2
O vereador Igor Beretta por sua vez reclama que faltam pelo menos 41 remédios nas farmácias. Não tem AS, Amoxilina, remédio para a hipertensão e etc. Penso que o SUS tem que ser repensado. O governo do Brasil deve optar por escalonar atendimentos, cobrar de pessoas de poder aquisitivo que queiram aproveitar o sistema, dividir o sistema por cidades, ou outra forma qualquer para viabilizar. Do jeito que está, trata-se de um saco sem fundo, onde não se tem como planejar as coisas se qualquer um pode usufruir da saúde onde quiser e pedindo o que quiser. Não tem como não faltar remédio assim. Nem tem como atender a tudo e a todos com esta produção de impostos do Brasil.
Talvez se estados federativos pudessem investir mais em seu território com a certeza que iriam atender somente as pessoas que VIVEM em seu território, o sistema pudesse, de um lado, ficar viável, por outro criar diferenciais para que pessoas vivam e produzam em estados onde existam sistemas mais voltados para seus casos, dando verdadeiras chances de federações nacionais possam se diferenciar de outras como verdadeiras querências.