OPINIÃO – Começou a Terceira Guerra dos Mundos?

Se você , caro leitor, imagina que vou falar de confronto bélico entre Estados Unidos X China, Rússia x Ucrânia, Israel x Palestina, está enganado.... estamos diante de uma nova guerra. Não de homens contra homens, ideologias contra ideologias, nações contra nações, mas do Homem contra a Natureza.

Enchentes no RS deixaram milhares desabrigados (FOTO - Marinha do Brasil/ em Agência Brasil)
24 de maio de 2024

É muito conhecida a frase de Einstein dizendo  que não sabia como seria a III Guerra Mundial, mas tinha certeza de que a IV seria travada com paus e pedras. Pensava ele no holocausto nuclear. Agora, já podemos dizer que sabemos, sim, como será a III Guerra – e ela já está sendo travada.

Se você , caro leitor, imagina que vou falar do confronto bélico entre Estados Unidos X China, Rússia x Ucrânia, Israel x Palestina, está enganado. Estes conflitos serão, senão resolvidos, encaminhados a um nível de convivência pungente, graças ao fantasma da hecatombe atômica. Aos poucos vamos nos acostumando à ideia lançada lá atrás por Platão que além de sermos sapiens, somos pugnats. Vivemos brigando… Winslow Myers, aliás, autor de  “Living Beyond War: A Citizen’s Guide,  declarou, num artigo recente, que a Guerra Nuclear já acabou, em virtude de seu próprio potencial destrutivo, não só de pessoas, como da vida própria civilização: “os especialistas de alguma forma evitarão que uma guerra nuclear aconteça (…); Um mundo além da própria guerra é possível.

Sistemas alternativos viáveis de segurança foram elaborados em grande detalhe. Mas podemos dar um passo sensato nessa direção final com segurança, que é começar unilateralmente a recuar do sistema nuclear tolo, bobo e irracional de gatilho rápido que atualmente mantém o mundo inteiro como refém.” Não obstante, isso, e do fato de termos  (em nós) os maiores sonhos do mundo”, estamos diante de uma nova guerra. Não de homens contra homens, ideologias contra ideologias, nações contra nações, mas do Homem contra a Natureza.

A percepção de que isso aconteceria vem de longe, lá nos anos 50 no denominado Relatório do Clube de Roma ,  E não se tratava de encontro de românticos amantes de piqueniques campestres. Eram circunspectos economistas.  Em 1992, o assunto  amadureceu na Conferência do Meio Ambiente Rio-92 quando se firmou a convicção de que o ‘produtivismo intensivo’ inaugurado pela era industrial, que trouxe no seu bojo um salto da população mundial em 200 anos de menos de 1 bilhão de almas para 7 bilhões, acompanhada de expressivo aumento na sua capacidade de compra dos mais variados gadgets de vida útil cada vez menor, deveria sofrer um basta. Não  paralização, mas um novo padrão de desenvolvimento adjetivado de sustentável, com uso mais racional dos recursos naturais e reaproveitamento de produtos e melhor distribuição de renda. Daí emergiu, também, o ACORDO DO CLIMA evidenciando a necessidade de se evitar a chegada do clima médio do planeta a dois graus acima do começo da era industrial. Com isso emergiram movimentos sociais organizados em defesa do Terra , cresceram os Partidos Verdes com agendas não necessariamente conservacionistas, instituições governamentais de vários níveis com nova legislação de preservação ambiental no mundo inteiro.

Apesar de tudo isso, poucos resultados foram verificados e os desastres ambientais se sucedem com intensidade e ritmo cada vez mais frequentes. Poucos se dão conta, entretanto, da gravidade da situação e não raros governantes aqui e acolá continuam negando o fenômeno das variações climáticas. E a extrema direita em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil, com epicentro em setores das Forças Armadas continua tratando o proselitismo da defesa ambiental como subversivo: “narrativa da esquerda”. Dirigentes empresariais, igualmente, Em recente desabafo – “A terceira guerra já começou”- , Nizan Guanaes, no Brasil afirma: “Este é mais um texto que os ricos não lerão porque estão cansados de textos assim e têm uma reunião hoje de manhã. Eles são regidos por um mercado sem alma. E os pobres não vão ler porque muitos não sabem nem ler. A bomba atômica é um traque de São João. A caminho de Davos, vi, em pleno inverno, mas os mandatários não veem nem avalanches nem falta de neve porque estão no celular. A natureza está avisando, tchê. Sirva nossa tragédia de aviso a toda a Terra. Sou capitalista liberal. Gosto de dinheiro, de margem, mas não sou cego nem surdo. Senhores, estamos na primeira classe do Titanic”. Com efeito,  relata ele um fato concreto e insofismável: Numa das reuniões de cúpula em Davos assistiu a um debate de doze lideranças mundiais, dez das quais executivos das maiores seguradores do mundo, e ficou estarrecido com os números das perdas decorrentes de incidentes ambientais futuros, muito superiores, diz ele, aos do Greenpeace.

Diante disso, sobretudo aqui no Rio Grande do Sul, onde assistimos a uma destruição inimaginável há um mês e exigente de ações públicas ainda a desejar, com a criação de uma AGENCIA PARA A RECUPERAÇÃO do RS e não apenas um Plano de Gastos, é hora de parar e pensarmos neste velho ditado: “A natureza não reclama, se vinga”.




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