OPINIÃO – DECORAÇÃO DE NATAL: INVESTIMENTO OU GASTO?

Coluna de Fausto Jr - Jornal A FOLHA - Torres - RS - Brasil

24 de novembro de 2021
Por Fausto Júnior

Informações que circulam no meio político dão conta que chagaria a quase R$ 1 milhão os valores investidos pela prefeitura de Torres na Decoração e nos eventos de Natal  na cidade. O valor é alto se for avaliado o período de “consumo” em relação principalmente à vinda de Turistas. Mas parece que pode ser um investimento em um novo conceito de trazer turistas para Torres, como fez a cidade de Gramado e de Canela. Lá nestas cidades as coisas  iniciaram também com a decoração. Após isto investiram em eventos;  e com o tempo a própria iniciativa privada instituiu, aos poucos,  equipamentos atratores de turistas nestes apelos do período,  como por exemplo as  pistas de gelo, exposições, museus e etc., deixando a ida à Gramado e à Canela uma excelente opção para gaúchos e brasileiros passarem o período próximo ao Natal assim como passarem períodos na cidade para curtirem o “espírito” mágico e afetivo que a data trás para as almas em sua comemoração.

R$ 1 milhão é muito dinheiro, mas a decoração também pode servir ao “morador do ano inteiro” da cidade, como você ai da poltrona. Gera ORGULHO do bem aos locais, por morarem num lugar belamente enfeitado;  gera programas para as famílias curtirem o espírito natalino junto, além de enfeitar a cidade em geral e trazer muito mais turistas/clientes de cidades vizinhas para fazerem suas compras no comércio de Torres. Portanto, o investimento não é somente para o Turismo: atinge moradores de Torres também, sejam ricos, pobres, comerciantes…

DECORAÇÃO DE NATAL: INVESTIMENTO OU GASTO? II

A decoração pode, ainda, em minha opinião, ficar presente pelas ruas da cidade até o mês de janeiro. A urbe fica bonita à noite, no centro, e ajuda a deixar um bom conceito aos turistas e veranistas que vêm para Torres após o Natal, também.

O Espírito de Natal atualmente é um espírito de alegria, de gratidão, de solidariedade, tudo representado plasticamente por enfeites que trazem o  Papai Noel e suas lendas, dentre outras coisas distribuindo  presentes aos que “se comportaram bem”. Trata-se de uma lenda, mas uma lenda bonita, onde os anjos aparecem para mostrar a presença de energias positivas em atitudes positivas. A questão religiosa fica em segundo plano, embora a missão de Jesus dos Cristãos (há 2 mil anos) tenha sido também uma missão das mesmas mensagens de Amor Incondicional, solidariedade e gratidão, o que acaba sendo “se comportar bem”, voltando para a missão do Papai Noel e os presentes de Natal da lenda.

Em minha modesta opinião, quando me baseio em técnicas de marketing (minha formação extracurricular), ter presente este tipo de decoração em ambientes de Turismo como a cidade de Torres  só ajuda.  A decoração ajuda a passar um conceito de sonho, de desfrute, de boas sensações, o que qualquer vivente busca em suas férias, que pode também ser um pedido atendido feito por estes turistas para o Papai Noel. Quem duvida?

DECORAÇÃO, EVENTOS E GESTÃO DO TRÂNSITO

Na Câmara Municipal na última sessão a questão do impacto de eventos e decorações no fluxo de trânsito nas vias de Torres – quando esta recebe estes  eventos – entrou também em debate. O presidente da Câmara, vereador Gimi, abriu o tema em sua participação de tribuna sugerindo que as autoridades de trânsito da cidade levem em conta os fortes movimentos de Turistas em períodos de alta demanda por Torres (como no feriadão da Republica passado…) antes de promoverem eventos ou modificarem o fluxo de veículos.  O presidente da Câmara – com razão – lembrou que turistas podem não gostar de terem de trocar rotas ou entrarem em engarrafamentos por conta de mudanças feitas por estes motivos. E acho que Gimi tem razão.

As coisas podem acontecer, mas estas devem sempre levar em conta o movimento adicional de turistas na cidade nos feriados e na temporada de veraneio. Podem-se montar roteiros alternativos com avisos de desvios, por exemplo; podem-se proibir intervenções em vias por eventos locais quando há forte fluxo de carros previsto para o período; e pode-se até proibir eventos que interfiram no fluxo nestas datas.

O vereador Gimi tem razão ao dizer que uma das questões que se tem que pensar em Turismo é o RELACIONAMENTO com o turista. Se nos relacionarmos mal com estes, ao fazer eles passarem por engarrafamentos ou confusões de fluxos de transporte, por exemplo,  piora a vontade de voltar para a cidade  e o turista pode sofrer alterações negativas na mente. A imagem da cidade na cabeça dos mesmos pode ficar vinculada a desorganização, insegurança e etc., o que não é bom para nenhum destino turístico.

DECORAÇÃO, EVENTOS E GESTÃO DO TRÂNSITO II

 Outros Vereadores acabaram também falando sobre os impactos dos eventos no fluxo de automóveis e nas vagas de estacionamento em Torres. E uma das situações abordadas é a falta de padrão profissional para a permissão de estabelecimentos ou entidades que realizam eventos -para que possam fechar ruas, demarcar estacionamentos para seus carros e etc. Concordo que estas questões não podem ficar ao ‘estilo paroquial’ – de dar às pessoas àquilo que se acha, àquilo que a pessoa merece e etc. O certo é haver uma lei mais técnica e depois que os fiscais da prefeitura e a Brigada Militar ajudem na fiscalização (e na multa em casos de excessos).

Tem hotéis pequenos que mantêm suas entradas com sinalização de “proibido estacionar” mesmo no inverno, o que é errado porque o hotel não funciona neste período, e se não funciona não necessita de estacionamento especial. Tem eventos de foro interno religioso que pedem espaço para trancar vias para realizar coisas que não tem nada a ver com turismo, pois  são eventos de aglomeração de públicos “fieis” a um pensamento e religião. E isto não deveria dar direito de fechar uma rua ou de fazer mais barulho do que o que está estabelecido em lei.

Tem caminhões de vendas de produtos coloniais, como frutas, verduras, dentre outras, que estacionam seus veículos nas vias, retirando vaga de moradores e turistas, mas  para vender mercadorias que já estão à venda em estabelecimentos da cidade que pagam aluguel, impostos e empregam torrenses com carteira assinada… uma concorrência desleal e que prejudica a todos e não ajuda os turistas,  porque a maiorias das coisas oferecidas já são vendidas no comércio local.

Acho que está mais do que na hora de fazer uma espécie de marco regulatório nas questões de direitos e deveres na utilização das vias e das vagas de estacionamento público em Torres. Têm muita coisa errada e “esperta” de muita gente e que acaba deixando o espírito um pouco malicioso – por serem atitudes que mais parecem aproveitamento de vácuo de lei.

Que a Câmara trabalhe nesta questão, típica de Câmara de Vereadores de qualquer cidade.  Vamos à lei?

DECORAÇÃO, EVENTOS E  GESTÃO DO TRÂNSITO III

Falando em trânsito, mais uma vez dou minha modesta opinião sobre o sistema de sentido das vias centrais. Ainda acho muito mais civilizado que as ruas sejam de MÃO ÚNICA. Para motoristas, basta dar a volta. E estes têm carro para isto: poder ANDAR MAIS através de um meio de locomoção MOTORIZADO, sem exigir gastos energéticos das pessoas nem exposição ao tempo (sol e chuva), uma situação também conhecida como CONFORTO. Portanto, não vai custar nada ter de fazer uma volta a mais, pois o carro não cansa.

Para os pedestres, a MÃO ÚNICA ajuda em sua segurança. Além de haver menos carros passando nas vias, estes ficam mais seguros nas calçadas porque sabem que os veículos vêm somente de um lado e podem cuidar mais ao andar nos passeios públicos. E para atravessar a rua é MUITO mais fácil. Não há necessidade de olhar para os dois lados ou de esperar que os dois lados cessem a passagem de veículos, como é obrigação em vias de MÃO DUPLA.

Para o estacionamento a questão fica muito mais civilizada para quem estaciona e faz a baliza. Em via de mão única pode acontecer as duas coisas ao mesmo tempo: estacionar em baliza e o carro de trás seguir seu rumo sem parar, diferente do que atualmente acontece em vias de mão dupla. E quando um veículo está saindo de uma vaga, também: o de trás pode simplesmente desviar e seguir seu destino sem alterar sequer a velocidade.

Para bicicleta nem se fala de tantos que são os benefícios. O motorista da bike nem irá precisar circular na CONTRAMÃO (como fazem erradamente hoje com a desculpa de poderem ver o que está pela frente e “fugir” de um acidente): eles podem circular no mesmo sentido dos carros, que irão desviar das bikes sem estresse e todo mundo fica feliz. E poderão ficar mais longe de carros estacionados e evitar que estes, quando incautos,  abram as portas sem verificar a presença de um ciclista, vindo e causando acidentes.

 




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