OPINIÃO – DEMOCRATICAMENTE

Coluna de Fausto Jr - Jornal A FOLHA - Torres - RS - Brasil

7 de novembro de 2022
Por Fausto Júnior

Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito por pouco no pleito para a presidência da República, com menos de dois pontos percentuais a mais que seu oponente, Jair Bolsonaro. Conforme o lado POSITIVO mostrado pelos marqueteiros das campanhas:

1) Lula foi eleito para presidir o Brasil no ano de 2023 como uma pessoa que tem em sua biografia uma conduta limpa e que veio concorrer na eleição para recolocar o Brasil no lugar onde já esteve quando ele mesmo (Lula) estava no poder.

2) Ele substitui o atual presidente Bolsonaro, que (conforme apresentado em campanha) foi considerado no pleito passado como um mito por seus seguidores, e que foi eleito para retirar as tendências social e comunistas implementadas no Brasil antes de sua entrada, mas principalmente eliminar a corrupção que havia na nação nos 14 anos do governo do PT que o antecedeu. E que só não conseguiu avançar muito nas promessas por conta da Pandemia e da Guerra na Europa.

 

DEMOCRATICAMENTE – 2

 

Já se pegarmos o viés do lado NEGATIVO mostrado no marketing das campanhas:

1) foi eleito um presidente do Brasil (LULA) que foi condenado justamente por ter incorrido em corrupção e por ter sido presidente enquanto, em meio a seu governo, funcionava uma organização criminosa que retirou dos cofres públicos (através de atos de corrupção) bilhões de reais e que, segundo indícios no processo,  o presidente sabia desta organização criminosa.

2)Foi eleito para substituir um presidente (BOLSONARO) que foi eleito em 2018 por oportunismo e que na realidade, destes quase quatro anos, se mostrou um genocida na gestão por ter lavado à morte 400 mil pessoas por omissão durante a pandemia de Covid 19, além de ser considerado miliciano e golpista.

Então, em que país você está?

 

DEMOCRATICAMENTE – 3

 

Espero que na prática (embora a “dúvida” da biografia de ambos os concorrentes), TENHA SIDO ESCOLHIDO para o Brasil um projeto de governo que vá fazer  voltar a aumentar os benefícios sociais da população que teriam sido tirados pelo governo atual. Tenha sido eleito um presidente que vai extinguir a pobreza e a fome por conta de ações de seu projeto para o Brasil. Que vai reativar o setor Cultural da nação após ter sido anulado pelo governo atual, além de fazer o país voltar a crescer economicamente como na época dele (Lula) no poder…. é o que afirma o marketing da campanha do PT.

Também espero que o governo ELEITO não seja um governo pesado, cheio de empreguismos e conchavos corporativistas, que quebrou o Brasil gerando déficits orçamentários bilionários além de milhões de desempregados no final dos seus 14 anos de poder – poder este que foi sendo reeleito também por ter praticado ‘compra’ de parlamentares (mensalão), equipado em prol de companheiros das estatais (Petrolão), além de ter comprado setores do Estado através da corrupção e do ‘toma – lá – dá – cá’ e favorecendo certos setores da mídia e da classe artística através de benefícios na Cultura nos governos anteriores, principalmente através de emissoras de TV. Governo este que irá mais uma vez voltar a realizar seu modus operandi… conforme afirmava a campanha de Bolsonaro.

 

DEMOCRATICAMENTE – NO GOVERNO DO RS

 

No Rio Grande do Sul quem ganhou a eleição para governador foi Eduardo Leite, praticamente sendo reeleito (após renunciar para tentar uma jogada na prateleira nacional, jogada que  não se concretizou).  Mas o PT, vencedor do pleito nacional, acabou virando protagonista na eleição para governador gaúcho. É que no primeiro turno, a chapa de Edgar Pretto quase foi para o segundo turno justamente no lugar de Eduardo Leite. Quem foi o vencedor do embate inicial foi a chapa do representante do governo Bolsonaro, o deputado Onix Lorenzoni, que acabou sendo ultrapassado facilmente no segundo turno pelo seu oponente Eduardo Leite.

Deduz-se facilmente que muitos dos votos do PT do primeiro turno foram transferidos para Eduardo Leite. Os motivos maiores da transferência devem ter sido resultado da alta polarização entre os anti–Lula e os  anti-Bolsonaro, que levou até os críticos da direita a votarem em Eduardo Leite, mesmo depois de sindicatos de servidores do Estado do RS fazerem campanhas (inclusive veiculadas na TV e em rádios), que demonizavam o governo Leite, colocadas no ar no período pré–eleitoral bem  próximo às eleições.

Penso que a aliança com o MDB na chapa, através do candidato a vice Gabriel Sousa (representante aqui do Litoral Norte), também foi definitiva para a virada de votos.  A parte do MDB que estava do lado de Bolsonaro no primeiro turno (e votou em outros candidatos ao governo gaúcho no 1º turno), foi levada a apoiar o parceiro de partido neste segundo turno.

Penso, inclusive, que esta virada no RS levou até algumas perdas de no próprio Bolsonaro no 2º turno no RS – em nome da proximidade MDB/ PT sugerida por militantes no pleito. O que pode, inclusive, gerar um namoro mais efetivo entre as duas agremiações dentro do RS, talvez até no Brasil, pois na nação a maioria de emedebista (principalmente no Nordeste do país) se colocou abertamente apoiando o PT na nacional e institucionalmente, o que ajuda mais ainda o inicio deste namoro depois desta “ficada” no RS.

 

POLARIZAÇÃO DAS “MARCAS” PT E PL

 

Outra constatação que tive (por conta das eleições deste ano no Brasil e no RS) foi o enfraquecimento de algumas siglas tradicionais do Brasil. O PDT, por exemplo, deu vexame nacional com Ciro Gomes e estadual com Vieira da Cunha. No posicionamento para o segundo turno, os brizolistas ficaram do lado da esquerda no Brasil embora de forma discreta (Ciro foi viajar e não abriu sua posição textualmente), o que sugere que o voto no 2º turno dos pedetistas possa ter sido também polarizado entre Bolsonaro e Lula no Brasil. No RS, os Brizolistas abriram apoio a Leite, mas também de forma discreta e acho que o resultado foi também divisão entre os dois polos de força.

O MDB ficou em um limbo. Parece que resolveu se dividir definitivamente, se mostrando em parte do lado do PT – mesmo que emedebistas tenham liderado o impeachment de Dilma em 2015 – e ao PL de Bolsonaro, sem maiores posicionamentos mesmo sobre a divisão (um pé em cada lado).

Partidos nanicos continuaram nanicos e não se preocuparam de tentar pelo menos se posicionar de que lados estão e os porquês  de lá estarem através de suas marcas (siglas).

Partidos que navegam pela direita, atualmente protagonizada pelo PL (por conta de ter sido este o partido que Jair Bolsonaro e seus aliados pessoais escolheram para representar este discurso), pouco se posicionaram abertamente durante o pleito. Até o PP e o Republicanos, coligados com Bolsonaro na eleição nacional, ficaram com posições discretas, sem manifestações fortes.  O PSDB, o MDB, o Cidadania, o PSD, o Podemos e o União (Dem/ PSL) que se posicionam mais ao Centro, por exemplo, foi a coligação que elegeu o governador do RS Eduardo Leite, concorrendo com Onix do PL de Bolsonaro.

 

POLARIZAÇÃO DAS “MARCAS” PT E PL – 2

 

O PSDB e seus nomes de “egos inflados” fez com que, atualmente, somente Eduardo Leite seja um nome representativo do partido. Dória colocou uma fogueira de um lado ao mesmo tempo em que um dos maiores líder do partido (Alkmin) foi nada mais nada menos do que o candidato (e agora eleito) vice-presidente do Brasil com o PT de Lula – mesmo após ter chamado (algum tempo atrás) seu companheiro de ladrão que queria voltas a cena do crime. Se juntaram a Aécio Neves, que por sua vez se queimou por conta de envolvimento em investigação de corrupção. FHC assinou um certo atestado de autodestruição do partido ao apoiar Lula na eleição, depois de tanto se colocar frontalmente contra o PT quando presidente nas eleições.

A coligação do PT – que criou a Federação para a eleição deste ano no Brasil – foi entre PT, PC do B e PV. No RS o partido que se juntou ao PT, além da federação, foi o PSol.  O Psol sempre teve candidatos no Estado, neste ano não se apresentou. Manuela D’Ávila poderia representar parte da esquerda com o PC do B… : não quis. E a esquerda também ficou pouco representada.

Na prática o Brasil todo parece estar se formatando para ficar com dois grandes partidos. O PT pela esquerda e o PL pela direita. PP e Republicanos saem sem crescer ou diminuir em nível de “marca” na política pela direita  ou centro, mas aparecem junto, não largaram totalmente suas “marcas”.

Na esquerda fica, além do principal partido (o PT),  o PSB, o  Psol e outros vários pequenos que recebem às vezes o PSB como parceiro.  O PSB porque chamou Alkmin, que deu um cavalo de pau da direita para a esquerda, e de outras conquistas de nomes nacionais.

No centro ficam todos os outros, o chamado Centrão, que possui o MDB em queda como protagonista, PDT em crise de identidade, junto com  PSD, que aparece e desaparecem conforme a música, e a União – Dem e PSL, que possui muita gente que se elegeu no pleito passado (2018) na garupa da eleição de Bolsonaro, tanto em nome do PSL quanto em nome do Dem e que, definitivamente, não teve nenhuma postura institucional após a união, aparentando mais oportunismo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




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