OPINIÃO – Dindinho vs. Carreta da Alegria: Tradição e Novidade em Torres e no Litoral Gaúcho

Entre altos e baixos, o Dindinho resiste há decadas. Aqui em Torres, ele já sobreviveu a mais de cinquenta temporadas de verão, passando por vários donos, mas sem perder sua essência. Nos últimos anos, porém, um novo concorrente chegou à cidade: um caminhão do tipo trio elétrico, com luzes vibrantes e músicas em alto volume, logo atraindo a atenção de turistas, veranistas e moradores.

19 de janeiro de 2025

O icônico Dindinho nasceu em Tramandaí na década de 1920. Isso mesmo, ele tem mais de 100 anos de história! Ao longo do tempo, ele se espalhou por todo o litoral gaúcho, fazendo muito sucesso com a criançada e com os mais crescidinhos também.

O nome “Dindinho” surgiu de uma forma curiosa e carinhosa. Seu criador, o Sr. Nery Farias, estava preparando sua frota para um desfile, mas ainda precisava de um nome marcante para seu veículo inovador. Durante os preparativos, seu sobrinho, um menino curioso que o chamava de “Dindinho” (diminutivo de Dindo, padrinho), não parava de fazer perguntas: “Dindinho, o que é isto? Dindinho, o que é aquilo?” Um amigo de Nery, ao presenciar a cena, sugeriu: “Por que não chama de Dindinho? É simpático e combina.” Assim nasceu o nome que atravessaria gerações.

Entre altos e baixos, o Dindinho resistiu. Aqui em Torres, ele já sobreviveu a mais de cinquenta temporadas de verão, passando por vários donos, mas sem perder sua essência. Nos últimos anos, porém, um novo concorrente chegou à cidade: um caminhão do tipo trio elétrico, com luzes vibrantes e músicas em alto volume, logo atraindo a atenção de turistas, veranistas e moradores.

Esse estilo de veículo é famoso em todo o Brasil, mas sua origem remonta a Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, em 2007, quando o casal Wellington e Fabiana Cardoni criou a Carreta Furacão. A ideia começou como um grupo de animação de festas infantis, inspirado nos tradicionais “trenzinhos da alegria”. Com música, palhaços e dançarinos, o formato fez sucesso e virou uma febre nacional. A versão que chegou a Torres é a Carreta da Alegria.

Assim como a original, a Carreta da Alegria é chamativa, cheia de cores e personagens que encantam as crianças. Seus integrantes dançam, interagem e atraem passageiros com entusiasmo, tornando-se uma atração irresistível para quem está de férias.

Por outro lado, o acanhado Dindinho até tentou incluir alguns personagens populares para atrair o antigo público, hoje debandado para o outro lado,  não deu certo. A novidade é sempre mais atraente.

A “nave alienígena” Carreta da Alegria baixou em Torres, uma cultura popular “estrangeira” parece que veio aniquilar outra cultura popular, esta nativa do litoral norte gaúcho. Enquanto a Carreta da Alegria passa lotada pelas ruas da cidade, logo atrás vem o Dindinho quase vazio, mas resistindo, apesar da sua idade avançada. O lado bom é que a Carreta da Alegria só funciona à noite — por enquanto — sobrando os passeios diurnos para o Dindinho. Que ele resista por muitos anos mais.

Força, Dindinho!




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