OPINIÃO – ELEIÇÃO 2024 ADIANTADA EM TORRES?

Coluna de Fausto Jr - Jornal A FOLHA - Torres - RS - Brasil

5 de novembro de 2023
Por Fausto Júnior

Trata-se de exagero iniciar o processo eleitoral de 2024 no meio do ano de 2023 como aconteceu em Torres. Mas vale destacar a impossibilidade do prefeito Carlos (já antes reeleito) de concorrer de novo;  a impossibilidade jurídica que o vice-prefeito Fábio Amoretti enfrenta ao não poder mais concorrer como vice (depois de dois mandatos da função na prefeitura);  uma reunião meses atrás com a base aliada do governo Carlos (PP) que ocasionou uma  nota do Progressistas, onde  uma imagem afirmava que cinco dos nomes  presentes no encontro estariam como pré-candidatos dentro da agremiação (sem dizer quais). Tudo isso acabou formando uma fagulha  na fogueira  que se transformou em uma ‘pré-estreia’ da cena eleitoral torrense, que efetivamente será apresentada no segundo semestre do ano que vem com as convenções dos partido: antecipação.

 

MAIS NOMES NA VITRINE

 

Como os políticos vivem de aparições públicas, também é normal que esta fagulha eleitoral antecipada tenha motivado que nomes diversos, dentro dos vários partidos que compõem o cenário eleitoral local, começassem a aparecer. É que alternativas são colocadas na vitrine para ver a reação do eleitorado acerca destas indicações partidárias ou autoindicações. Isso acontece também para promover nomes que em muitos casos pretendem tão somente concorrer a vereador, mas colocam seus nomes na lista da majoritária para melhorar sua viabilidade eleitoral.

Pelo lado do PP vários nomes entraram em pauta, mesmo informalmente, como Fábio Da Rosa, Gimi, Carla Daitx, Fernando Nery, Fábio Amoretti, José Broca, além do nome sempre destacado no partido Nasser Samhan. Dos partidos da base aliada também começaram a surgir destaques das agremiações como especulação de nomes como o de Rafael Silveira (PSDB) e Mateus Junges (União Brasil), por exemplo. Inclusive o  PSDB teve a solene apresentação do ex-vereador e ex-candidato a prefeito Carlos Tubarão, como nome filiado da agremiação, saindo donde estava para entrar no jogo para competir pela chapa majoritária (em nome dos tucanos).

 

OPOSIÇÃO EM AÇÃO

 

A oposição na Câmara Municipal em Torres, formada pelo MDB, PDT, PSB e PT também resolveu ‘mostrar as unhas’. O ex-prefeito de Torres, João Alberto Machado, mandatário por oito anos na cidade, resolveu assumir a reformulação da identidade do seu MDB após duas derrotas causadas por divisão dentro do próprio partido. E iniciou uma espécie de estratégia de articulação local com agremiações e grupos sociais locais. Formalização do bloco PT/MDB foi uma das bases, aproximação institucional com PDT e PSB outra. E inclusive aproximações com agremiações que não estão com mandato na Câmara também iniciaram. Tudo liderado pelo ex-prefeito João Alberto, agora com processos políticos outrora abertos contra si finalmente arquivados. Se especulou inclusive a possibilidade do próprio João ser o candidato do MDB.

Nomes de políticos que estavam protagonizando a oposição contra o governo Carlos – como do vereador Igor Beretta (MDB), do vereador Moisés Trisch (PT) e do vereador Silvano Borja (PDT) – também apareceram como possíveis oposicionista da cidade que poderiam ser nomes de chapa.  E a seguir o MDB apresentou um outsider: o empresário Delci Dimer se disponibilizou dentro do partido para ser uma alternativa. E nas últimas semanas, Dimer tem se apresentado junto ao ex-prefeito João Alberto como praticamente o nome que seria o “oficial” da sigla para concorrer pelo MDB, o que por um lado foca mais em um nome (um concorrente mais forte contra o PP), mas por outro lado pode abrir uma porta para que uma outra alternativa possa se formar na oposição (com possível escolhas de candidatos fora da indicação do MDB, como o de Moisés Trisch pelo PT, por exemplo).

 

POSIÇÕES DE PODER

 

As siglas locais também iniciaram articulações com a sociedade para reforçarem sua munição para os ataques e as defesas do processo eleitoral. O presidente municipal de um partido, que atualmente está coligado com o PP no governo, arrendou uma rádio comercial de alto alcance em Torres; um jornal de propriedade de um torrense coligado ao PP foi repassado para uma rádio da comunidade ligada à Igreja Católica; secretários de partidos diversos (empregados dentro do governo Carlos) passaram a ser elogiados por uns e criticados por outros da base aliada do governo Carlos, numa espécie de “fogo amigo” disparado em pronunciamentos de tribuna. A coluna aqui chegou a fazer uma brincadeira com Escolas de Samba, tal as articulações das siglas com a comunidade, que passaram a fazer parte das tomadas de posição políticas das agremiações por contra do movimento eleitoral precoce em Torres. Os ‘carros dos desfiles’ começaram a ser fabricados para o ‘Carnaval eleitoral’, naturalmente com criação dos ‘sambas enredo’ dos partidos que devam ser protagonistas em 2024.

 

VITRINE COM MENOS NOMES

 

 

Entramos do mês de novembro de 2023.  E na humilde opinião desta coluna (obviamente sujeita a erros) esta espécie de pré-estreia do processo eleitoral municipal que acontecerá no ano que vem resume a seguinte situação:

1 – O empresário Nasser Samhan sinaliza como mais provável candidato do PP para o pleito à prefeitura, confirmando o início das especulações. Ele articulou bem entre os partidos apoiadores e conseguiu quase unanimidade, pelo menos até agora. Nasser é conhecido como um apoiador das causas coletivas torrenses, sempre presente em campanhas do apoio às forças de segurança locais e outras campanhas sociais

2 – O também empresário Delci Dimer por sua vez é o candidato oficial do maior concorrente do PP em Torres, o MDB. Ele tem apoio da família, dos partidários emedebistas e parece ser o típico caso de rejeição zero, justamente por conta de ser uma pessoa que nunca procurou estar nas manchetes de jornais e nas campanhas sociais, mesmo quando faziam benevolência. Sempre foi discreto, discreto até demais, falando somente quando o assunto é sério e merece ter opinião.

3 -O atual vice prefeito Fábio Amoretti aparece como possível nome alternativo, já que não pode ser mais vice de ninguém, nem da base de seu partido nem da oposição, caso troque de agremiação. A possível apresentação de Amoretti pode motivar novas posições partidárias, tanto do PT, quanto do PDT, já que o partido brizolista foi a casa de Amoretti (antes deste se filiar ao PP).

4 – E um nome representando o empresariado da hotelaria/construção Civil poderia surgir, ainda. Até agora não há sinalização, mas é a posição do atual prefeito Carlos Souza, hoteleiro e corretor de imóveis.

Olho no lance.

 

 




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