OPINIÃO – “ESTADO” NÃO CONFIA NELE PRÓPRIO. POR QUÊ?

Coluna de Fausto Jr - Jornal A FOLHA - Torres - RS - Brasil

Falta a JUSTA lei! JOSÉ PAULO LACERDA/AGÊNCIA ESTADO/AE
16 de abril de 2023
Por Fausto Júnior

O IPE – Saúde é um Plano de Saúde que foi criado para que os servidores públicos do Estado do RS tivessem um “benefício” adicional para com seus tratamentos. O mesmo Estado que existe principalmente para fornecer saúde GRATUÍTA para TODOS os cidadãos, independente de cargo, cor, nível educacional, sexo e camada econômico-social. Ou seja: um Plano de Saúde que assume que o SUS é uma Utopia e por isto fornece Saúde para seus funcionários.  Ou não?

Mas o IPE Saúde existe e cobra uma parcela dos servidores, para que estes possam obter atendimento especial (fora do SUS) em hospitais, clínicas, laboratórios e etc. Só que só paga o funcionário que quiser “aderir” o Plano. Os que não quiserem, não pagam sua parcela. Os cofres públicos do Estado pagam outro pedaço da contribuição para o IPE para completar a sustentabilidade, paga com o dinheiro dos impostos.

 

ESTADO NÃO CONFIA NELE PRÓPRIO. POR QUÊ? 2

 

O que aconteceu foi que os servidores do Estado do RS que querem ter um Plano de Saúde MELHOR ainda do que o IPE Saúde, acabam migrando para Planos com mais e melhores atendimentos, estes privados. Consequentemente, os funcionários com salários mais altos (alguns que chagam a R$ 40 mil/mês) migraram para planos privados. Embora trabalhem para o ESTADO, que se compromete em dar saúde universalizada para todos, embora também tenham direito no RS a obter plano “superior” ao SUS como o IPE, estes preferem ainda optarem por um seguro mais “adequado”: o Plano de Saúde Privado e saem do IPE. Consequentemente também, NÃO colaboram com parte de seu salário recolhido para o plano estadual. Consequentemente afinal, o IPE passa a ter um ciclo vicioso no sentido de perder a sustentabilidade, o que aconteceu.

 

ESTADO NÃO CONFIA NELE PRÓPRIO. POR QUÊ? 3

 

Tudo isto é por que o Estado (o poder público em geral) não confia nele próprio.  Recolhe em impostos 40% do que o cidadão produz para poder oferecer Saúde, Educação e Segurança gratuitos, mas oferece para seus próprios servidores Saúde, Educação e Segurança alternativos na maioria dos casos.

Resumindo: os brasileiros que trabalham e não são funcionários públicos pagam para que funcionários públicos tenham Saúde, Educação e Segurança alternativos, para que o próprio poder publico possa prometer em campanha que dará Saúde, Educação e Segurança (fora outras coisas) para todos. E o povo acredita.  Um ciclo praticamente doentio, além de vicioso.

 

ESTADO NÃO CONFIA NELE PRÓPRIO. POR QUÊ? 4

 

Fiquei sabendo que Cargos de Confiança do governo Estadual (em todas as esferas – executivas, legislativas, Judiciárias, Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas) têm direito ao IPE.  Pelo que me disserem, estes podem ser contratados por um pequeno período e recebem automaticamente o benefício do IPE Saúde como qualquer outro servidor. E quando saem, me disserem que os CCs (agora fora dos governos ou repartições do Estado do RS) continuam com “direito” ao benefício. E o Estado deverá, suponho também, pagar a “parte dele” (nossa!) nesta equação de segundo grau complexa.  MAIS UM fator naturalmente gerador de desequilíbrio do IPE. Só pode estar com problemas. Não existe almoço grátis.

Tem também os MÉDICOS cadastrados no sistema que reclamam estar recebendo muito pouco e pedem aumento. Têm categorias que inclusive estão em greve, me parece. Pelo que observei, o IPE estava caminhando para pagar por atos médicos valores similares aos pagos pelo SUS. E por isto, estes querem (pelo que entendi), receber valores similares aos que recebem de Planos de Saúde alternativos ao SUS como os privados. Mais um problema, porque não adianta ter o Plano se não tem medico para atender. Ou não?

Mais uma consequência de o ESTADO brasileiro prometer Saúde gratuita para todos, mas ao mesmo tempo oferecer planos suplementares para seus próprios funcionários. É a mesma coisa que àquele produtor de tomate que usa defensivo agrícola na plantação, mas que compra tomate no supermercado porque não quer comer o produto com a quantidade de defensivo que ele coloca em sua “lavoura”.

 

SUSTENDO DE ANIMAIS DOMÉSTICOS SEM TUTOR PRIVADO É CARO

 

O vereador João Negrini (sem partido), na sessão da Câmara de segunda passada (10/4) utilizou a tribuna para questionar a articulação de uma ONG protetora dos animais que estaria querendo entrar na justiça contra a prefeitura para que o governo de Torres não construa o chamado Canil no bairro Barro Cortado.

Ele disse se preocupar com como a prefeitura iria aguentar ter de continuar pagando mais de um R$ 1 milhão por ano por diárias de cães e gatos que ficam hospedados em casas especializadas para hospedagem por estarem na rua e sem dono e consequentemente sob responsabilidade da prefeitura. Negrini também lembrou que a mesma prefeitura também deve ofertar ração para cada um destes animais que estão em outra tutoria que não seja a do canil, isto por obrigação oriunda de sentença judicial.

É que o novo canil irá oferecer vagas para estes animais que atualmente estão em abrigos e pagando diária, ou em outros locais autorizados pela prefeitura. E se a construção for abortada, estas vagas que baixariam o custo de sustendo e abrigo dos animais abandonados ainda sem novos tutores, não serão possíveis de serem utilizadas pela prefeitura, por obvia falta de local.

Negrini acha, ainda, que as ações de esterilização (castração) é a saída. Mas que o espaço para estada e do bem estar dos animais tutoreados pela municipalidade ainda é necessário.

 

TREINAMENTO PARA ATENDER O CIDADÃO E NÃO AO EMPREGO

 

O vereador de Torres Silvano Borja (PDT) entrou com uma INDICAÇÃO para que a prefeitura de Torres promova uma parceria com a Escola do Servidor de Torres no sentido de proporcionar aos Guardas Municipais de Patrimônio, um curso de aperfeiçoamento profissional.

Silvano defende que a competência da Guarda Municipal é de proteção municipal preventiva, o que engloba várias atividades no escopo da competência. E que por isto devem estar previstas neste curso sugerido pelo vereador.

No Cronograma do curso, Silvano sugere temas como Gerenciamento de Crise, Questões Ambientais, Manejo de Arma, Mediação de Conflitos, Técnicas de Abordagem, Redação de Ocorrência, Lei sobre Abuso de Autoridade e Direito Penal.

De minha parte (Coluna – Fausto) sugiro que seja passada para TODOS OS SERVIDORES municipais a motivação real para que estes trabalhem para ENCANTAR os cidadãos de Torres, seus clientes. Como em qualquer outra atividade de prestação de serviço, o conceito POSITIVO dos servidores será oriundo sempre da VERDADEIRA impressão que os cidadãos têm de seu trabalho nos serviços prestados.

O Conceito de marketing clássico é: ATINGIR OBJETIVOS PROFISSIONAIS ATRAVÉS DA SATISFAÇÃO DOS CLIENTES. Satisfação de clientes pode ser atingida mesmo quando não há um pagamento em dinheiro direto na relação, no caso, a prestação de serviços de órgãos públicos.

Encantar clientes é muito mais sustentável do que buscar dinheiro para aumento de salário ou de empregos através da pressão corporativa. Quem define o conceito de servidor público é o cidadão, não os governos nem os políticos ligados ao governo. Obedecer a ordens de superiores e trabalhar para ENCANTAR o cidadão. Esta é a receita.

 

 




Veja Também





Links Patrocinados