OPINIÃO – FAKE NEWS É UMA NOTÍCIA FALSA NA PROPRIA BASE LEGAL?

Coluna de Fausto Jr - Jornal A FOLHA - Torres - RS - Brasil

3 de junho de 2024
Fausto Junior

Jacó Miguel diz uma coisa

Fábio da Rosa diz outra

Nesta semana, o ministro Alexandre de Moraes enviou nota ao UOL para criticar reportagem do portal, que continha informações sobre o Tribunal Superior Eleitoral.  No texto, o ministro diz que, “constata-se que as fake news e notícias fraudulentas não ficam restritas apenas às redes sociais”. As jornalistas do portal parecem que, por hora, estão salvas do onipotente inquérito sobre as “milícias digitais”, mas a nota de Moraes lhes serve de alerta: cuidado com o que publicam. O caso é emblemático da importância do debate sobre as fake news, e da sanha de grupos poderosos em regulamentar – e limitar – a liberdade de expressão no país. (Texto e Fonte: Editorial Partido Novo).

 

OPINIÃO DA COLUNA – Nesta semana, na sessão da Câmara Municipal de Torres, o vereador Jacó Miguel (PDT) fez uma afirmação no microfone, onde criticava o atual prefeito Carlos Sousa (PP) de aumentar o próprio salário e de não agir em áreas que considera fundamental na cidade. E o vereador Fábio da Rosa (PP), também na tribuna da mesma sessão, chamou a afirmação do colega oposicionista de Fake News, porque quem teria  aprovado (para Fábio) o aumento do salário do prefeito  FOI A CÂMARA e não o próprio prefeito,  como disse o colega  Jacó, além de também para Fábio, o aumento  NÃO SER PARA O PRÓPRIO PREFEITO, porque o aumento seria para a legislatura próxima, entre os anos de 2025 a 2028, período que estará na cadeira de prefeito outra pessoa que não Carlos Souza (já reeleito, sem chance de participar do próximo pleito municipal), como teria acusado o vereador . Tudo isto então para Fabio da Rosa seria uma espécie de “Fake News” que nada mais é do que a tradução literal de “notícia falsa” em português (como deveríamos nós, brasileiros, gaúchos e torrenses a chamar, em minha modesta opinião). 

Trata-se de um acontecimento que está gravado nos anais da Câmara Municipal de Torres e que pode ser usado como paradigma da questão da eficácia da “Lei das Fake News”. Quem é o dono da Fake News neste caso de Torres? O vereador Jacó – que afirma que o prefeito Carlos aumentou o próprio salário e que seu colega Fábio discorda e diz o porquê? Ou seria o próprio Fábio da Rosa o noticiador falso em afirmar fatos irreais sobre a notícia usada por Jacó para acusar o atual prefeito como oposicionista na Câmara?

Penso que nenhum deles é culpado e que, portanto, esta tal de Lei das Fake News já é uma notícia Falsa em si, e que por isso o legislador deveria usar a própria chama legisl


adora que veio dentro dele para julgar a si próprio e analisar se não está utilizando uma notícia falsa para chamar de “Fake News”. 

Os seres humanos têm (ou deveriam de ter) capacidade de discernimento para acreditar no que ouvem e no que leem, isto baseado nas mentiras e verdades de suas experiências… A imprensa surgiu no mundo para substituir as fofocas de salão de barbearias, que moviam os debates das comunidades porque não se sabia nunca de quem era realmente a fonte inicial da notícia – quando notavam que a notícia era falsa, exagerada, sem contexto ou até o oposto do ocorrido em alguns casos. A imprensa surge para mostrar de forma pública, impressa e assinada algo que aconteceu, tendo nos fatos as fontes de consulta e as provas do acontecido. E aí surgiram os conglomerados de imprensa atualmente existentes, bem como pequenas empresas de comunicação…

 A rede social e a web são como “antigos salões de barbearia”, agora virtuais – do século 21, onde além de não se saber em muitos casos quem é o informante dos fatos publicados, este informante pode, ainda, ser um fantasma escondido atrás de uma identidade falsa ou incompleta. E a imprensa frequenta o salão, como outros frequentam, mas se apresentando curatorialmente e dando suas versões sobre os fatos.  Portanto, a imprensa deveria continuar sendo fonte de informações fidedignas até perder a audiência ou os leitores por conta da pouca fidelidade e sucumbir, como já acontece em muitos casos de jornais. Penso que não é saudável, portanto, existir leis onde juízes vão julgar se as notícias sob Júdice são reais ou falsas, como sugerem os arautos da chamada Lei das Fake News – que está para ser julgada no congresso e que já está de certa forma sendo aplicada em alguns casos pelo Superior Tribunal Federal em suas interpretações em julgamentos. Ou não?

 

CURTAS

  • Os redutores de velocidade construído na Avenida Beira Mar não são completos. Na faixa que é utilizada para estacionamento não há aumento da altura da pista lista, o que sugere aos motoristas dos  veículos que desviem do quebra-molas (para não quebrar as molas), o que consequentemente gera mais perigo que antes ( pode atropelar ciclistas da faixa de bicicletas), além de molhar pedestres no calçadão em dias pós chuvas. Deveriam mudar… ou não?
  •  Vereador Vilmar Santos Rocha, de Torres, critica a CCR Via Sul pela falta de manutenção na via paralela da BR 101 que não estaria tendo reparos. Mas a obrigação é do Governo Federal. Ele que cobre da concessionária a sua obrigação, se houver em contrato. 
  • Vereador também de Torres, Luciano Raupp (PSDB) reclama, com razão, da não observância até agora da quebra de colheitas de pequenos agricultores do Litoral Norte – por conta das enxurradas e enchentes daqui. Diz inclusive que pode faltar merenda nas escolas, já que estas são obrigadas a comprarem os alimentos deste tipo de agricultor regional. Parabéns, a observação é pertinente. 
  • Vereador Moisés Trisch (PT), também de Torres, lembra que os bilhões de reais que estariam sendo separados (e criticados por colega) para a Cultura no Brasil através da Lei Rouanet não são desembolso do governo, que trata-se de abatimento de parte do imposto a pagar das empresas que optam por comprar cotas de projetos artísticos.  Mas seu colega Gimi responde, dizendo que é gasto igual, porque é renúncia fiscal. Os dois têm razão. Olho na versão… e nas retóricas. Isto é democracia.  Eu concordo em usar este dinheiro em renúncias a quem for doar para obras de reconstrução no RS, por exemplo, como sugere Gimi.
  • Vereador Rogerinho (PP) lembra da necessidade das autoridades e a sociedade evitarem que sejam invadidas matas ciliares de rios em lembrança do Dia da Mata Atlântida. Importante dizer que não se poderia inclusive deixar que pessoas ocupem áreas a beira do rio, mesmo que sejam oriundas de grupos vulneráveis. Elas, ao ocuparem estes lugares, além de prejudicar a mata atlântica, correm risco de ficaram desabrigadas e até de perderem vidas, como ocorreu nas enchentes do RS….Olho nos dois lados. 
  • Vereador Moisés criticou municipalidade de Torres afirmando que historicamente não há intervenções importantes na estrutura urbana das praias do sul da cidade. Mas a seguir Silvano Borja, que até pouco tempo era do PDT (oposição) e também reclamava de falta de investimentos na urbanidade das praias do sul, entrou na pauta  desta vez para defender o governo Carlos Souza (no qual atualmente é  parte da base aliada, através do Podemos)  para lembrar que foram feitos lá várias intervenções nestes últimos 4 anos como, por exemplo: o asfalto da Estrada dos Cunhas,  a  troca da iluminação para lâmpadas de Led  e agora o anúncio da pavimentação da  Interpraias entre Paraíso e Estrela do mar, passando pela Praia Real. Os dois têm certa razão….
  • Vereador Dilson Boaventura (MDB), de Torres, lembra que investimentos no aeroporto, como estão sendo sugeridos por várias ações de colegas da política, também seria um investimento no desenvolvimento das Praias do Sul, com emprego, renda e giro de recursos por conta disto. Sim, concordo!
  • Vereador Fábio da Rosa (PP) afirma que o “passivo” de retoques em buracos mal fechados da Corsan em Torres é grande. E que os responsáveis vão ter de se virar para atender os pedidos futuros ao mesmo tempo que têm de realizar o pagamento do passivo do passado. Certa observação.   

 




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