OPINIÃO – faltam unidades de saúde nos bairros de Torres

A União das Associações Comunitárias e de Moradores de Torres (Uamtor) aponta 19 bairros sem unidades de saúde em Torres. A maior reclamação concentra-se nas Praias Sul que lamentam pelo abandono.

24 de fevereiro de 2023

A União das Associações Comunitárias e de Moradores de Torres (Uamtor) aponta 19 bairros sem unidades de saúde em Torres. A maior reclamação concentra-se nas Praias Sul que lamentam pelo abandono. Segundo a opinião de representantes da Uamtor, que não houve progresso após anos de estagnação do serviço, e cobra providências.

“A Uamtor aponta que mais de 11 mil pessoas, que moram em 19 bairros da cidade, sofrem de  problema comum, que é a falta de uma Unidade de Atenção Primária à Saúde (Uaps). Este tipo de unidade é responsável pelo oferecimento de serviços perto da casa do paciente, evitando o deslocamento e a sobrecarga de unidades de urgência e emergência com demandas pelas quais não são responsáveis”.

Para a entidade torrense, esta situação exige que sejam construídos mais postos de atendimento básico, contratados também mais médicos. Está faltando referência ao usuário do sistema de saúde nestes bairros, fazendo com que estes pacientes busquem diretamente os serviços de urgência e emergência para questões mais simples e tendo, muitas vezes, o quadro de saúde agravado pela falta de acompanhamento na atenção básica.

 

A DIFÍCIL VIDA NA PERIFERIA – Maria de Fátima, moradora da praia Estrela do Mar, em Torres, conta um pouco das situações que já passou. “estou morado aqui há cinco anos, onde estamos sofrendo com a falta de ruas abertas, rede de energia elétrica e de água. Na política passaram por aqui alguns candidatos que prometeram regularizar nossa situação, mas depois disto sumiram. todos são iguais não levam a sério os moradores, pois sabem que na periferia sempre falta estrutura. Estamos na luta dentro da ocupação, mas os problemas se agravaram porque aqui moramos com precariedade e, quando chove, muitos de nós temos problemas. O prefeito e o poder legislativo não olham pra gente, pois somos humildes”, relata.

A falta de saneamento básico e de água potável tem impacto direto na saúde das pessoas, por conta de doenças relacionadas à insuficiência de saneamento. E tendem a crescer, agravando outro problema central enfrentado pelos moradores das periferias: a falta de assistência básica de saúde.

Em Torres, em comunidades das Praias  do Sul, as famílias estão há anos sem posto de saúde, algumas praias nunca tiveram água encanada nem ruas calçadas. A precariedade da zona sul do município, revela que “algumas das comunidades não tem nada, água, saneamento básico, energia elétrica, ônibus, mesmo morando em zona urbana”. Claro que a questão da falta de regularização imobiliária de certos loteamentos contribuí para a situação de insegurança e deficiência de serviços, mas o problema precisa ser analisado.

No município de Torres, a gestão municipal ainda mantem bairros sem equipes de saúde da família. Ao fazer isso, penso que precariza a rede municipal de saúde e coloca a população em risco, é preciso oferecer profissionais de saúde à população no interior  e nas periferias.

“Todos os dias é uma humilhação o que a gente passa para conseguir atendimento. Tem vez que ficamos horas esperando uma consulta e saímos sem remédio porque dizem simplesmente que está faltando”, completa dona Maria Silva, moradora da Salinas II.

 

MAIORIA DOS DESEMPREGADOS ESTÁ NA PERIFERIA – Sem renda, sem transporte, sem água e sem saúde. A lista de problemas é grande e não termina aí. Maior parte dos desempregados em Torres estão concentrados nas regiões perifericas. Em alguns bairros, um em cada cinco moradores ativos não tem emprego. destes, quase metade tem menos de 24 anos.  “O auxílio emergencial não foi suficiente para pagar todas as despesas e o que aparece de trabalho é um bico ali outro aqui”, explica Maria Santos, 43 anos, manicure e moradora da Vila Nova Esperança.

Até a busca por emprego fica mais difícil devido à ausência de políticas públicas nos bairros periféricos. Exemplo disso é o baixo número de creches e escolas (em meio a população crescente, em especial no verão), que, muitas vezes, não permite que as mulheres com filhos pequenos consigam procurar trabalho.

 

*Editado por Guile Rocha

 

 




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