Está tramitando na Câmara de Torres o Projeto de Decreto Legislativo, de autoria do vereador Rogerinho (PP), que concede ao vereador Gibraltar Pedro Cipriano Vidal, o Gimi (PP), o Título de “Cidadão Honorário” de Torres.
Trata-se de uma decisão corajosa, mas justa do vereador Rogerinho em encaminhar o título ao seu colega de Câmara. Corajosa porque encaminha o processo em pleno período de exercício do vereador Gimi de seu cargo de presidente da Câmara no ano de 2021; e porque o encaminhamento pode ter votos contrários de alguns vereadores da Câmara, por conta do mesmo Gimi ainda estar exercendo o cargo de vereador após 25 anos, consequentemente podendo receber respostas políticas de membros da oposição ao seu PP (partido que está no Poder com o prefeito Carlos Souza e o vice Amoretti).
Trata-se também, no entanto, de uma decisão extremamente justa o título de Cidadão Honorário porque o vereador, além de exercer seu cargo por um quarto de século de forma seguida em Torres, de ter sido diversas vezes presidente da Câmara eleito por seus colegas e de ter realizado várias obras e modificações desenvolvimentistas na Casa Legislativa em cada uma de suas passagens pela presidência. Isso além de ter se mostrado em toda sua longa estada morando em Torres – desde sua fase de jovem adulto, lá no século passado -SER um morador da cidade lutador pelo seu desenvolvimento e sua proteção, se colocando como um líder local em nome do município.
Gimi também defendeu Torres em pautas de gestão estadual e federal, conseguindo em alguns casos trazer para a cidade as decisões positivas sobre estas causas e se mostrando lutador em outras que não conseguiu a vitória, um típico comportamento de líder municipal da cidadania.
O vereador Gimi poderia se candidatar a prefeito de Torres se quisesse e teria chance de vencer o pleito. Portanto o título entregue ao presidente da Câmara de 2021 é também político, o que é legítimo; mas é merecido pelo conjunto da obra. O vereador agraciado é um destaque obvio entre os 40 mil habitantes de Torres e seria injusto que isto não acontecesse em vida.
Um carioca que vive em Torres há 30 anos virou mais torrense do que carioca. Mais de metade de sua vida foi aqui na cidade, e muito mais que metade de seu coração está aqui, acho eu.
POLÍTICO DE PARTIDO OU PARTIDO DE POLÍTICO?
O Brasil tem em torno de 35 partidos. Digo e torno porque de uma hora pra outra aparece uma nova agremiação. E o maior problema disto é a falta de coerência entre os políticos eleitos pelas siglas e a defesa de bandeiras da mesma sigla. Vemos claramente estas dissonâncias cognitivas em ambientes nacionais, estaduais e municipais.
Um exemplo disto em Torres está sendo claramente demonstrado pelo vereador Jacó Miguel Zeferino. Ele defende as suas bandeiras pessoais mesmo que estas sejam totalmente antagônicas com as posições políticas e das defesas ideológicas de seu partido, o PSD. Na última sessão da Câmara, de segunda-feira, dia 13/12, o vereador conclamou a todos que comparecesse a Porto Alegre para criticar de forma contundente o Governo Leite (governo do Estado do RS) em manifestação que aconteceu por parte de sindicatos de servidores – isso apesar do seu partido estar coligado na base aliada do governo Leite (inclusive tendo o deputado Danrlei de Deus como secretário). E não foi a primeira vez que Jacó foi ofensivo ao governador do PSDB.
Uma demonstração inversa disto, que aconteceu na mesma sessão da Câmara foi a do vereador Moisés Trisch (PT). Ele foi o único vereador que não assinou um documento da Casa Legislativa torrense no Projeto de Decreto Legislativo que vai (digo vai por achar que terá 12 votos contra um) nomear o senador Luiz Carlos Heinze como Cidadão Honorário torrense. Moisés acompanha a postura de seu PT contra o posicionamento conservadora e de direita de Heinze, assim como mantêm o discurso de que o ex-presidente Lula não é culpado pelos processos que responde na justiça. É fiel aos caminhos iluminados pela agremiação que defende.
EMPRÉSTIMO CERTO É EMPRÉSTIMO PARA INVESTIMENTO!
Está tramitando na Câmara um projeto de Lei da prefeitura, que pede autorização parlamentar para que seja feita a contratação de um empréstimo financeiro junto ao BADESUL de R$ 10 milhões. Na própria lei a prefeitura diz que o recurso da operação de crédito será utilizado para a obra de revitalização da Orla Gastronômica Mampituba, com implementação de colocações nos espaços de um novo produto turístico, ao colocar na intervenção urbana novo passeio (Calçadão), deck’s contemplativos, ciclovia, drenagem pluvial, praça, playground, paisagismo e contenção das margens do rio Mampituba.
Concordo plenamente com o projeto. Ele é coerente porque, além da necessária atenção dos gestores quanto à capacidade financeira de pagamento das parcelas adiante, o que houve porque os cofres públicos de Torres ainda possuem folga por conta do pouco endividamento em relação ao seu orçamento anual, os gestores devem sempre colocar dinheiro emprestado ou de venda de ativos em INVESTIMENTOS, nunca em pagamento de custeio. Pagamento de custos ordinários devem saudavelmente ser oriundo de receitas ordinárias… Explico:
Quando se coloca dinheiro para realizar uma obra, para se criar um produto, seja ele turístico ou social, mas que seja um valor adicionado aos equipamentos urbanos das cidades, se supõe que este produto turístico ou social irá gerar desenvolvimento econômico para a cidade, consequentemente gerar sustentabilidade financeira adicional para o pagamento do próprio empréstimo.
Mas se faz a contratação de um empréstimo ou a venda de ativos para que os recursos ajudem a pagar DESPESAS CORRENTES de um poder executivo, isto pode ser o prenúncio do fim. Se pegarmos dinheiro emprestado ou se vendermos patrimônio nosso para pagar as contas de nossa sobrevivência, certamente chegará um dia que o dinheiro irá acabar porque não resolvemos a causa: a geração de recurso ordinário (emprego, empreendimento) para pagamento de despesas ordinárias. E isso acontece também no setor público e nas empresas.
Portanto, se a prefeitura tivesse pegando empréstimo para suprir furos no fluxo de caixa, seria o prenúncio de dias cinzentos no futuro, mas não é o caso. A prefeitura de Torres está contratando empréstimo para gerar um novo produto turístico. Os R$ 10 milhões serão possíveis geradores de outros milhões pela frente ao termos mais turismo, mais movimento nos restaurantes, mais gente “turistando” em Torres e gerando oportunidades, emprego e impostos pela frente.
Deve passar por unanimidade o PL que está na Câmara, acho eu.