Teoricamente a base aliada do novo governo do MDB em Torres, formada em princípio pelo partido junto com o PDT (vice), PT e PRD, não terá maioria na Câmara de Vereadores. É que foram eleitas quatro cadeiras para o PP, três para o PSDB, uma para o Republicanos e uma para o PL, todas agremiações que estavam junto na eleição e tentaram eleger o candidato progressista Nasser (PP) e o vice Tubarão (PSDB). São nove cadeiras contra 4 cadeiras, vitória quase que “de capote” (o dobro) se os vereadores se comportarem de forma política firme, Situação X Oposição. Só que não…
As posições políticas nas cidades na maioria das vezes são agremiavas e não ideológicas. Isto significa que causas de fundo e de conceitos de sociedade quase nunca entram em pauta, por conta destas serem já bem regulamentadas pelos partidos no Congresso Nacional e consequentemente virarem leis, leis estas que não podem ser modificadas nem nos municípios nem nos Estados Federativos por terem sempre “vício de origem” – Legislar em cima de uma lei maior, uma espécie de desobediência hierárquica. Por isso que os vereadores têm na mão somente armas superficiais para “negociarem” seus votos, passando a votar a favor da situação ao invés de manterem a oposição.
Portanto, se o governo é bem intencionado e corajoso (predicados necessários para gestões vitoriosas), basta mandar para a Câmara seus projetos de Lei que, se forem bem fundamentados e explicados anteriormente, os vereadores, mesmo de oposição, irão votar a favor. E se caso ocorra derrota na Câmara, cabe ao governo ‘espernear’ e colocar a sociedade contra os votos contrários à suas propostas e programas, que precisam ser votados na Casa Legislativa. E a seguir colocar a matéria mais uma vez em votação, alertando a sociedade para que fique atenta à postura de seus representantes no legislativo. Dificilmente um vereador vai insistir em votar contra uma coisa caso a sociedade ache que ele deveria apoiar. Perde seu ativo político e dificilmente irá ser reeleito, porque os concorrentes irão lembrar deste capitulo de sua biografia ali na frente, no próximo pleito.
Acho que o governo atual (MDB) não precisa entrar em supostas negociações de troca de apoio por cargos na prefeitura. Em minha modesta opinião, isto não é necessário. Basta ser firme, reto e transparente com o povo que as coisas boas são aprovadas por unanimidade, mesmo por supostos “opositores”.
CURTAS
- O PSDB de Torres fez bonito na eleição. Liderados pelo jovem Rafael Silveira, conseguiu colocar mais dois vereadores se comparado com a eleição passada, porque na prática Luciano Raupp não foi reeleito (pois estava na Câmara como suplente, quando substituiu o vereador Ninja, que foi cassado por falhas no seu partido, à época o Republicanos). Parabéns aos tucanos torrenses.
O PP conseguiu manter seus quatro vereadores na bancada da Câmara. Somente um ‘novo’, o vereador Jacques, que de novo não tem nada na Casa porque já atuou quase toda a legislatura passada substituindo o vereador Fábio da Rosa, que foi secretário da Ação Social até março deste ano. E agora quem é suplente de Jacques é o mesmo vereador que ele supriu. Fábio trocou de função no time, ficando no banco de reservas logo atras de quem o substituiu na legislatura atual. Ficou a 5 votos de Jacques, que ganhou a vaga por pouco
- O MDB conseguiu aumentar em uma cadeira sua bancada na Câmara. Manteve os dois que lá estavam: Igor Beretta e Dilson Boaventura, e colocou de vota à Casa Legislativa o vereador Tenora, que já esteve vereador por lá pelo PTB (2005/2008), trocou para outros partidos e agora conseguiu voltar pelo MDB. Suas frases de efeito mais uma vez deverão gerar “reflexões” durante as sessões da Câmara.
O vereador Silvano Borja (Pod) em minha opinião fez trabalho bom a ponto de merecer a reeleição, o que não conseguiu…. Teve votação suficiente, mas faltaram os votos gerais do seu partido. Sua saída do PDT, sem maiores explicações, talvez o tenha prejudicado. No Partido Podemos, pelo qual concorreu, foram poucas as pessoas registradas e com votos no pleito, o que acabou causando falta de legenda para conseguir uma cadeira. Uma pena, penso eu.
- O Partido Republicanos conseguiu eleger mais uma vez um vereador. Cláudio Freitas entrou neste ano depois de sair do PSB, onde se elegeu no ano de 2020, e conseguiu a reeleição nominal, mesmo trocando de sigla. O Republicanos mostra profissionalismo e coordenação em Torres. A candidata Silvana bateu na trave mais uma vez e é suplente do vereador Cláudio. Sugiro que a sigla promova um rodízio para que mais uma mulher possa ter experiências na Câmara, desta feita em nome do Republicanos.
Se o MDB precisar utilizar os vereadores reeleitos Igor Beretta ou Dilson Boaventura em cargos de confiança no Poder Executivo, vai dar chance para que o jovem Douglas Gomes, que ficou na 1ª Suplência do partido com 259 votos. Se precisar dos dois, entra na Câmara Gilberto Bock, que fez 257 votos e ficou na 2ª Suplência.
- O vereador mais votado na eleição de Torres foi do PT. Moisés Trisch fez 1.607 votos, mais de 500 votos acima de Igor Beretta, o 2º mais votado na eleição. Do PT, o segundo lugar ficou com Débora Fernandes, com 103 votos. Ou seja, Moisés teve a eleição sozinho e colaborou a mais com pelo menos o dobro do segundo mais votado para tentativa de colocar outra cadeira. Seus fãs, são barulhentos e difusores de apoios. Parabéns ao partido.
Falando em PT, a petista de carteirinha, professora Fátima Cechin, também deve estar bem cotada para assumir a secretaria da Educação do Governo Delci/André. Ela, além de professora, já foi secretária do Governo Nílvia, na pasta da Fazenda.
- Falando em secretários e a dança das cadeiras para o governo que inicia em 2025 em Torres, o ex-secretário João Ouriques também tem chance de ser novamente parte da equipe do governo do MDB. Ele ficou na pasta à época de João Alberto durante muitos anos, quase toda a gestão. E na saída de João chegou a ser cogitado para candidato a prefeito, mas na ocasião acabou sendo Pardal o escolhido.