OPINIÃO – Jogo das Cadeiras para a eleição de 2022

Coluna de Fausto Jr - Jornal A FOLHA - Torres - RS - Brasil

4 de agosto de 2021
Por Fausto Júnior

As cadeiras de futuro governador, futuro presidente, futuros senadores, futuros deputados federais e futuros deputados estaduais nem estão colocadas no salão. Mas os nomes para a disputa do jogo das cadeiras já começam a aparecer.

Além da briga Bolsonaro por um lado e Lula por outro, mesmo quando os mesmos ainda não confirmaram suas possibilidades (de vontade e jurídicas), começam a aparecer nomes que parecem estarem querendo testar suas popularidades para o pleito para a Cadeira Maior do Brasil. Ciro Gomes (PDT) e João Dória (PSDB) mostraram ter possibilidades grandes de aparecerem oficialmente. Este quarteto (Bolsonaro, Lula, Dória e Ciro) poderia colocar a eleição de forma parelha: 30% da direita seriam representados por Bolsonaro; 30% da esquerda seriam representados por Lula; e os 40% dos centristas do Brasil representados por dois nomes de centro, um mais a esquerda (o de Ciro) e outro mais a direita (o de Dória).

Os escorregadios de ambos os três lados que decidiriam o pleito (como sempre no Brasil), já que todos os nomes têm alto grau de rejeição, justamente por serem pessoas incisivas e com biografias de igual valor e teor públicos.

Jogo das Cadeiras para a eleição de 2022 II 

No Rio Grande do Sul parece que o atual governador, Eduardo Leite (PSDB) quer tentar ver de sua viabilidade concorrendo dentro do partido com o também governador Dória, de São Paulo, para ser o nome dos tucanos para a presidência. Se isto ocorrer (o que acho difícil principalmente pela boa articulação que Dória possui para atingir seus pleitos), Leite não deve concorrer à reeleição no RS. Se ele (Leite) entrar como nome do PSDB como vice numa outra chapa para a presidência, isto também poderia o fazer desistir. E a candidatura de Centro no RS poderia ser representada pelo MDB.

Na quarta-feira (28/7) o atual presidente da Assembléia Legislativa do Estado gaúcho, deputado Gabriel Souza (MDB), em entrevista para uma TV do interior do Estado na WEB afirmou que o ambiente está propicio para que o seu MDB possa dar continuidade ao que chama também de continuidade que o governador Eduardo Leite deu ao projeto do ex-governador Sartori, na gestão anterior. Gabrielzinho (como carinhosamente é chamado) acredita que o PDSB (na gestão 2019/2022) está dando seguimento ao projeto do MDB (na gestão 2015/2018) e que este mesmo projeto poderia ser levado adiante na gestão (2023/2026). Isto faria que o Estado pela primeira vez interrompesse o “ir e vir” de projetos antagônicos, quando da luta entre o centro (representado pelo centro do seu MDB e pelo PSDB) nas gestões anteriores, sempre representados por um lado pelo MDB ou pelo PSDB e por outro lado pelo PT, um acabando com o projeto do outro. E o nome do próprio Gabriel Souza pode aparecer para representar este projeto de centro pelo MDB, atualmente “levado adiante” pelo governador Eduardo Leite (PSDB), fazendo uma espécie de dobradinha de centristas gaúchos. O deputado federal Alceu Moreira também seria um nome do MDB. Mas parece que o partido deve estar avaliando qual o melhor nome para colocar no jogo das cadeiras em 2022, olhando também para as viabilidades para as cadeiras de deputado federal e para o Senado.

Jogo das Cadeiras para a eleição de 2022 III

A opção de o governo Bolsonaro colocar o senador Ciro Nogueira (PP – Piauí) no centro do poder do governo de Brasília como Ministro da Casa Civil pode ser um sinal de uma opção dos Progressistas de se inclinar para a Direita representada pelos bolsonaristas. E isto pode ter reflexos estaduais, como sempre. Neste contexto, o também Senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) tem muita chance de ser o nome da chapa dos conservadores (direita) para o governo do Estado, numa coligação com os partidos apoiadores do presidente Bolsonaro também no RS. Ele já queria ser o nome do PP na eleição passada por aqui, o que acabou não sendo viabilizado, mas que acabou viabilizando por sua vez sua eleição para Senador pelo estado gaúcho. Como o mandato é de oito anos, Heinze pode concorrer a cadeira de governador sem perder o direito de sua cadeira no Senado, mesmo que perca a eleição, a mesma opção da então senadora Ana Amélia Lemos no pleito de 2014, quando perdeu por pouco o pleito para o governador eleito à época, José Ivo Sartori, e continuou sanadora pelo estado até 2018.

Já a opção para a esquerda ainda não deu sinais. Pelo PDT (centro esquerda) o presidente do Grêmio Romildo Bolzan Junior diz que não vai, mas muitos acreditam que vá, sim. Acho que Romildo só se candidata a governador do RS se isto for fruto de uma coligação com a esquerda (PT, PC do B, PSol e outros, assim como de partidos de centro esquerda como PSB, por exemplo, dentre outros). Se não houver esta coligação, acho difícil o PDT ter seu nome ligado ao centro desta vez.

Já pela esquerda, acho que a ex-candidata a prefeitura de Porto Alegre Manoela D’Ávila pode ser a representante da esquerda gaúcha como foi por muito tempo o PT, que parece não estar disposto a colocar nomes no pleito ao Poder Executivo no Estado, pelo menos como cabeça de chapa.

Para o SENADO, uma CADEIRA DISPUTADA

Neste ano que vem será somente UMA CADEIRA a ser disputada no RS para o Senado, já que em 2018 dois nomes foram colocados lá, Luiz Carlos Heinze (PP) e Paulo Paim (mais uma vez reeleito).

O MDB deve colocar um nome pelo RS, que pode ser ocupado pelo ex-governador José Sartori ou pelo atual deputado federal Alceu Moreira (caso não seja o escolhido para concorrer ao governo do Estado), dentre outros.

Vários outros nomes de atuais deputados federais do PP, por exemplo, podem também ser lançados para o Senado, embora o partido já tenha representação por lá com Heinze. Ana Amélia Lemos pode querer voltar a competir para esta cadeira, recuperando sua posição perdida quando de sua opção de concorrer em 2018 como vice na chapa à presidência do ex-governador de São Paulo Geraldo Alkmin, que não teve êxito.

E o PT pode colocar nomes para ocupar sua segunda cadeira por lá, também.   Ilustres como os ex-governadores Tarso Genro, ou Olívio Dutra são opções bastante possíveis de obterem êxito na votação pelo RS, levados pelos 30% dos votos da esquerda com a colaboração dos 20% do centro esquerda e dos 20% dos indecisos de centro direita (dependendo da concorrência).

Deputado estadual pelo Litoral Norte

O ex-prefeito de Arroio do Sal Luciano Pinto deve ir mais uma vez buscar uma cadeira na Assembléia Legislativa do RS representando o Litoral Norte do RS. Ele não vai ter a concorrência do atual deputado Gabriel Souza como teve em 2018, principal candidato da região, que foi eleito e atualmente é presidente da Assembléia, que deve ir para Deputado Federal se não for para governador do Estado. E nomes robustos do litoral ainda não apareceram, pelo menos na visão deste colunista. Portanto, a chance de Luciano Pinto é grande e a concorrência pode ser mais com nomes “confirmados” estaduais de outras áreas geográficas do RS, o que rouba a opção pelo voto distrital, em minha opinião voto distrital que deveria ser lei no Brasil.

Mas ex – prefeitos do litoral podem aparecer para colocarem seus nomes no Pleito para uma cadeira na AL do RS. Ex-prefeitos e atuais prefeitos… Um nome pelo PP para o litoral para deputado estadual poderia ser do atual prefeito de Três Cachoeiras, o Ratinho. Ele teve quase unanimidade na reeleição na cidade no ano passado e mostra uma ótima capacidade de articulação política. Mas Ratinho dividiria os votos distritais “de raiz” (como o meu) com o ex-prefeito Luciano, o que seria ruim para os dois.

As cadeiras estão colocadas. A música (regra do jogo) definida (sem reforma política). Que apareçam os nomes para a dança das Cadeiras, federais, estaduais e regionais.

 

 

 

 

 

 




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