OPINIÃO – MERCADO PÚBLICO EM TORRES

Coluna de Fausto Jr - Jornal A FOLHA - Torres - RS - Brasil

Imagem meramente ilustrativa de Mercado de Salvador da Bahia. Fonte divulgação google da página Salvador da Bahia
22 de abril de 2021
Por Fausto Júnior

O vereador de Torres Silvano Borja (PDT) sugeriu na tribuna da Câmara de Torres que a municipalidade construísse um Mercado Público em Torres. A ideia é de que, com a construção, aumentem os dias para que os produtores do campo do município vendam seus produtos aqui no centro da cidade, fomentando a produção agrícola. E que, também, possa ser criado mais um diferencial competitivo cultural para que veranistas e turistas escolham e mantenham Torres como seu destino de seus passeios ao frequentarem a feira e poderem adquirir mercadorias genuínas do município.

Acho a ideia muito inteligente e já havia sugerido isto há anos, nesta mesma coluna. Parabéns ao vereador Silvano pela ideia. Inclusive eu havia sugerido que a feira fosse construída onde atualmente funciona uma praça, na beira da lagoa, antes desta construção, quando após a demolição do Ginásio da Lagoa lá construído e interditado por problemas estruturais.  Mas lá não dá mais.

Mercado Público em locais turísticos como Torres pode servir como uma espécie de posicionamento cultural local. Lá pode ser comercializado , além de alimentos produzidos no campo do município, artesanato feito por artesãos torrense, o que leva para o mundo souvenires que ampliam a difusão da imagem de Torres como uma cidade paradisíaca de beira de praia do litoral gaúcho do Brasil… E que tem símbolos artesanais locais…

O Mercado Público, portanto, fomenta a agricultura, o comércio, o artesanato e o Turismo Cultural da cidade. GOL

 CAPTAÇÃO DE MÉDICOS EM DEBATE

O vereador Rogerinho (PP), falando em nome do governo Carlos, em seu espaço de tribuna lembrou que a secretaria de Saúde do município está tendo continuados e repetidos problemas para fazer a reposição de médicos para atuarem nos Postos de Saúde dos bairros, os ESFs. Conforme informou o vereador, os médicos estão se demitindo, sem aviso prévio, e as vagas não estão sendo supridas por falta de candidatos.

Rogerinho se referiu também ao aumento de casos de tratamento violento de munícipes perante os profissionais dos postos, incluindo os médicos, o que seria um dos motivos para as demissões.  E por isso pediu para que a população tenha mais paciência e respeito com os profissionais. Conforme também informou, seriam quatro médicos faltando atualmente, nos Postos do São Brás, São Francisco, São Jorge e Curtume. O vereador Igor Beretta reclama que o médico do Bairro Rio Verde também não está mais no posto,  quando somaria cinco, então.

Existem muitos atos burocráticos na relação Médico X Paciente, quando o relacionamento deveria ser somente em questões de prevenção a problemas de Saúde e de consultas por conta de novos sintomas de doenças por munícipes. Um dos exemplos é a necessidade de os pacientes terem de pedir receitas de medicamentos de uso contínuo, mas que as receitas têm que ser entregues na farmácia para o recebimento do remédio, assim como são legalmente vendidos nas farmácias somente com receitas médicas, também. Este é um “problema” da legislação e que exige burocracias, tanto para que pacientes consigam seus medicamentos tomados de forma sistêmica, quanto para os médicos. Isto e outras situações burocráticas poderiam ser modificadas ou eliminadas, claro que dentro da segurança de Saúde dos munícipes.

Mas o que mais seria importante para a salutar relação de Saúde dos moradores dos bairros e dos médicos seria, em minha opinião, a implementação de um programa preventivo, onde o profissional cuidaria dos pacientes quase como médicos de família, com uma relação de empatia de ambas as partes e histórico do paciente em evidencia nos prontuários. Talvez este desafio em funcionamento motivasse mais os médicos para que permanecerem trabalhando 40 horas ou 20 horas nos postos de Saúde do município.

O salário não é baixo, parece girar em torno de R$ 10 mil por mês para 40 horas semanais.

RECOLHIMENTO DE LIXO É PROVA DE CIVILIDADE

Já o vereador torrense Igor Beretta, também em seu espaço de tribuna da Câmara Municipal, compartilhou lamentando a resposta da prefeitura sobre seu pedido de informações sobre o porquê da diminuição da qualidade e do aumento do espaço entre uma coleta de lixo e outra na maioria dos bairros de Torres. A resposta que recebeu foi que eram para ser cinco caminhões trabalhando, quando na realidade estão em funcionamento somente três, o que seria a causa do questionamento do vereador. Na mesma resposta a prefeitura informou que já estaria multando a empresa pelo não cumprimento do contratado e providenciando a retomada do trabalho dos cinco caminhões contratados.

Recolhimento de lixo bem feito e feito com a periodicidade demandada pelo descarte se trata de civilidade. E os contribuintes, além de pagarem impostos em geral, também pagam taxa de recolhimento de lixo, o que os dá mais direitos ainda pelo serviço bem feito.

E cidades turísticas como Torres também têm a missão de ser de vanguarda neste quesito, pois limpeza urbana é vital para manter turista e captar veranista e turista. Limpeza é o básico para receber visitas, ou não?

TROCA DE FARPAS IDEOLÓGICAS

O vereador Moisés Trisch (PT) criticou de forma contundente o prefeito Carlos Souza acerca de uma entrevista que este deu na rádio Maristela falando sobre a privatização da CEEE.  Conforme Trisch o prefeito de Torres teria criticado servidores que ganham muito na CEEE, para ele de forma injusta, porque na maioria os salários da estatal (que foi privatizada na ponta e deve ser privatizada em outras etapas da produção de energia) é de pessoas com salários abaixo de R$ 5 mil. Moisés lamentou a fala do prefeito afirmando que o erro de avaliação foi grosseiro e que ele deveria estar mal assessorado nas informações.

Na mesma sessão da Câmara, o vereador Carlos Jacques (PP), sempre com sua diplomacia, respondeu às criticas do vereador petista ao prefeito também de forma pública. E discordou das ofensas às opiniões de Carlos Souza, lembrando que este (o prefeito) é uma pessoa muito bem formada para formar sua opinião e que, além disto, trabalha diuturnamente para o bem de Torres.

Ora. O vereador Moisés Trisch defende de forma peremptória as empresas e as autarquias públicas em geral, assim como defende o seu partido, o PT, aos sete ventos. Portanto não é de se estranhar que ele fique ofendido quando o funcionalismo público estável (inclusive a sua posição profissional fora da vereança) é colocado em questionamento por receber salários mais altos do que as mesmas funções do sistema privado – o que falou o prefeito Carlos Souza na entrevista. Trata de uma espécie de corporativismo estatal.  São ideologias diferentes, quase polares. E que quando mal contatadas ou não isoladas entram em choque.

BARULHO FORA DA LEI… OU DO BOM SENSO? 

Mais de uma pessoa reclamou nos últimos meses sobre o início de trabalhos de capina e pintura de vias em horários da madrugada, enquanto as pessoas na maioria ainda estão dormindo e que consequentemente são acordadas com o ruído das máquinas de capina e de aspiração ou inspiração de grama e areia utilizadas para o serviço.

No caso da pintura, se trata de ideia boa, porque em geral o trabalho não faz barulho e o serviço pode render mais quando as ruas estão desertas, nas madrugadas. Mas nos casos de capina, o ruído antes de um determinado horário da manhã é proibido por lei, me parece.

Abaixo uma reclamação de uma leitora de A FOLHA, levemente editado para manter o espírito da reclamação:

Isso sim …que eu chamo de grande falta de respeito com o cidadão, com contribuinte, com trabalhador …Não da pra acreditar que somos acordados às 5:07 da madrugada com barulho de roçadeira limpando os canteiros da avenida …Isso é um absurdo, uma falta de consideração com quem trabalha o dia todo e até tarde da noite e precisa descansar …Já tenho vários protocolos de reclamação na prefeitura, mas não adianta… Acho que vou ter que fazer vídeos e ir pra mídia social, pra imprensa, e acho que vai ser preciso fazer boletim de ocorrência e levar isso pra justiça, porque não existe o mínimo de bom senso e respeito. Por que a equipe trabalhando a essa hora , com esse barulho infernal, os cachorros latindo e ninguém mais dormindo no lugar , nem bebê , nem idoso doente? É muita falta de consideração e respeito … Não precisa dizer que é desnecessário esse trabalho começar neste horário”.

 

 




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