A Estação Rodoviária de Torres é uma concessão Pública, uma espécie de Parceria Público Privada, mas gerenciada institucionalmente pelo governo do RS. Conduzida pelo Daer, os terminais no estado fazem parte de um elefante branco publico, que inclui as Rodoviárias, as concessões de linhas intermunicipais e regionais de ônibus, regulando o mercado por DECRETO ao invés de deixar que o MERCADO – pela lei de Oferta X Procura – regule tudo de forma NATURAL, como tudo que é livre.
O resultado desta interferência estatal que acaba confundindo interesses diversos institucionais com os verdadeiros interesses dos consumidores (pobres, ricos, jovens, velhos e etc.) acaba sendo no mínimo estranho, como é o caso da troca de local da Estação Rodoviária de Torres como está sendo feito.
Os donos da área e do prédio da Rodoviária atual estão corretíssimos em colocar à venda o seu imóvel, já que não há nem houve nenhuma obrigação contratual que isto não pudesse ser feito e o lugar é altamente valorizado. Se há algum erro no processo de troca de localização é do Estado do RS através do Daer, que deixou que prazos corressem sem abrir o processo de concorrência para o novo dono; que pode ter deixado de colocar no projeto a opção de compra do imóvel caso terminasse a relação contratual como ocorreu; ou que fez um novo certame licitatório incompleto e fechado, não buscando opinião dos usuários nem colocando prazos mais elásticos na licitação – feita em dezembro passado e que vence no final deste mês de setembro.
NOVA RODOVIÁRIA, CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS II
Se o processo como um todo fosse privado, tenho certeza que a qualidade e quantidade de oferta de transporte para pessoas entre as cidades do RS seriam melhores. O Mercado iria concorrer para ter serviços mais baratos e mais qualificados, com preços coerentes com os custos e coerentes com os vários segmentos de poderes aquisitivos diversos e exigências diversas. Também teríamos vários pontos de embarque e desembarque de passageiros, criados para atender as companhias de transporte e suas exigências, diferente de hoje quando se têm empresas de uma bandeira só (monopólios) cobrindo sozinhas regiões inteiras do RS e utilizando rodoviárias definidas pelo poder público, mas sustentadas por concessionários que são obrigados a cumprir a lógica de burocratas estatais, uma combinação que ultimamente tem gerado várias desistências de concessionários, como o que está ocorrendo em Torres.
Se atualmente fosse livre para qualquer empresa colocar um roteiro POA Torres e Torres POA, teríamos várias alternativas, como temos em modelos de automóveis. Teríamos alternativas baratíssimas embora simples e menos confortáveis, alternativas médias com acomodações e serviços médios e teríamos alternativas de luxo, com preços e serviços acima dos outros.
A chegada dos aplicativos tipo Uber para caronas remuneradas nos centros urbanos é um exemplo clássico. Antes deles, a população tinha somente as opções de ônibus e taxis, ambas as concessões públicas. Atualmente se escolhe entre um taxi grande, um carro de aplicativo de luxo, um carro de aplicativo médio, um taxi pequeno, e até aplicativos onde mais de um podem seguir a mesma viajem. São preços e qualidades à escolha dos clientes, tudo transformado após somente termos a visão de pessoas no mundo que implantaram uma proposta em uma brecha da lei para poderem dar LIBERDADE de escolha para nós, viventes ricos, pobres, magros, gordos, preguiçosos, maratonistas. Olhamos para nosso gosto e para nosso bolso e decidimos. Às vezes, quando a coisa está ruim, escolhermos ir a pé! Opa! Kkkk. Mas temos liberdade de escolha.
NOVA RODOVIÁRIA, CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS III
Acho que o futuro para os ônibus intermunicipais será o mesmo… Pelo menos deveríamos torcer para isto. Se deixarmos que empreendedores individuais e empresariais criem formas de vender transporte para pessoas entre os lugares, o mercado vai acabar criando inúmeras alternativas. Atualmente já existem aplicativos como o Blá Blá Car e outros que estão se instalando que oferecem este serviço, o que está aos poucos diminuindo a dependência das pessoas de se utilizarem de ônibus e rotas planificadas pelo estado, quando muitas das vezes as mesmas rotas são com horários, tempo de cruzeiro e preço diferentes do gosto dos usuários, que se obrigam a usá-las por pura falta de alternativas. Se deixar livre, vai começar a existir Vans e Ônibus por aplicativos, que vão concorrer com as linhas tradicionais como os aplicativos concorrem com os taxis nos casos urbanos.
Aí Rodoviárias não precisarão ter uma configuração como têm até então, baseadas ainda nos modelos de Estações Ferroviárias de mais antigamente. Pode ser que os locais sejam pontos de referencia para alguns casos, mas que concorrerão com outros pontos que terão os embarques e os desembarques diferenciados.
Há 10 anos, um senhor aposentado e pobre do interior tinha de vir para a cidade de ônibus para sacar seu dinheiro da aposentadoria mensalmente. Dependia tão somente do ônibus, da distância entre a RODOVIÁRIA e o banco no centro urbano e da distância entre o ponto de ônibus de sua vila do interior e sua morada. Atualmente este mesmo senhor talvez pelo mesmo preço consiga fazer isto por aplicativo. Além disto, existem várias alternativas eletrônicas para sacar seu dinheiro e de pagar suas contas. Pix, cartão de débito e crédito, cartão cidadão (aceito nos mercados e lojas) e etc. O ponto da Rodoviária passou a ser menos importante e cada vez mais será menos fundamental para qualquer um de nós. Olho no lance… ou no ponto…
ANIMAIS DE RUA: NECESSIDADE DE PROGRAMA RESOLUTIVO
Mais uma vez está em debate na cidade de Torres a questão do tratamento público para com os animais de rua, também chamados de animais “errantes”. São principalmente cachorros e gatos que estão na rua e não possuem donos, pelo menos oficialmente.
A lei aprovada no Brasil em 2015 é rígida. Exagerada ou não, ela exige ações públicas nos Estados e nos municípios perante os animais, o que deve fazer parte da agenda de trabalho nas prefeituras e nas secretarias dos estados Federados, já que tem casos que envolvem serviços estaduais como Brigada Militar e SAMUs.
Em minha opinião a questão deve ser trabalhada como um programa, com plano de ação e escopo bem definidos e, principalmente, com objetivos a serem alcançados e medidos anualmente, objetivos estes qualitativos e quantitativos.
Por exemplo: O Objetivo do projeto Público seria “retirar todos os cachorros de rua não identificados nas vias da cidade em cinco anos”. Os projetos envolvidos no programa poderiam ser Castração de fêmeas por mês, vacinação de cães por ano, e principalmente, o cadastro dos animais assim como uma lei municipal, com direitos e obrigações de cidadãos, lei esta que normatize a forma de uma pessoa qualquer ser tutora de um animal, assim como que normatize as sanções para as pessoas que não cuidam de seus animais como deveriam.
Programas de adoção de animais sem dono e de filhotes de fêmeas que ficaram prenhas antes de serem esterilizadas deveriam ser constantes. E casos de pessoas que não teriam mais como tratar e sustentar seus pets por empobrecimento, perda de emprego e etc., teriam de ter solução apresentadas pelo poder público, soluções estas bem divididas pelo poder aquisitivo das famílias envolvidas.
O Projeto como um todo pode ter a possibilidade da inscrição de voluntários para trabalharem nas ações junto com a prefeitura, porque tem muita gente que gostaria, sim, de trabalhar nisto mesmo sem remuneração.
Uma ideia.