OPINIÃO – O BOM E VELHO PTB REENCARNOU

No início de dezembro (2023), o ex deputado federal Vivaldo Barbosa deu a conhecer a iniciativa dele e alguns antigos colaboradores de Leonel Brizola: Estava recriado, com o aval do Tribunal Superior Eleitoral, o PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO - sob os ideais de Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola

29 de dezembro de 2023

No início de dezembro (2023), o ex deputado federal Vivaldo Barbosa deu a conhecer a iniciativa dele e alguns antigos colaboradores de Leonel Brizola: Estava recriado, com o aval do Tribunal Superior Eleitoral, o PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO.

O PTB foi o Partido de Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola, berço das lutas populares e de defesa nacional, criado em 1945 e extinto, em plena expansão, pelo regime militar, em 1966.  A reorganização do trabalhismo foi retomada 13 anos depois,  quando Brizola chamou ao Encontro dos Trabalhistas, em junho de 1979, em Lisboa. Lá foi lavrada a pauta de princípios da nova sigla: A “Carta de Lisboa”, o trabalhismo como caminho brasileiro para o socialismo moreno, vinculado a II Internacional Socialista, da qual  sou signatário. . Voltando ao Brasil depois da Anistia, no final daquele ano, o ex governador gaúcho sediou-se no Rio, onde viria a ser também eleito Governador em 1982, e reorganizou o PTB, requerendo o devido registro, ao cabo de  épico plantão,  durante as festas de fim de ano  de 1979, à  porta do Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília. Temia que Ivete Vargas, dissidente de sua liderança, tivesse a primazia do Protocolo na concorrência pelo direito à sigla. Ela estivera em Lisboa mas rejeitou a reatualização do PTB ali aprovada. Lamentavelmente, tudo em vão. O TSE, no desabafo do deputado Getúlio Dias, que lhe valeu um processo, já havia se tornado uma “latrina do Palácio do Planalto” e acabaria negando o registro do PTB a Brizola. Foi “O dia em que Brizola chorou”, como imortalizaria em crônica Drummond de Andrade a dor do velho caudilho  diante da perda da sigla, feita em pedaços. Deu ele início, então, ao novo Partido sob sua liderança, para o qual todos os envolvidos até ali com o autêntico trabalhismo fluiriam, o PDT, um Partido, entretanto, de ocasião, mas que cresceu, embora perdendo vigor depois da sua  morte, em 2004.

Enquanto isso, o PTB Ivete Vargas, como ficaria conhecido, caiu na vida, ao ponto de acabar nas mãos de Roberto Jefferson que o transformou em instrumento de apoio incondicional não só a Bolsonaro, mas a seus priores aliados, como o ferrabrás Daniel Silveira, hoje preso. Mas Deus escreve certo por linhas tortas e o próprio Roberto Jefferson, sem êxito na qualificação da sigla nas últimas eleições, a abandonou, fundindo-se com, o Partido Patriotas. Com isso, a sigla ficou disponível e o PTB não só foi agora recriado, como reencarnado  com sua combativa alma para retomar o” Fio da História”.

O trabalhismo sob a batuta de Vargas, Jango e Brizola levou o cabo, no século XX,  o ideal bolivariano da Grande Pátria. A autonomia do século anterior estava a exigir um projeto econômico que entregasse aos nossos nascentes países a vertebração material indispensável à  da soberania almejada. Isso se conseguiu rompendo com a ideologia da vocação exportadora de nossos países. Do Rio Grande à Patagônia, emergiram líderes progressistas que, à frente de Partidos modernos e grandes mobilizações,  nacionalizaram riquezas naturais, impulsionaram a indústria e criaram instituições à altura dessas tarefas. O modelo vingou e se converteu em modelo para Juan Domingo Perón, na Argentina,  Gamal Abdel Nasser, no Egito, Mohammed Mossadegh , á testa da Frente Nacional do Irã, e outros líderes que mais tarde criariam o Partido Baath no Oriente Médio.,  Nesse contexto, o Brasil com o trabalhismo foi o que foi mais longe. Não por acaso produzimos e exportamos, hoje, além de matérias primas, aviões, o produto de maior densidade tecnológica e de valor no mercado mundial. E somos autossuficientes na produção de energia.  Mas tudo começou com a criação da Cia. Siderúrgica Nacional e com um invejável fundo de investimentos privados que foi o BNDE, ambos criados por Vargas, a par da regulação das relações capital-trabalho como suporte das mudanças.

Já reorganizado em 19 Estados, o PTB volta à carga, inclusive onde foi mais forte,  no Rio Grande do Sul. Realizou sua reunião inaugural em Porto Alegre, no dia 26 passado. Feito histórico. Torres presente com meu nome e de Nilton Policena, líder da população em situação de rua na Direção Estadual.




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