opinião – PANDEMIA E REALIDADE

Coluna de Fausto Jr - Jornal A FOLHA - Torres - RS - Brasil

21 de março de 2020
Por Fausto Júnior

Tratar o assunto   CORONAVÍRUS de forma radical como têm sido as atitudes de governos por todo o mundo é responsável, embora seja radical e provoque certo pânico, que também deve “diminuir a imunidade”. Mas é importante lembrar que medidas radicais tomadas sem pensar acabam servindo para, ao contrário, expor as pessoas ao Coronavírus.

Por exemplo: entrar em filas em farmácias para comprar álcool gel acaba sendo MUITO MAIS PERIGOSO do que utilizar somente água e sabão em casa.  As pessoas na fila estão próximas, uma das outras e existe a possibilidade muito grande de ter gente contaminada na fila, já que se trata de uma medida responsável ( aí sim),  que  alguém que está com sintomas vá á farmácia comprar produtos para a higienização propagada na mídia.

Talvez pedir pela tele entrega ou ficar fora da farmácia até que a fila se desfaça seja uma boa alternativa. Ou pedir para que outra pessoa compre.

PANDEMIA E REALIDADE II

Ir ao Posto de Saúde só porque está com coriza também é uma irresponsabilidade. Esta ida pode fazer com que as pessoas efetivamente contraiam o vírus através de contatos no posto. E caso estas estejam contaminadas, podem passar adiante o vírus para pessoas que estão nos postos para atender outras coisas, que consequentemente estão com o organismo mais vulnerável.

Portanto, seguir as recomendações de ficar em casa em um primeiro momento, de evitar aglomerações e etc. é muito mais responsável. Posto de Saúde ou hospital  – por desconfiar de estar doente do vírus –  somente quando sentir dois sintomas paralelos, sendo um deles febre e o outro ligado á dificuldade de respiração.  Aí se deve TELEFONAR para os números disponíveis para cumprir os protocolos de exigência.

E manter a HIGIENE, diga-se de passagem, hábito que deveríamos manter mesmo após a pandemia terminar, pois existem vírus de gripes que também são passadas adiante.

PANDEMIA E REALIDADE III

Ir ao supermercado e comprar mais comida que se necessita neste caso é também uma contradição. Corre-se risco de pegar ou passar o vírus por estar entre várias pessoas, dividindo equipamentos tocados por várias pessoas, manipulando mercadorias manipuladas por várias pessoas e etc. Isto até  parece aquela cena absurda de se pagar uma conta que não é nossa achada na rua, só  porque tem desconto de 70% , uma burrice.

Tentar ficar a mais de um metro das pessoas é difícil em supermercado. Evitar cumprimentar amigos incautos com abrações e beijos é mais difícil em supermercados. Evitar receber um espirro de um doente (que pode ser de Coronavírus ou de gripe) é muito mais difícil em supermercado.

Comprar as coisas por tele entrega ou em vendas menores, que possuem pouca gente é muito mais sensato, embora possa ser um pouco mais caro. Mas aí não vamos adquirir o vírus (ou passar) só para pagar um pouco menos ou para comprar mais que o necessário. Seria uma atitude inversamente proporcional as sugeridas racionalmente.

PANDEMIA E REALIDADE IV

É triste ver pessoas querendo CULPAR alguém que tem o vírus, que passou o vírus. Ou colocar como vítimas os que pegaram os vírus.   A meu ver estamos em um momento altamente estressante; temos de nos manter informando, sugerindo e até proibindo algumas atividades (o que é triste, mas ás vezes necessário). Mas não é saudável colocar alguém que está com o vírus e eventualmente passou a doença adiante num tribunal de inquisição.

Qualquer um de nós pode ter passado o vírus, pois não se sabe como isto acontece por inteiro e se sabe, por outro lado, que muita gente pode adquirir o vírus de forma assintomática. Qualquer um de nós pode errar e achar que não está com o vírus quando está e passar adiante. Tenho certeza que dificilmente isto será feito de forma dolosa. Seria doença grave.

Colocar num paredão pessoas ou populações como apontar para quem teve o vírus e não se cuidou, ou apontar para uma nação e dizer que a culpa é dela,  se tratam de arrogâncias e ofensas. Uma pandemia surge do nada. As causas delas são tão difíceis de explicar como a explicação da nossa própria existência.

Não vamos imitar Hitler e dividir a humanidade entre eles e nós. Trata-se de uma idiotice, uma idiotice perigosa.

PANDEMIA E REALIDADE V

As autoridades também tem que ter certa serenidade para conseguir trabalhar em ambiente de pressão. Não é coerente ficar chamando eventos e convidando pessoas várias para fazer pronunciamentos sobre as medidas necessárias. Estes eventos acabam sendo mais um foco de contaminação, onde se pode se contaminar ou contaminar um par de sociedade qualquer.

Fazer utilização da MÍDIA contratando espaços para publicação de novas regras; utilização de tecnologia para reuniões virtuais, usar simples telefonemas para pedir ou dar informações e etc. Isto sim é o certo.

Não é hora de solenidades, como as que temos visto em âmbito nacional, estadual e municipal, colocando várias pessoas das administrações públicas para falar do mesmo assunto. Há de se utilizar os porta-vozes, nestes casos a solução mais sensata.

PANDEMIA E REALIDADE VI 

Deixar compromissos PREVENTIVOS ou protocolares para mais tarde também é uma medida inteligente, medida que se usada por todos podem colaborar para a diminuição da disseminação do Coronavírus.  Se tivermos uma reunião para decidir o futuro de um projeto qualquer, ou uma consulta médica para medir uma doença ou sintoma ATIVO, é claro que  temos de ir… O mundo não pode parar…  A vida continua, com seus ônus e seus bônus… Mas se tivermos uma reunião ou uma consulta médica, de dentista, dentre outras, somente para debater ou prevenir alguma coisa, talvez transferir este compromisso para daqui a umas semanas seja coerente. Talvez a necessidade de restrições seja encerrada ou diminuída ainda mais cedo do que se projeta, o que eu particularmente aposto, principalmente nos pontos que exigem medidas radicais como estamos vendo.  Mas obedecer a ação dos sanitaristas em geral é mais responsável. E fazer um pouco mais, como deixar algumas coisas para depois,  só ajuda.

Olho na prioridade!

 

 

 

 

 

 

 

 




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