OPINIÃO – PLANO DIRETOR DE TORRES PRA VALER

Coluna de Fausto Jr. no Jornal A FOLHA

Vista aérea de Torres (foto meramente ilustrativa)
24 de abril de 2018

As modificações no Plano Diretor Urbano de Torres deveriam ter tempero de cidade que tem no turismo sua principal receita. Por trás das regras de desenvolvimento urbanístico numa cidade está o conceito que a mesma quer passar para a sociedade. E os veranistas e turistas de Torres deveriam estar NO TOPO das prioridades da sociedade, porque é do turismo que vivemos.

As regras para a construção de edificações na zona oito – beira da Praia Grande – estão aos poucos transformando àquela zona em área de PEQUENAS EDIFICAÇÕES GRUDADAS UMAS NAS OUTRAS, justamente pela proibição de altura. Cabe aos torrenses decidirem se é este o tipo de moradia que a cidade quer ofertar para os veranistas futuros: aptos compactos, aglomerados, sem espaçamento lateral entre os edifícios e com POUCA VISTA para o mar?

Eu particularmente preferiria sugerir que apartamentos amplos, arejados e com vistas para o mar fossem as edificações a serem ofertadas para novos veranistas ou turistas que vêm para a cidade e alugam seus imóveis nas temporadas. Além da QUALIDADE maior das moradias, o arejamento para os transeuntes em geral, para moradores de casas e hospedes de pousadas do entorno, em geral seria MUITO MAIS AGRADÉVEL. Ou não?

Plano Diretor é isto. E ver a VOCAÇÃO da cidade e PLANIFICAR leis que FOMENTEM o DESENVOLVIMENTO das atividades que sejam conectadas com esta VOCAÇÃO. Desta forma um perfil MAIS QUALIFICADO de turismo será alcançado.

 

PLANO DIRETOR PRA VALER II

 

Incentivo fiscal e urbano para a construção de MAIS HOTEIS e POUSADAS na Zona Oito (a mesma da Praia Grande) também seria uma estratégia temperada para uma proposta de desenvolvimento do turismo em Torres. Por exemplo, permitir que pelo menos UM HOTEL COM OITO OU DEZ ANDARES possa ser construído na Praia Grande seria uma sacada, na minha opinião. É claro que haveria de ter compensações dos empreendedores, como recuos agressivos, capeamento de ruas e etc – talvez até alguma compensação ambiental –  mas certamente deixaria a Praia Grande com outra cara, com cara de cidade turística mesmo.

Para pousadas, bastaria fazer um plano de incentivo fiscal para que MAIS EMPREENDIMENTOS DESTES fossem construídos na Praia Grande. É claro que incentivos exigindo alguma coisa dos empreendedores como contrapartida, sempre em prol do desenvolvimento do bairro, visando transformar a Praia Grande em um GRANTE PONTO de hotelaria de Torres, o que já está acontecendo, mas com BAIXA VELOCIDADE.

 

PLANO DIRETOR PRA VALER III

 

A PRESERVAÇÃO VISUAL dos morros do Farol, das Furnas e as duas outras Torres de pedras da Praia da Guarita também seria UMA AÇÃO RESPONSÁVEL para a proteção de locais que fazem parte do que hoje é cartão postal de Torres. Portanto, a DIMUNIUIÇÃO da altura dos prédios da Prainha e da Praia da Cal seria uma ação práticas e propiciaria que estes locais se caracterizassem no futuro como bairros residenciais ou de prédios mais baixos.  Isto também combinaria com o TAMANHO das faixas de areia destas duas praias, que são BEM MENORES do que a faixa de areia da Praia Grande. Praia Grande que chega a ter, em algumas partes, espaçamento demasiadamente grande na distancia entre a rua e o mar.

A proteção dos morros também protegeria a beira de praia de SOMBRAS que, sim, podem ocorrer pela pequena faixa de areia dos dois pontos: Prainha e Praia da Cal.

 

PLANO DIRETOR PRA VALER IV

 

O ENTORNO do Parque Itapeva também teria de ter um tratamento diferenciado se formos olhar para o futuro da cidade e o DIFERENCIAL COMPETITIVO que Torres poderá ter –  Podemos imaginar como seria estampar nas propagandas da cidade que existe um parque de 500 hectares preservado no centro de sua área urbana.

Planejar leis com índices construtivos e recuos que incentivem que as construções nas bordas do lugar tenham BONS ESPAÇOS ENTRE ELAS é uma ideia. Isso vai possibilitar que os motoristas dos carros possam estar nas ruas e enxergar as áreas verdes e de dunas do espaço, preservado na natureza. No meu ponto de vista, melhor até que sejam EDIFÍCIOS ALTOS, mas com bom ESPAÇAMENTO entre eles, do que casas e edifícios pequenos grudados uns nos outros – como está sendo o processo (errado, em minha opinião) na Praia Grande.

Os transeuntes, pedestres ou de bicicleta, ao usarem as (poucas) vias que no futuro bordearão o Parque Itapeva também podem valorizar, ficar muito mais felizes e gostar muito mais de Torres se – ao estarem caminhando ou pedalando na área  – ainda  consigam enxergar o parque. Por isso penso que não adiantaria termos um belo Parque Ambiental e termos um muro de casas grudadas ao redor dele. Olho no parque!

 

PLANO DIRETOR PRA VALER V

 

Em ESTUDO feito por professores da Ulbra, que gerou uma proposta de Plano Diretor reformado para Torres em 2010, existia uma AVENIDA que ligava o Parque Itapeva ao Rio Mampituba. Esta avenida seria construída numa via que JÁ EXISTE, mas teria tratamento diferenciado para PRESERVAR o córrego que existe hoje dividindo as duas vias da avenida – localizada na borda do Parque do Balonismo, em fronteira com o Igra Sul.

A proposta CERCARIA o centro da via duplicada para que animais pudessem fazer ligação entre o Rio e o Parque, alimentando-se em alguns casos. A ideia era boa, e as construções nos terrenos desta avenida poderiam ter incentivos para projetos urbanísticos que preservassem o meio ambiente. A pavimentação da via poderia ser de material mais permeável, enfim: Poderíamos ter uma ligação de 2 km de avenida que servisse para ligar dois ecossistemas: o Parque Itapeva e o Rio Mampituba. Ao mesmo tempo – se fosse bem efetivado, com o apoio da sociedade – seria show de sustentabilidade para os cidadãos locais, turistas e sociedade em geral. Além da beleza do equipamento urbano para toda  Torres.

A ideia poderia SER RESSUSSITADA… Não acham?

 

PLANO DIRETOR PRA VALER VI

 

Incentivar a construção civil nas PRAIAS DO SUL de Torres também teria de ser mais um TEMPERO no novo Plano Diretor Urbano de Torres. Flexibilização da legislação ambiental AMBIENTAL, incentivo para a CONSTRUÇÃO DE CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS, incentivo para a instalação de edificações modernas PARA COMERCIO, dentre outros, são pontos que poderiam incentivar que novos empreendedores projetassem loteamentos e obras nas praias daquela região. Crescimento sim, mas SUSTENTÁVEL.

A pavimentação da estrada chamada de INTERPRAIAS, entre a Praia Itapeva e a Praia Paraíso,poderia ser uma das contrapartidas junto aos empreendedores, além da estrutura de ÁGUA E ESGOTO, é claro.

Um RESORT poderia ser incluído no planejamento do desenvolvimento das Praias do Sul. Ele poderia ser JUNTO AO PARQUE ITAPEVA e ter mais permissões dos hóspedes, para que estes conscientemente usufruíssem do espaço ambientalmente preservado e da praia de 4 km – que hoje está bastante deserta, por não poder se entrar de automóvel.

 

PLANO DIRETOR PRA VALER VII

 

Colocar o CALÇADÃO DA PRAIA GRANDE dentro da ÁREA urbana de Torres também seria uma medida responsável. O Plano de uso e manejo dos QUIOSQUES lá estabelecidos poderia ficar finalmente somente sob a TUTELA da PREFEITURA LOCAL. Terminariam estes PROCESSOS da União, IBAMA, Fepam, Marinha e etc., contra todos e tudo, sem critérios claros. Ai estes órgão poderiam somente se dirigir à PREFEITURA de Torres para que ela cuidasse de provar que as leis estão sendo cumpridas na cidade. E os donos de quiosques não ficariam sem saber seus futuros (e dos muitos funcionários que lá trabalham). É fato (comprovado pelo feedback dos leitores de matérias do jornal A FOLHA sobre o assunto) que tem muita gente que acha que eles fazem um SERVIÇO ao turismo local, ao invés de somente estorvar (como sugerem outros).

Penso que o DEBATE do plano de uso dos quiosques deva ser MAIS UM ASSUNTO do Plano Diretor Urbano de Torres – analisando o ônus e o bônus, diferentes posições ideológicas.




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