OPINIÃO – PLANO DIRETOR: Os dois lados da mesma moeda?

O Plano Diretor foi debatido na semana passada na Câmara de Vereadores da cidade de Torres.... Não estive lá na Câmara, mas acompanhei todas as sessões pela internet. Escutei, concordei, discordei, e anotei, destacando algumas das manifestações do “povo” e dos representantes do “povo”

Vista aérea de Torres (foto por Neuza Luz)
6 de outubro de 2023

O Plano Diretor foi debatido na semana passada na Câmara de Vereadores da cidade de Torres. Mais uma vez o “nós contra eles” imperou nos debates. Os “ambientalistas” (como se todos não fossem) contra os “construtores” (dito por vereadores como os únicos geradores de emprego e renda no município).

Nas sessões da câmara vimos vereadores “pisando em ovos” para mostrar imparcialidade, vimos, também, alguns tomando posição explicitamente a favor das construtoras e outros a favor dos chamados ambientalistas.

Eu sei que muitos acham este assunto chato, mas também acham chato o barulho de martelo, marreta, caminhões, antes das 8 horas da manhã, ou da falta de sol à tarde na praia grande, ou da dificuldade em construir um prédio ou uma casa em algum ponto da cidade. Ou seja, mesmo sendo chato, este assunto um dia vai chegar até você.

Não estive lá na Câmara, mas acompanhei todas as sessões pela internet. Escutei, concordei, discordei, e anotei, destacando algumas dessas manifestações do “povo” e dos representantes do “povo”. São elas…

– Diferentemente do que foi dito, por algumas pessoas, foram sim oferecidas diversas propostas de alterações ou emendas ao projeto do plano diretor, antes de chegar na câmara e no momento do debate público. As propostas oferecidas antes (na Audiência Pública na Ulbra) não foram colocadas no projeto, mesmo tendo a confirmação de que seria. Espera-se que, agora, elas sejam incluídas ou pelo menos tenham o tão proclamado debate e ajuste.

-Alguns participantes expressaram suas preocupações quanto à liberação de construção de altos prédios em algumas áreas, assim como outros expressaram a preocupação com a possível diminuição das obras pela cidade e o consequente desemprego.

-Não é desqualificando ou desdenhando a defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural que se valoriza uma proposta.

-O Turismo não é mais a principal atividade econômica da cidade, constataram alguns interlocutores e alguns vereadores,  e, pelo que ouvi, as pessoas vêm para a cidade ou escolhem  morar aqui pela qualidade da construção civil.

-Existem áreas, formas, medidas e ajustes que certamente não impedirão o prosseguimento da construção civil, assim como aconteceu até agora. As construtoras cresceram também com a cidade, mesmo com a afirmação de que o plano diretor estava “travando” este mesmo crescimento. Há sim, muito espaço para as construtoras continuarem a construir e gerarem empregos e, principalmente, venderem o fruto deste trabalho para as pessoas que, depois de serem turistas por aqui, se transformem em veranistas comprando um apartamento na cidade, desfrutando as belezas naturais que ainda estão preservadas, graças ao ambientalista José Lutzenberger e a seus discípulos que ainda lutam pela contínua preservação.

Espero que os debates continuem e que os ajustes neste e nos próximos planos diretores sempre aconteçam como fruto desses debates.

 




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