OPINIÃO – Refletindo sobre o Dia Internacional da Mulher

A celebração do Dia Internacional da Mulher frisa a importância da mulher na sociedade e a história da luta pelos seus direitos

10 de março de 2023

Dizia Millor Fernandes, um dos gênios da sátira  no Brasil: – Ou restaure-se a moralidade, ou nos locupletamos todos… Digo eu: – Ou instaure-se a equidade entre os gêneros ou sucumbiremos todos numa sociedade patriarcal e machista. Na semana em torno do dia 8 de março, Dia da Mulher, no qual as mulheres torrenses marcaram presença numa grande manifestação na Praça 15, esta coluna se oferece como lugar de fala  delas.

“A celebração do Dia Internacional da Mulher frisa a importância da mulher na sociedade e a história da luta pelos seus direitos”(Por Débora Fernandes, pedagoga, militante feminista).

No dia 8 de março de 1917 cerca de 90 mil operárias russas percorreram as ruas reivindicando melhores condições de trabalho e de vida, ao mesmo tempo que se manifestavam contra as ações do Czar Nicolau II. A greve geral das operárias russas que recebeu o apoio de operários do mesmo país ligados à indústria pesada, como a metalurgia. O exemplo dessa greve tornou-se tão notória à época que as feministas tomaram tal data com referência para suas bandeiras.

Esse evento, que deu origem ao Dia Internacional da Mulher, ficou conhecido como “Pão e Paz”. Isso porque as manifestantes também lutaram contra as dificuldades decorrentes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Alguns anos antes, uma “data específica para as mulheres” já havia sido sugerida no II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, que foi realizado em Copenhague, em 1910. A sugestão partiu de Clara Zetkin, então ligada ao Partido Social-Democrata da Alemanha, que disse à comunista russa Alexandra Kollotai, também participante do evento, da necessidade de um Dia Internacional da Mulher. Apesar de feita a sugestão, não houve de imediato um consenso sobre qual seria o melhor dia.

A proposta de um Dia Internacional da Mulher por Zetkin estabelecia que a data seria um dia de mobilizações de mulheres trabalhadoras em todo o mundo, que abordariam tanto a pauta da questão das mulheres no trabalho, como lutariam pelo sufrágio, o direito ao voto feminino. No ano seguinte, em 1911, aconteceria na cidade de New York uma tragédia na fábrica Triangle Shirtwaist Company. No dia 25 de março, 125 mulheres e 21 homens morreram carbonizados no interior da fábrica. A causa do incêndio foi as péssimas condições das instalações elétricas combinadas com materiais que da estrutura física da fábrica e que aceleraram o incêndio, como madeira seca e tecidos. Outro fator que contribuiu para a tragédia foi a ação dos dirigentes da fábrica de trancar os funcionários no galpão de serviço com correntes e cadeados. Reza a lenda que a cor do tecido que costuravam naquele dia era lilás, e seria a razão da cor ter sido adotada pelos movimentos feministas. Porém de acordo com a feminista Sylvia Pankrust, o lilás foi adotado pelas sufragistas inglesas, em 1908, na mobilização pelo direito ao voto. Elas escolheram o lilás que se inspirava na cor da nobreza inglesa, o branco que simbolizava a pureza da luta feminina e o verde a esperança da vitória.

O FEMINISMO NUNCA MATOU NINGUÉM, o machismo mata todos os dias.

O feminismo é um movimento que luta pela igualdade social e de direitos para as mulheres e busca combater o modelo social baseado no patriarcado e os abusos e a violência contra as mulheres. Vale lembrar que em grande parte nossa cultura está alicerçada numa sociedade patriarcal, pautada na dominação masculina




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