Durante a pandemia de Covid 19, campanhas em prol da vacinação das pessoas foram utilizadas pelo corporativismo estatal para vangloriar o Sistema Único de Saúde do Brasil, o SUS. Artistas da Rede Globo e militantes em geral deste corporativismo apareceram na TV e nas redes sociais com o braço, a vacina e a frase VIVA O SUS! Milhares de fãs destes globais imitaram a repetiam a cena em suas linhas do tempo nas redes sociais… Mas… VIVIA O SUS?
Minha opinião é que o sistema no Brasil é um engodo. Serve como forma de dizer que todos e de todas as tribos têm direito a ter atendimento de saúde TOTAL de forma gratuita, seja lá onde estiverem e seja lá de onde vêm. Mas NÃO É ISTO que acontece… Ou é?
Pessoas demoram um ano para serem atendidas até em situações de Câncer sério. Simples cidadãos nas cidades demoram meses para conseguir uma consulta em especialistas gerenciadas pelos estados Federativos. Demoram meses a até anos para conseguir realizar um exame para diagnosticar se estão doentes ou em que nível da doença estão. Diariamente vimos vereadores, nas cidades, deputados nos Estados e congressistas em Brasília reclamando das mesmas coisas. E nada de efetivo é feito. Ou é?
MAS AS MORDOMIAS… CONTINUAM… VIVA O SUS?
Neste contexto tragicômico das narrativas do SUS, que conseguiram até que o cidadão que sequer usa o SUS (porque têm planos de Saúde) encene a campanha VIVA O SUS! Os políticos que criaram e “mantêm” este sistema de Saúde praticamente quebrado continuam recebendo suas mordomias. Cúpulas dos poderes Executivo, Legislativo e judiciário recebem salários de presidentes de empresas privadas, estabilidade, benefícios e DIREITO A SAÚDE PRIVADA, PAGA POR NÓS, CONTRIBUINTES. Ou seja, além do corporativismo estatal coordenar campanha de “VIVA O SUS”, eles (a cúpula) recebem direito ao atendimento universal gratuito no sistema privado, ou conseguem que seus chefes (eleitos por nós) os consigam Planos de Saúde Complementar como benefício pessoal profissional. Mostram que eles que trabalham para que o Viva O Sus, não confiam no SUS. Ou confiam? Na prática, eles estão dizendo: Viva o SUS, mas para VOCÊS… Pra eles E SUAS FAMILIAS, NUNCA O SUS!
Lagostas no cardápio dos ministros, viagens internacionais pagas por nós para todos, salários altíssimos baseados nos ganhos dos americanos que moram em um país que têm o PIB quase 10 vezes maior que o nosso, aposentadorias especiais, no caso do judiciário até “compulsórias”, como “punição única” para juízes que cometem erros grotescos (para não dizer outras coisas), ou seja: ao invés de serem demitidos, são aposentados. E Viva o SUS?
Atualmente, as pessoas mais pobres só conseguem atendimento de Saúde via SUS. Por isso o sistema tem que “viver”, sim. Mas dar VIVA!? Chega a ser piada.
PANDEMIA NÃO FOI ATENDIDA VIA SUS TRADICIONAL
Os recursos adicionais recebidos pela população e em alguns casos até em subsídios para o sistema de Saúde para que fossem atendidas as demandas de UGÊNCIA que apareceram quando da pandemia mundial de Covid 19, que durou dois anos e meio (2020 até metade de 2022) foram autorizadas pelo Congresso Nacional para que houvesse disponibilização orçamentária para atender os problemas criados pelo Coronavírus em todo o Brasil. O governo Bolsonaro liberou fortes recursos adicionais para Estados Federativos e para municípios diretamente, isto para que houvesse o competente tratamento à pandemia, com vacinações em quatro estágios, aberturas de vagas de UTI em hospitais, dentre outras tantas ações que foram demandadas pelo “Estado de Exceção” – que foi mundial.
Se o enfrentamento da Covid 19 no Brasil dependesse do orçamento do SUS, a população seria deixada de lado. Provavelmente morreria muito mais gente na rua, nas casas, e em corredores de hospitais quando da espera de leitos de UTI. E a vacinação não ocorreria com a eficiência e presteza que ocorreu. Gritar Viva o SUS com o braço apontado com uma seringa, portanto, não foi uma ação bem explicada pela “campanha” que o corporativismo estatal teve. VIVA O BRASIL, seria mais coerente, porque foi o Poder Executivo e o Congresso Nacional que implementaram e aprovaram o Estado de exceção. E eles eram as pessoas que governavam o Brasil. VIVA O SUS?
FANTÁSTICO DENUNCIOU MÁ REGULAÇÃO DE ATENDIMENTO NO RS – “INTOXICAÇÃO DO SUS”
No programa Fantástico da Rede Globo, exibido no Domingo passado foi veiculado para o mundo uma matéria feita pelo repórter investigativo da gaúcha RBS que denunciou uma espécie de estelionato feito dentro do sistema de regulação de atendimento de Urgência do Estado do RS (SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). A gestão dos sistemas Samu que funcionam em todo o Brasil é dos Estados Federativos. Mas a Samu e sua regulação faz parte do SUS.
Na prática o sistema não estava atendendo as pessoas como antes (mesmo se sabendo que antes o atendimento também não era nenhuma maravilha). E se descobriu que esta demora tinha várias mazelas de organização. Mas a principal era a prática de médicos não cumprirem os seus horários estabelecidos em contrato com o sistema, mas manterem o controle de seu trabalho (pontos) como se estivessem trabalhando todo o período contratual, isto em conivência com executivos do sistema controlado pelo governo do RS. O resultado é “previsível”. Médicos ganhando mais do que merecem e menos que gostariam; e pacientes esperando, com dor e até morrendo por conta das falcatruas.
Esta manipulação de pontos de médicos é mais antiga que rascunho do 1º Testamento. Como os poderes públicos não querem contratar por concurso pessoas que trabalham para o setor público na Saúde – porque os salários base de médicos partem de um valor muito alto – e se somado os benefícios ficam mais altos ainda, sem falar na Estabilidade do emprego (proibição de demitir mesmo se o serviço interrompido), muitas administrações das três esferas acabam colocando no processo de seleção das vagas de médicos a possibilidade deles não trabalharem efetivamente o que está registrado no contrato, insto como forma de obter a contratação do profissional dando a ele mais tempo para outros empregos ou atendimentos em consultório particular. Isto se tornou uma legalidade ilegal, como o jogo do bicho na legislação da proibição de jogos no Brasil. Isto não quer dizer que tudo funciona assim, mas a mazela é antiga e se infiltra em várias administrações públicas.
O resumo da ópera mostra que o SUS está intoxicado de corrupção e mazelas causadas pela impossibilidade das administrações pagarem suas mordomias e promessas em outras áreas e ao mesmo tempo pagarem o sistema de Saúde, UNIVERSAL e de limite infinito, para os lados e para a profundidade, uma utopia.
