OS FANTASMAS SE DIVERTEM (em Torres)

Na ventosa e escura noite de 23 de setembro foi feita uma visita diferente à antiga Prefeitura da cidade. Lá estava ela, bem iluminada, mas ainda precisando de muitos cuidados, à espera de nós. Os caça-fantasmas Brasil, formado pela autodenominada vidente telepata Rosa Maria Jaques e pelo jornalista João Tocchetto de Oliveira, já estavam a postos na viatura

10 de outubro de 2022

Dando continuidade à coluna da semana passada…

Na ventosa e escura noite de 23 de setembro foi feita uma visita diferente à antiga Prefeitura da cidade. Lá estava ela, bem iluminada, mas ainda precisando de muitos cuidados, à espera de nós.

Os caça-fantasmas Brasil, formado pela autodenominada vidente telepata Rosa Maria Jaques e pelo jornalista João Tocchetto de Oliveira, já estavam a postos na viatura “Dama da Noite 2.0”, prontos para a investigação em um dos patrimônios históricos da cidade de Torres. Na parte dos curiosos estávamos eu, a diretora de Cultura do Município, a Museóloga e o guarda do patrimônio. Aparentemente somente nós os seis. Digo aparentemente porque visíveis mesmo éramos nós seis, vai saber se havia mais alguém!

De posse dos aparelhos que detectam interferências eletromagnéticas, os caçadores começaram a fazer perguntas a nós e aos que não enxergávamos. A primeira detecção foi logo na entrada. A vidente Rosa sentiu uma “presença” próximo a uma mesa. Segundo ela, era o espírito de alguém que havia trabalhado ali naquele lugar por algum tempo. Pela descrição de Rosa poderia ser alguém conhecido que faleceu há pouco tempo.

Ainda na entrada, Rosa pediu para que abrissem uma porta que estava com um cadeado, pois sentia que havia algo naquele lugar. A porta dava acesso a um depósito de materiais do Museu, e estava fechada por questões de segurança. Ali havia fotos dos ex-prefeitos, mapas, achados arqueológicos, câmeras fotográficas que pertenceram ao fotógrafo Ídio K. Feltes, entre tantas outras relíquias que fazem parte do acervo do museu. Mas o aparelhinho detector de anomalias não tocou, nem um “bip” se ouviu, tudo parecia livre de resíduos do tempo (e de fantasmas).

Eles, os caça-fantasmas, conheciam as histórias descritas na coluna anterior, pois já os havia informado, porém as recontei e fomos à procura de algo que nem sabíamos o que era. Entrando e saindo de salas, eu carregava um aparelho que capta sons, mesmo sem a certeza de estar gravando algo.

Ao chegarmos no segundo andar da prefeitura, ouvimos alguns barulhos estranhos, uma batida forte, o que assustou a plateia feminina, que estava com receio desde o início. Infelizmente, para quem queria ver algo sobrenatural, era só o vento, uma ventania estava começando, o tempo mudou. Logicamente, os barulhos também começaram a ser mais frequentes e aí não se sabia mais o que era barulho natural ou sobrenatural, para mim era só vento, muito vento.

Perto do antigo gabinete do prefeito, Rosa sentiu a presença de alguém descrito por ela como de barba e bigode e que deveria ter sido uma autoridade ou alguém com um certo poder dentro do município. Tentamos identificar algum antigo prefeito que tivesse barba e bigode, mas não chegamos a nenhuma conclusão. Quantas pessoas com certa autoridade poderiam ter essas características, sei lá uma centena, ou mais.

De acordo com Rosa, a prefeitura já teve diversas intervenções e está sem circulação de gente por conta da reforma, por estes motivos ela acha que não houve nenhuma manifestação dentro do prédio. Motivo esse que nos levou para fora, lá no frio e na ventania.

Do lado de fora nada de manifestações.

Lembrando da história dos degolados fomos para perto de uma árvore remanescente daquela época (ou talvez não). A história remonta à revolução de 1923 entre Chimangos e Maragatos e as degolas que supostamente foram feitas ali atrás da prefeitura ao lado de um frondoso abacateiro. Pois então, na falta do abacateiro, fomos perto da única árvore que sobrou, e lá ela detectou algo. O medidor de campo eletromagnético finalmente apitou. Ali ainda havia resquícios de algo acontecido em tempos passados, mas não se sabia se era das degolas ou de outros acontecimentos do passado.

Enfim, foi encerrada a “caça” aos fantasmas do passado da antiga prefeitura de Torres. Uma foto para registrar o momento e alguns suspiros de alívio. O corajoso guarda do patrimônio da cidade, que diga-se de passagem, nunca viu nada de “anormal” no prédio, poderá passar uma noite tranquila, sem sustos. E nós, os curiosos, estaremos preparados para novas visitas dos caça-fantasmas Brasil ao nosso patrimônio histórico assombrado ou não.

Nada assustador, nada inusitado, apenas diferente e divertido. Afinal, até mesmo os fantasmas se divertem!

 

 

Fontes: https://tab.uol.com.br/noticias;

 

Agradecimentos: Ao João Tocchetto e a Rosa Jacques pelo belo trabalho feito aqui e em sua já longa carreira. Ao secretário de Cultura Mauri Rodrigues, a Diretora de Cultura Taisse Nascimento e a Museóloga Luana Bassa pela autorização da visita e acompanhamento. A participação do guarda Municipal Alexandre B. da Silva na investigação, e ao Alexandre Cardoso pelas informações e histórias contadas.

 




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