Os riscos da febre maculosa

O carrapato não afeta os animais nos quais se aloja. Eles, entretanto, os dispersam pelos terrenos onde transitam e ali depositam a pequeníssima bactéria,  invisíveis a olho nu em estado larvar.

16 de junho de 2023

Chegando o inverno e com ele,  o retorno das doenças do aparelho respiratório. Crianças e idosos sofrem mais com o frio e umidade. Meu avô Afonso Pereira, com quem eu subia, quando criança, serra acima de Santa Maria para conhecer suas terras em Tupanciretã,  sempre dizia que se passasse agosto, chegaria no Natal. Sucumbiu no agosto de 1953. Tomo cuidado…Mas além das enfermidades do inverno já constatamos tanto em Torres como no Passo ocorrências de dengue. Preocupante, Oxalá cada um redobre os cuidados com os criadouros domésticos do vibrião. Mas quero mesmo falar é da febre maculosa.

Embora pouco ou nada se fale aqui no sul sobre febre maculosa, uma doença provocada pela picada de um carrapato que se aloja em grandes mamíferos, principalmente capivaras, ela, volta e meia, provoca mortes no Sudeste do país. Há alguns anos houve vários casos no Rio de Janeiro. Agora, um grupo de pessoas que participaram de um evento em Campinas, São Paulo, foram contaminadas e vieram a óbito.      Quatro já morreram e outras quatro estão internadas em observação. O noivo de uma professora Evelyn, morta com febre maculosa, que esteve em outra festa, agora  questiona o atendimento em Hortolândia. (https://g1.globo.com/podcast/resumao-diario/noticia/2023/06/15/resumao-diario-567-risco-brasil-melhora-e-alerta-sobre-febre-maculosa.ghtml ).  O tema vem sendo objeto de advertências das autoridades sanitárias daquele Estado mas é importante que saibamos mais sobre a doença. Ela pode ser combatida quando corretamente diagnosticada e tratada com antibióticos já em desuso, diante dos novos e potentes atuais. Estes, entretanto, não são adequados ao tratamento da febre maculosa. Simplesmente não funcionam. Faz-se necessário, portanto, protocolos mais específicos para o Sistema de Saúde que evitem novos casos fatais.

O carrapato não afeta os animais nos quais se aloja. Eles, entretanto, os dispersam pelos terrenos onde transitam e ali depositam a pequeníssima bactéria,  invisíveis a olho nu em estado larvar. Passeando por estes locais, tanto humanos como seus pets podem se contaminar com o carrapato e daí serem submetidos a suas mordidas. Os sintomas da febre maculosa são similares á dengue e viroses: febre alta, manchas no corpo, dores e diarreia. Não tratada, tem uma mortalidade de até 70%. Todo cuidado, portanto, é recomendável em regiões alagadas e pantanosas como as nossas no litoral norte do Estado do RS. Importante, sobretudo, que órgãos sanitários pesquisem mais sobre a eventual presença do carrapato da febre maculosa nas capivara que abundam na região, inclusive para melhor protegê-las.




Veja Também





Links Patrocinados