Pandemia de Covid-19 – Cuidado com a saúde mental

"O momento é complexo e tem efeitos físicos, psicológicos e emocionais. Mas  é preciso ter em mente que esta situação é passageira e há formas de agir para manter o bem-estar psíquico" (por Paula Borowski)

26 de março de 2020

O momento é complexo e tem efeitos físicos, psicológicos e emocionais. Mas  é preciso ter em mente que esta situação é passageira e há formas de agir para manter o bem-estar psíquico. O impacto é grande sobre  aspectos emocionais, físicos e psicológicos. Estresse e medo, neste momento, parecem condições comuns que unem os mais diversos perfis da população. Para enfrentar o momento e garantir saúde mental: é preciso ter em mente que a situação é passageira e é necessário agir para manter o bem-estar psicológico, apesar da complexidade do período.

O problema é que, devido à tensão, pode haver uma mobilização das emoções rumo à ansiedade e ao pânico. Na verdade nosso maior medo humano é de morrer, adoecer, sofrer é algo devastador, e estes sentimentos podem evoluir para quadros patológicos. O mais difícil para nós seres humanos é ter que lidar com a nossa  impotência. Toda vez que a gente se vê diante de uma situação que nos coloca em fragilidade, a gente sofre.

Há um despreparo da sociedade, de modo geral, para lidar com esses temores no cotidiano. Há grupos como pessoas que têm quadros de depressão, fobia, síndrome do pânico, transtorno de ansiedade generalizada, dentre outros que, neste momento, podem ter ainda mais dificuldade de compreender o que está ocorrendo.

Esses grupos, já têm necessidade de apoio social e psicológico e o isolamento – necessário, agora, para a proteção coletiva – tem afetado por distanciar ainda mais essas pessoas de iniciativas que as aliviam como a prática de atividades físicas e as ações de suporte. Essas condições, enfatiza, precisam de atenção, assistência e solidariedade. Bem como, os idosos que sentem as ameaças biológicas da doença ainda mais próximas.

Estamos experimentando algo novo: o isolamento, o qual não temos um histórico como lidar. O desafio é reinventar esse cotidiano e apostar em uma reinvenção de si.

Não há fórmulas para enfrentar o momento e garantir equilíbrio psíquico e emocional, mas a ciência estuda para encontrar “pistas” de como lidar com essas situações de grande impacto.  Algumas estratégias podem ajudar a enfrentar os efeitos da pandemia. Dentre as ações está compreender o que está acontecendo a partir de informações concretas e reais, aproveitar o tempo de recolhimento para experimentar atividades que no cotidiano não eram desenvolvidas.

Não podemos ter só projetos individuais. O vírus nos traz a necessidade de reforçarmos os projetos coletivos e a solidariedade. Ações de pessoas oferecendo serviços gratuitos, ajudas. Isso é muito importante. A situação, apesar de ser drástica, faz com que a gente reflita sobre o valor da vida. A solidariedade. Estamos vivendo uma bela reflexão sobre empatia. Acho que a gente pode sair dessa crise um pouco melhor como espécie humana.

O CFP (Conselho Federal de Psicologia) recomenda em nota, atendimento on-line para tentar atenuar os impactos psicológicos do vírus na sociedade,  tão necessário para a saúde mental da população, especialmente em um momento de pandemia, no qual há implicações emocionais do isolamento social. Caso o profissional opte por continuar realizando atendimentos presenciais, o CFP recomenda a prestação de serviços em locais ventilados, não fechados, que permitam manter distância de um a dois metros entre o profissional e o paciente.

Para evitar ansiedade:

Evitar pensar constantemente na doença, reconhecer nossas emoções e aceitá-las, bem como compartilhá-las com pessoas próximas. Questione: procure provas de realidade e dados confiáveis.  Mantenha uma atitude otimista e objetiva. Evite falar o tempo todo sobre o assunto, apoie-se na família e nos amigos e distraia-se tentando levar uma vida normal. O isolamento é um cenário que pode levar você a sentir estresse, ansiedade, solidão, frustração, tédio e/ou irritação, juntamente com sentimentos de medo e desespero, cujos efeitos podem durar ou aparecer mesmo depois do confinamento. Tente manter se ocupado, estabelecendo um rotina de atividades diárias, fazendo coisas que goste das quais antes não tinha tempo.




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