PÁSCOA: Simbologias entre a ressurreição de Jesus, o ovo de chocolate e o coelho

Lembro da minha infância na chamada “Quaresma” católica, quando quase tudo era proibido ou pecado neste período. De família católica, sempre segui o que me ensinaram, mas tinha algumas perguntas que, na época, não me foram respondidas. Pelo menos, não de forma clara e definitiva... O porquê de o dia da Páscoa mudar a cada ano, por exemplo, era uma delas.

18 de abril de 2025

Como sou otimista (de vez em quando), espero que a cada ano mais e mais leitores se juntem aos que já tenho ao longo dos anos. Sendo assim, algumas colunas já publicadas e com um conteúdo que considero interessante podem não ter alcançado esses novos leitores. Então, estou dando uma nova oportunidade para quem já leu e uma primeira para quem não leu! Boa leitura!

Lembro da minha infância na chamada “Quaresma” católica, quando quase tudo era proibido ou pecado neste período. De família católica, sempre segui o que me ensinaram, mas tinha algumas perguntas que, na época, não me foram respondidas. Pelo menos, não de forma clara e definitiva.

O porquê de o dia mudar a cada ano, por exemplo, era uma delas. Ainda hoje, se você perguntar para dez pessoas, dificilmente uma te explicará com detalhes o motivo e a forma de encontrar a data correta.

Outra pergunta frequente era: o que têm em comum o ovo de chocolate, o coelho e a ressurreição de Jesus?

Lendo um livro de Rodrigo Trespach chamado “Cidade dos Ventos” (Osório, é claro), que aparentemente não tratava do tema Páscoa, encontrei um dos capítulos dedicados a ela. Neste artigo, muito do que eu já conhecia e muito do que não conhecia foi claramente explicado em um pequeno texto, datado de 2009. Ali eu encontrei a data, o ovo, o coelho e a ressurreição.

De acordo com Trespach, foi em 325 d.C. que se definiu a data da Páscoa. Isso ocorreu no famoso Concílio de Niceia, que determinou que a Páscoa se encerraria no primeiro domingo após a primeira lua cheia da primavera no hemisfério norte. Esta data variável ocorre entre 22 de março e 25 de abril. No nosso caso, aqui no hemisfério sul, a estação é o outono.

Por estar relacionada aos tempos do paganismo indo-europeu, a Páscoa, hoje cristã, nos confunde por ter símbolos e significados desconhecidos (pelo menos pela maioria das pessoas).

“Ao contrário das línguas com origem no latim, como o italiano, o espanhol e o próprio português, onde o nome da festa recebe influência da palavra hebraica Pessach – daí Pasqua, Pascua e Páscoa – as línguas saxônicas, como o alemão e o inglês, usam outra palavra para designar a mesma festa, demonstrando a forte influência pagã. Para os alemães, Páscoa é Ostern; para os ingleses, Easter.”

Ostern e Easter originam-se do nome da antiga deusa germânica da fertilidade, Eostre ou Ostara, por isso o ovo como símbolo – origem da vida – e o coelho, também associado a esta deusa devido à sua notória fertilidade.

Como a maioria dos símbolos da Páscoa são pagãos, principalmente os povos germânicos (alemães, austríacos…) e os eslavos (ucranianos, poloneses…) usavam como tradição presentear com ovos nesta data, costume esse repassado para a tradição católica, sendo mais tarde transformado em ovos de chocolate pelos franceses.

Deixada para o final, respondo à pergunta sobre a ressurreição de Jesus associada à festa pagã. Para que os povos germânicos melhor aceitassem o cristianismo, a Igreja Católica usou a mesma festa, mudando o significado ou adaptando-o. Para isso, usaram a ideia de que, da mesma forma que Cristo venceu a morte, renascendo para a vida eterna na Páscoa, a primavera (no hemisfério norte) era uma passagem da morte (inverno) para a vida (verão), representada na festa para a deusa Eostre.

Com a ajuda de Rodrigo Trespach, acho que boa parte dos leitores deste jornal saberá responder de pronto pelo menos três perguntas sobre o tema Páscoa.

E, claro, lembrar principalmente, para os cristãos, que os elementos pagãos não são as estrelas desta data, eles só decoram o elemento principal: Jesus e sua ressurreição.

 

Como se calcula a data da Páscoa

O nome Páscoa é de origem hebraica, da palavra Pessach que significa “passagem”, e leva esse nome pois antes de ser a festa da ressureição, marcava o final do inverno e a chegada da primavera.

Todos os feriados eclesiásticos são calculados em função da data da Páscoa, com exceção do Natal. O Domingo de Páscoa ocorre no primeiro domingo após a primeira lua cheia que se verificar a partir do equinócio da primavera (no hemisfério norte) ou do equinócio do outono (no hemisfério sul), e a Sexta-Feira da Paixão é a que antecede o Domingo de Páscoa. A Terça-Feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa. Pondera-se que a data da lua cheia não é a real, mas a definida nas tabelas eclesiásticas. O Conselho de Nicea, em 325 d.C, definiu a Páscoa relacionada a uma Lua imaginária – conhecida como a “Lua Eclesiástica”.

Fonte: www.profcardy.com/artigos/pascoa.php

 

 




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