As últimas pesquisas eleitorais estão confirmando as grandes marcas das eleições de 2022
– Polarização das preferências do eleitorado entre Lula, pela esquerda, e Bolsonaro, pela direita, aliás, extrema direita, os quais concentram cerca de 75% das preferências espontâneas dos eleitores;
– Estabilidade na disputa, ponteada por Lula com franca dianteira dos dois candidatos acima mencionados sobre os demais concorrentes;
– Relativo equilíbrio técnico de Lula e Bolsonaro em todas as regiões do país, alterado a favor de Bolsonaro nesta última semana no Sul e Sudeste, salvo o Nordeste, que dispõe de 27 % do eleitorado nacional. onde o ex presidente Lula leva enorme vantagem, à razão de 60% contra 30% de Bolsonaro, assegurando ao ex presidente dianteira em nível nacional
– Dificuldade de Lula para transferir votos favoráveis à sua candidatura aos seus parceiros para vários e importantes Governos, como Alexandre Kalil, ex Prefeito de Belo Horizonte, Marcelo Freixo, no Rio de Janeiro, Jerônimo Rodrigues na Bahia e Edegar Pretto no Rio Grande do Sul, assinalando futuras dificuldades para ele caso venha ser o vencedor.
– Clima de tensão ao longo de todo o processo eleitoral, com ameaças persistentes de ruptura institucional estimuladas pelo Presidente Bolsonaro na sua crítica obstinada às instituições, à esquerda e às urnas eletrônicas, cujo lance mais violento foi o assassinato gratuito de um militante do PT em Foz do Iguaçu;
– Uso indiscriminado do Poder Político pelo candidato Presidente da República, tanto no atropelo de princípios de isenção no curso do processo eleitoral, chegando ao cúmulo de mudanças na Constituição para instituição de favores sob a alegação de estado de calamidade, além do uso abusivo da máquina governamental em benefício próprio.
Dentro destes marcos tudo indica, também, que deveremos ter um segundo turno para a Presidência da República, eis que, dois candidatos “marginais” com baixos índices, menos de dois dígitos, Ciro Gomes, PDT, e Simone Tebet, MDB, mercê de sua performance em debates nacionais, têm conseguido elevar homeopaticamente tais indicadores, frustrando a viabilidade da vitória de Lula no primeiro turno. Lula precisaria de apenas um quarto dos votos de Ciro e Tebet para evitar 2º turno, daí vindo a recorrer, sob protesto dos dois, à tese do voto útil.
0s três, enfim, se situam no círculo das opções democráticas contra a extrema direita. Aí se trata, de uma espécie de colchão d´água: Quando um sobe, o outro desce, ou, pelo menos, deixa de crescer com base numa reversão de votos dos indecisos. Como o Ciro Gomes é o que tem mais crescido, batendo tanto em Lula quanto em Bolsonaro – insinuando até a fragilidade da sua saúde -, ele vem sendo visto com dois olhares: Para os bolsonarista, este crescimento é bom, porque impede a vitória de Lula no primeiro turno. Da parte da campanha lulista, a leitura é outra: Começam a perceber o jogo de Ciro como fogo amigo extremamente perigoso e começam de detoná-lo como aliado do inimigo. A verdade é que Ciro, com esta errática campanha, sem qualquer chance de vitória a estas alturas dos acontecimentos está desconcertando não só o PT e aliados em torno de Lula, mas os próprios pedetistas de raiz, os brizolistas. Afinal, esta não é hora de marcar posição, mas de impedir a reeleição de um elo importante da cadeia da extrema direita mundial, algo muito diferente de 1989, 1994 e 2006. Naqueles pleitos a democracia não estava em risco. Alguns brizolistas – e até mesmos alguns ciristas – já se dão conta desta situação e começam a abandonar seu insensato barco, perguntando: “Afinal, o que deseja Ciro, além da vingança, mesmo justa?” Justa? Isso remonta às origens religiosas da “Guerra Justa” que destruiu povos e nações. A Direção Nacional do PDT, aliás, que sempre desfrutou das benesses do Ministério do Trabalho na Era Lula Petista continua sustentando e reverberando Ciro Gomes, desconhecendo o risco de jogar o trabalhismo, de gloriosas realizações históricas no país, na valhacouto dos insensatos. Pertinho do PTB de Roberto Jefferson…