Depois de tornar-se obrigatória a transparência de atos e de gastos das prefeituras, a sociedade de Torres passou a utilizar a democratização da informação para, sistematicamente, criticar a contratação dos shows dos Festivais de Balonismo. Parece que a competência dos secretários é avaliada conforme suas contratações dos shows para este evento… Só que existe gosto pra tudo, já dizia aquele filosofo que comia cobras como iguaria… E tem preço pra tudo, vê-se a discrepância dos salários e passes dos jogadores de futebol, que acaba se repetindo com os cachês dos artistas, conforme o gosto que está na moda e a lei da Oferta X Procura, esta irrevogável.
Preço dos shows do Balonismo II
A questão técnica a ser avaliada é o valor líquido gasto pela prefeitura em todo o festival, líquido porque se trata do resultado das receitas aferidas verso as despesas demandadas pelas contratações da organização. Depois se faz uma avaliação da relação Custo X Benefícios do evento ao comparar valor dispendido contra fluxo de visitantes na cidade, principalmente nos hotéis, apartamentos alugados e nos restaurantes, o que comprova mais o Turismo adicional frente ao veranista que tem casa em Torres e comprova a maior entrada de divisas (dinheiro de fora) no local. Depois se compara com a mesma relação feita no ano anterior, para ver se houve produtividade da prefeitura (mais gente e menos despesa), ou se houve deficit de resultados (menos gente e mais despesas).
Preço dos shows do Balonismo III
O evento tem quase 35 anos, o que mostra por um lado que sua realização já é uma espécie de patrimônio da cidade de Torres. Por outro lado, a grandeza da marca Festival Internacional de Balonismo de Torres no mercado do Turismo de eventos de entretenimento sugere que a prefeitura poderia explorar mais esta grandeza da marca, buscar mais patrocínios. Poderia até vender o festival para alguma produtora em troca da entrega do evento formatado exatamente como sempre foi, mas cobrando ingressos, por exemplo.
Portanto, penso que a organização do Festival deve ser avaliada por fazer a edição ter, no mínimo, o mesmo sucesso de público do ano anterior (se o tempo ajudar também), mostrando que a cada ano a despesa do evento é menor. Isso até chegar a ganhar dinheiro com a terceirização do uso da marca e a cedência do parque para terceiros produzirem, como já foi tentado em alguns anos atrás, mas parece que dando alguns problemas.
Preço dos shows do Balonismo IV
Não é fácil mensurar o resultado efetivo de um evento, mesmo se cobrando ingresso em algumas atividades como no Festival de Balonismo de Torres. Mas que o evento mexe com o movimento do comércio e das hospedagens da cidade, ah mexe.
Os investimentos do setor público em eventos são muito questionados. Uma vez um promotor aqui em Torres disse: “É muita festa para pouco dinheiro para o social”. Mas ele não é formado em Turismo, em Economia ou em Marketing para saber os índices de retorno de investimentos em eventos – o que é bom… senão, não teríamos tanto evento como o Balonismo espalhados por todo o Brasil.
Dinheiro A MAIS circulando na cidade é crescimento e distribuição de fatias para quem participa do crescimento – com os empregos, os impostos para investimentos sociais e, principalmente, o crescimento de moeda circulante dentro do município, o único item que é prova cabal de crescimento econômico.
Preço dos shows do Balonismo V
Mas como a organização do Festival de Balonismo é do setor público, políticos com vários interesses sempre irão aproveitar para colocar suas ideias perante os fatos, assim como sempre procurarão depreciar a ideia dos opositores caso estes sejam os políticos no poder.
Pessoas da sociedade, também, seguirão dando um pitaco, achando o artista contratado ruim, caro e em muitos casos reclamando que têm que pagar ingresso pelo artista que achou caro, uma incoerência. Mas vamos ao Balonismo 2024. Olho nos balões, seja lá quais forem eles…
CURTAS
- Parece que o PSD de Torres, que perdeu uma cadeira na Casa Legislativa com a saída de Jocó Miguel, está trabalhando para tentar forte entrada de políticos tradicionais de Torres na Câmara por conta da eleição de outubro. O ex-vereador Marcos Klassen, por exemplo, parece querer voltar para a Câmara, onde entrou pelo MDB, tentou reeleição em 2020 pelo PSB e agora vai para as urnas com a bandeira do PSD, sigla presidida pela tradicional gremista e fã do ex goleiro Danrlei, Dione Andréia. E parece ainda que o ex-vereador e ex-candidato a prefeito Pardal também se filiou no PSD, sem intenção de concorrer.
- boatos levantam o risco de várias empresas cadastradas no Balonismo não terem conseguido concorrer na licitação por falta de documentação, o que vai gerar um novo certame ou uma contratação especial justamente por não ter conseguido enquadrar as procuras às ofertas da 1ª. Normal…. Acontece todos os dias. É que a burocracia estatal da lei de licitações é um tiro no pé. Mas é lei e a prefeitura tem que cumprir. O prefeito Carlos me confirmou isto e me tranquilizou que o evento ocorrerá dentro da legalidade.
- O vereador Fábio da Rosa sugeriu que seus colegas de Câmara fizessem uma vaquinha para conseguirem juntar um pouco mais de R$ 100 mil para comprar um caminhão de limpeza de bueiros pelo sistema de hidro jato. Concordo, mas acho que por este valor a prefeitura poderia comprar pelo menos um com seus recursos, já que para ter resultado os bueiros de Torres devem ser hidro jatados sistemicamente, o que exige um trabalho novo e eficiente na prefeitura que poderia fazer parte da capina e da pintura de cordão de calçadas (esta última em minha opinião podendo até ser retirada para ajudar na nova tarefa).
- É sistêmica também a reclamação dos vereadores frente a uma empresa que executa como terceirizada serviços de limpeza na prefeitura. A reclamação é sempre pelo atraso nos pagamentos aos funcionários (os querteirizados). Se não houver um projeto de igualdade entre os salários dos servidores públicos frente aos salários dos funcionários privados, talvez através da desoneração das folhas de pagamentos das prefeituras, estas irão optar cada vez mais por terceirização. E as empresas privadas com estas taxas te impostos e benefícios obrigatórios pagos aos funcionários ( leis trabalhistas), como todas, estão sempre com a “corda no pescoço”.