Reflexões no Dia Mundial da População: 11 de julho

No DIA MUNDIAL DA POPULAÇÃO a ONU chama a atenção de governos e da sociedade para o que denomina “Responsabilidade Compartilhada”, segundo relatório publicado pelo Departamento de Assuntos da ONU . O estudo aponta que a população global está crescendo no ritmo mais lento desde 1950, tendo caído abaixo de 1% em 2020.

11 de julho de 2024

“Nunca antes na História da Humanidade um sistema revolucionou tanto e tão profundamente as técnicas de produção e as Relações Sociais”. Sabem que falou isso? Karl Marx, o criador do comunismo contemporâneo, celebrado na URSS, na China, na Coreia e em Cuba, no seu “Manifesto Comunista”, em 1848. Neste ano, as cidades europeias, imundas, estavam mergulhadas em rebeliões sociais decorrentes do seu desordenado crescimento. A Revolução Social estava no ar. Estávamos no início do mundo contemporâneo e o capitalismo industrial que mudaria a face do planeta, começando pela explosão demográfica, resultante do maior domínio do homem sobre a natureza, da inovação nas fontes de energia e novos meios de comunicação e transporte.

No século XIX a população do globo não passava de 1 bilhão de pessoas, em 1900 éramos 1,2 bilhões  e no ano 2000 já chegávamos a perto de 7 bilhões. Hoje o mundo não é apenas superpovoado. Tornou-se ‘favelizado’, em decorrência da incapacidade do sistema em oferecer às torrentes populacionais oportunidades de vida condigna.  Daí a iniciativa da ONU em celebrar, a 11 de julho, o DIA MUNDIAL DA POPULAÇÃO. Seu obtivo é alertar para as questões do planejamento e desenvolvimento populacional, quando parte significativa da humanidade não tem acesso a recursos e serviços básicos como saúde, educação, saneamento e alimentação, entre outros. O evento foi criado pelo Conselho de Governo do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas em 1989. Foi inspirado pelo interesse público no Dia dos Cinco Bilhões, em 11 de julho de 1987, data aproximada em que a população mundial atingiu cinco bilhões de pessoas. Os seis bilhões foram atingidos em outubro de 1999, e os sete bilhões em outubro de 2011. E segue crescendo devendo chegar a 10,4 bilhões na década de 2080. A expectativa de vida dos adultos no mundo desenvolvido aumentou desde meados do século 20 – o número de pessoas que atingem a idade de 100 anos nunca foi maior do que é hoje.

Em todo o mundo, o número de mortes em relação ao tamanho da população vem diminuindo desde a década de 1950. Nas próximas décadas, as projeções das Nações Unidas preveem uma diminuição gradual contínua nas taxas de mortalidade específicas por idade

No Brasil, íamos acompanhando as primeiras décadas do século XX com um crescimento em torno de 10 milhões/ano, partindo do número de 14 milhões de pessoas no ano da Proclamação da República. Chegamos a 1970 com “noventa milhões em ação”, como dizia uma canção muito cantada á época da Copa do Mundo. Daí saltamos, em 30 anos, para 180 milhões no ano 2000 e agora somos 214 milhões, maior parte vivendo em condições precárias nas regiões metropolitanas.

No DIA MUNDIAL DA POPULAÇÃO a ONU chama a atenção de governos e da sociedade para o que denomina “Responsabilidade Compartilhada”, segundo relatório publicado pelo Departamento de Assuntos . O estudo aponta que a população global está crescendo no ritmo mais lento desde 1950, tendo caído abaixo de 1% em 2020. Metade dos 8 bilhões adicionados à população mundial foi resultado da expansão demográfica da Ásia. A África fez a segunda maior contribuição, com quase 400 milhões.

Dez países contribuíram para mais da metade do crescimento populacional: Índia, China e Nigéria são os países com maior índice. A África e a Ásia devem impulsionar o crescimento populacional até que o 9º bilhão seja alcançado em 2037. O levantamento aponta que mais da metade do aumento projetado da população global entre 2022 e 2050 fique concentrada em apenas oito países: República Democrática do Congo, Egito, Etiópia, Índia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e República Unida da Tanzânia. As populações da República Democrática do Congo e da Tanzânia devem crescer rapidamente, entre 2% e 3% por ano entre 2022 e 2050.

A.Guterres, Secretário Geral da ONU,  afirma que um mundo de oito bilhões de pessoas significa “oito bilhões de oportunidades para viver vidas dignas e realizadas”. Na contramão, ele lembra que se habita num mundo de grande desigualdade e destaca a questão de gênero: mulheres.

O líder da ONU ressalta que estamos testemunhando novos ataques aos direitos das mulheres, incluindo serviços essenciais de saúde. As complicações relacionadas à gravidez e ao parto ainda são a principal causa de morte entre meninas de 15 a 19 anos. As mais pobres são vítimas constantes das clínicas clandestinas de aborto.

Tempo de acordar! Não basta aprender produzir e transportar mercadorias pelo mundo. Impõe-se a sustentabilidade como critério de melhor distribuição de oportunidades e renda, abertura à inovações e melhor convivência com a natureza ferida.




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