Saúde na própria cidade? Mais humanidade? Logística de transporte? Filas? Revolução…. Estas e outras foram pautas de um debate eleitoral REALIZADO EM NOVEMBRO DE 2020 EM TORRES, que ainda podem fazer parte dos planos de governo das agremiações.
Na eleição de 2020, um pouco antes do pleito, aconteceu um debate entre os candidatos à prefeitura de Torres daquele ano. Todas as cinco candidaturas foram representadas pelos cabeças de chapa (candidatos à Prefeito), sem a participação dos candidatos(as) à vice. Na ocasião (em meio a pandemia Covid-19), os candidatos apresentaram suas propostas principalmente para a área de Saúde.
Atendimento mais humano
Primeiro sorteado disse que, caso fosse eleito, em seu governo os servidores do balcão da Saúde deveriam ser treinados para dar um atendimento mais humano aos pacientes. Ele também citou um projeto que pretendia possibilitar que algumas pessoas (Idosos e outras categorias com dificuldades físicas) recebessem a visita de médicos em suas residências para o primeiro diagnóstico, um projeto que já existiria em outras cidades gaúchas.
Três pilares
A seguir, o candidato de outra frente dividiu as demandas da saúde em três pilares: Atendimento, Diagnóstico e Tratamento. Investir em exames para ele possibilitaria um melhor “diagnóstico”, o que é necessário. E um melhor fornecimento de medicamentos e de recursos hospitalares deve ocorrer para melhorar o “Tratamento”, além da humanização do atendimento, para o mesmo candidato “também necessário”. A Farmácia Solidária (participação da comunidade em doação de medicamentos para o município) foi um dos projetos previstos pelo candidato. E possibilitar que haja uma Casa de Acolhimento na capital também foi apresentada, para dar mais humanidade para as pessoas que estão indo de Torres à Porto Alegre fazer tratamento ou comparecer em consultas.
Atendimento em Torres
Já outro candidato a prefeito participante do debate em 2020 disse que, para ele, não é mais admissível que a cidade de Torres continue levando pessoas às cidades do entorno ou à Capital para receber tratamento ou fazer exames. Ele queria trabalhar neste foco, caso fosse eleito prefeito no pleito. Disse que se eleito, o trabalho na área de Saúde seria para “evitar ao máximo a necessidade de saída de Torres para os atendimentos de Saúde em geral”.
Diminuição de filas
A seguir, o quarto candidato disse que iria trabalhar principalmente para que houvesse diminuição das filas no Posto de Saúde Central, muitas delas para marcação de consultas. Para isto, seu projeto na Saúde objetivava que fosse implementado um sistema de marcação de consultas “online” (sem presença). Ele também disse querer evitar que os procedimentos sejam realizados fora da cidade, para que as ambulâncias não tivessem, consequentemente, de sair de Torres para buscar soluções. Ele também mostrou querer valorizar mais o Agente Comunitário de Saúde, para que o a medicina preventiva fosse mais utilizada pelo sistema local.
Revolução na Saúde?
No final o prefeito que concorria à reeleição disse que seu governo já estava efetivando a maioria das propostas apresentadas por seus oponentes no próprio debate. Citou exemplos de Consultas que eram feitas na capital e estariam sendo feitas em Torres, citou a ampliação da oferta de remédios em seu governo e disse que duplicou a oferta de veículos para atender os pacientes que precisam ir a Porto Alegre, exemplificando as pessoas que passam por tratamentos sistêmicos na capital. Para ele, seu primeiro governo teria feito “uma revolução na Saúde da cidade”.
Assuntos estão pendentes ou não?
Estas foram as pautas de um debate feito há quatro anos. Nela, têm, por obviedade, demandas da população e ideias de candidatos para melhoria do sistema na opinião deles (à época). Os planos de Governo e os debates deste ano podem (ou devem) orbitar por estes temas ou não? Basta que as forças políticas em suas frontes deste ano detectem se os pontos abordados à época não foram enfrentados ou se avançaram positivamente na cidade.
MUDANDO O FOCO: Promessas antigas às praias do sul de Torres
Praias do Sul pressionam prefeitura de Torres e ‘ameaçam’ até trocar de município. Este foi o título de uma matéria feita por A FOLHA em 13 de março de 2017. “Em Estrela do Mar, avenida que era pavimentada está há anos empoeirada, após embargo de obra de asfaltamento”. Está foi a linha de apoio ao título, quando se refere a estrada de entrada do lugar (aquela junto ao aeroporto).
Foram de lá para cá sete anos e a única coisa que a prefeitura fez no local foi cobrir parte da avenida da entrada, que havia sido coberta por preparação para o asfalto (que não saiu por conta do embargo) com pedras irregulares. E as pedras irregulares, ainda, foram muito mal colocadas, ao ponto de atualmente os veículos preferirem a estrada de terra paralela às duas pistas da avenida com o cascalho, de tantos buracos que a pavimentação deixou. Como dizia o e vereador Dê Goulart, na via, se andando de bicicleta, “se deixa cair a ponte (dentadura)”.
Minha opinião sobre as praias do sul é a de fazer o asfaltamento das entradas das localidades (Itapeva, Estrela e Paraíso) e de propor um projeto de parceria com uma construtora (loteadora) para assumir a urbanização ordenada das praias com mais problemas de ocupação irregular. Isto através de investimentos envolvidos na parceria, investimentos feitos em troca de subsídios futuros da municipalidade (descontos em IPTUs futuros, por exemplo). Desta forma, os pedidos dos moradores das praias do sul em áreas mal ocupadas poderão receber as obras de reparo nas vias, sem ter de utilizar tanto dos recursos necessários do orçamento anual ordinário da municipalidade.
Entra prefeito e sai prefeito e pouco tivemos no lugar. O atual prefeito prometeu asfaltar parte das interpraias, um bom começo. Mas as obras deverão ser tocadas pelo novo governo, que não se sabe o que priorizará. Olho no lance.